Domingo, Novembro 24, 2024
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O associativismo nas PME ainda conta

A missão das Câmaras de Comércio é apoiar o crescimento das empresas portuguesas tanto no mercado interno como externo. Entrevistámos Andreia Jotta, responsável de comunicação da CCIP (Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa) para saber um pouco mais sobre as metas nesta área.

Por Mafalda Marques

PME Mag. – A CCIP tem mais visibilidade no apoio à exportação de empresas. Que apoios presta a PME que não exportem?

A.J. – É verdade que somos um parceiro forte no que diz respeito ao apoio ao crescimento fora de portas, mas cerca de dois terços dos associados CCIP não têm vocação exportadora. Muitas vezes as empresas chegam até nós porque têm dificuldade em chegar a um número maior de empresas e poucas oportunidades para dar a conhecer, na prática, as áreas onde são especialistas.

Necessitam de potenciar a visibilidade do seu negócio e, por isso mesmo, criámos diversas soluções de apoio ao crescimento que assentam num pilar essencial de actuação: a Promoção e o Networking.

Neste sentido, promovemos a sua visibilidade junto da nossa rede de contactos que se concretiza, por exemplo, através das iniciativas mensais como o A2A Know-how , workshops que permitem às empresas associadas posicionarem-se como especialistas em determinada área e partilharem o seu conhecimento; a presença das marcas na newsletter quinzenal ou a amplificação de notícias através das redes sociais onde a CCIP está presente e que reúnem perto de 25.000 seguidores.

Além disso, 90% dos nossos associados considera que os “eventos promovidos pela CCIP constituem oportunidades de networking relevantes” e 82% concorda que os associados da CCIP têm acesso a meios e ferramentas diferenciadores para potenciar a visibilidade e promover o seu negócio no mercado B2B. (Dados obtidos no âmbito do Inquérito Exclusivo a Associados CCIP | Resultados 2018)

Outra das principais motivações que levam as PME a filiarem-se na Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa são os “benefícios nas acções de formação”.

Andreia Jotta – CCIP

Nesta área temos verificado uma maior preocupação das empresas em formar as pessoas, seja integrando os seus colaboradores nas formações que organizamos ou desafiando-nos a realizar sessões personalizadas e exclusivas nas próprias empresas.

Anualmente disponibilizamos um plano de formação bastante vasto e com valores muito competitivos, que respondem às necessidades dos diferentes departamentos dentro de uma empresa.

Disponibilizamos ainda, gratuitamente, um gabinete de apoio jurídico e um gabinete de apoio à estratégia e investimento. Este último proporciona: apoio no entendimento e formulação da estratégia de negócio das PME; análise estratégica e de viabilidade económica de cada empresa, para compreensão das suas necessidades e identificação das melhores oportunidades de investimento; consultoria fiscal ou I&D; entre outros.

PME Mag – Conte-nos exemplos de apoios conseguidos a pequenas empresas.

A.J. – No início deste ano, uma empresa brasileira, que tinha como objectivo reforçar a entrada no mercado nacional abordou-nos no sentido de perceber como é que os podíamos apoiar na persecução do seu objectivo. Rapidamente desenvolvemos um plano de comunicação, recorrendo a várias acções e canais da CCIP, que tem vindo a ser executado ao longo destes meses. Como resultado destas acções essa empresa foi mencionada em banners e notícias nas newsletters enviadas para a rede de associados da CCIP, possibilitando a geração de mais de 50 leads de pequenas e médias empresas portuguesas. Com essa primeira base foi possível realizar algumas reuniões de vendas e perceber a mais valia do software de gestão de performance para o mercado português. Como seguimento da estratégia ainda serão feitas mais divulgações usando canais da CCIP e também um webinar para os associados sobre o tema: “Como envolver os colaboradores na execução do planeamento estratégico”.

Por outro lado, numa vertente de apoio à internacionalização, temos funcionado como alavanca para a entrada em novos mercados de diversas empresas, como por exemplo a EAD.

De acordo com o CEO Paulo Veiga, “Nenhuma PME em Portugal pode aspirar a ser uma multinacional, pode sim aspirar a ser uma empresa com presença num ou em vários mercados. Entrar num mercado novo, é relativamente fácil e mais ainda, quando se inicia um projeto desses com a CCIP. A sua colaboração foi fundamental neste processo. Desde o planeamento da viagem ao agendamento de reuniões, com potenciais parceiros e agências locais de apoio ao investimento estrangeiro, até ao prévio fornecimento de informação relevante sobre o setor e economia do país. Tudo isto ajudou a alavancar a decisão de investimento. Quanto às iniciativas A2A Know-how são oportunidades de conhecer, de uma forma assertiva, mais e melhor um tema ou área de interesse dos associados”, adiantou o responsável.

Para a Ship4you S.A, associado desde 2016, o associativismo foi fundamental: “Podermos estar informados sobre eventos de interesse para a nossa área de negócio bem como formações adequadas. Apoio a nível de contacto com associados e networking. Por enquanto ainda não fizemos nenhuma acção de Associado para Associado mas temos participado em algumas e consideramos este tipo de acções bastante interessantes permitindo não só conhecer outros associados como também de uma forma simples adquirir conhecimentos diversos”, adiantou.

Para Filipa Menezes, administradora da Blasting, empresa especializada em soluções de poupança energética e integrada na Tec Labs – Centro de Inovação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa: “Pertencer a CCIP é essencial pois temos várias iniciativas à nossa disposição desde formação nas mais diversas áreas passando por momentos networking que são óptimos para potenciar negócio trocas de ideias e saberes“, afirma.

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