De acordo com o novo Barómetro da DECO PROTESTE, cerca de 25% das famílias portuguesas referem ter perdido grande parte do seu rendimento, com cortes iguais ou superiores a 25%, evidenciando as desigualdades sociais ampliadas pela atual situação pandémica.
A DECO PROTESTE, organização portuguesa da defesa do consumidor, lançou um novo Barómetro onde faz uma análise social à situação de crise económica evidenciada pela atual situação pandémica, onde cerca de 25% das famílias referem ter perdido grande parte do seu rendimento e enfrentam, agora, dificuldades para suportar os custos diários.
Depois de analisar 4690 agregados familiares, o relatório demonstra que as decisões políticas relativas à atividade económica terão tido graves impactos em milhares de portugueses, levando-os ao limite das suas capacidades financeiras. Esta situação é apenas atenuada pelos apoios que o Estado tem vindo a implementar, como as moratórias, o layoff simplificado e a retoma progressiva.
Bruno Santos, public affairs da DECO PROTESTE, reitera que este panorama económico dos agregados familiares portugueses é sustentado pelas quebras de rendimento, que se explicam pela “perda de emprego, inatividade profissional e redução salarial”, sendo que cerca de 63% dos inquiridos afirmam passar dificuldades financeiras e 6% afirmam que enfrentam uma situação crítica.
De acordo com este relatório, as despesas em equipamentos para as atividades que passaram a decorrer de forma remota é um dos acréscimos para a dificuldade de suportar as despesas familiares, para além de despesas com saúde, férias, automóvel ou manutenção da casa.
Em termos das áreas mais afetadas, o destaque vai para Porto, Vila Real, Setúbal e Aveiro, que se apresentam como alguns dos distritos (a norte) onde mais famílias afirmam apresentar dificuldades económicas. Em sentido oposto, com menos sufoco financeiro, encontram-se os distritos de Bragança, Braga, Castelo Branco e Lisboa, com a região do Alentejo a apresentar também algumas melhorias face aos cenários mais alarmantes referidos.
Também no Algarve e na Madeira se verificaram sérios impactos do rendimento, dada a dependência que estas regiões apresentam no setor do turismo. No caso de Faro, as dificuldades financeiras atingem mais de 80% das famílias. Nesta região, as despesas com a habitação são as que se demonstram mais complexas para os agregados familiares, bem como os custos relativos ao lazer.