Por: Afonso Godinho e Rafaela Silva
A Zyrgon nasceu em Barcelona, em 2009, com o objetivo de “ajudar a pagar as contas de dois estudantes em Erasmus”. A startup cresceu, em 2015, para a Zyrgon Network Group, atendendo à necessidade do mercado em ultrapassar barreiras tecnológicas para comunicar com os seus clientes online, tendo alargado as suas operações para mercados como a Sérvia, a Suíça e, no ano passado, o Brasil.
O objetivo da empresa passa por unir o marketing, a comunicação e o design numa oferta de serviços no âmbito do desenvolvimento da marca, da estratégia de marketing e comunicação digital, na construção de websites e lojas online, serviços de webdesign e consultoria e suporte tecnológico.
Em entrevista à PME Magazine, Rodrigo Oliveira, Fundador e Diretor Executivo da Zyrgon Network Group, aborda os últimos anos da empresa, referindo os processos de internacionalização e os mercados onde opera.
PME Magazine (PME Mag.) – Como analisa os últimos anos da Zyrgon? Como surgiu e quais os principais desafios iniciais?
Rodrigo Oliveira (R. O.) – A Zyrgon nasceu em Barcelona em 2009 e surgiu da paixão pela tecnologia e da necessidade de estar onde as pessoas estão. Começou por desenvolver websites em apartamentos de estudantes em Erasmus. Em 2014, já com sede em Lisboa, concluímos que era junto dos consumidores e clientes que queríamos construir o nosso futuro. Desde então assumimo-nos como uma agência digital que tem vindo a deixar a sua marca, um pouco por todo o mundo. O grande desafio inicial foi implementar uma empresa pequena num mercado digital já consolidado, de forma a ganhar confiança e fidelização junto dos clientes. Podemos dizer que os últimos anos da Zyrgon têm sido de crescimento gradual e muito positivo, não só junto dos mercados onde atuamos como ao nível de conquista de novos clientes. Para chegar a este patamar, a Zyrgon tem-se desafiado a criar produtos de grande especificidade e qualidade técnica, sempre com o objetivo de oferecer soluções inovadoras e abrir os horizontes a novos mundos e áreas digitais.
PME Mag. – Como tem sido feito o processo de internacionalização da empresa?
R. O. – O processo de expansão começou em 2016, com a abertura na cidade de Friburgo, Suíça, através da representação de marcas próprias na área do E-commerce. Esta primeira aposta fora de “casa” marca o arranque da experiência internacional, onde a versatilidade e a competência da equipa permitiram um desenvolvimento e um crescimento sólido, apoiado em clientes de grande valor. Este desafio internacional fez com que a Zyrgon começasse a desenvolver novos projetos e a atuar em várias áreas, tais como estratégia digital, gestão de social media, e-mail marketing, ativação de marca e performance. Em 2019, a crescente necessidade tecnológica levou-nos a uma feira tecnológica na Sérvia e, nesse momento, decidimos abrir portas a um polo exclusivo de desenvolvimento e evolução de produtos web para o mercado de turismo em Portugal e na América Latina, na cidade de Nis. Porém, e até hoje, podemos dizer que o nosso grande desafio foi vivido em plena crise pandémica, quando, em 2020, decidimos dar início ao mais ambicioso projeto internacional: a expansão da marca para o Brasil, através da abertura de um polo estratégico e de marketing. A consolidada relação de qualidade com os nossos clientes luso-brasileiros e o nosso foco em estratégia digital, entre os dois países, contribuíram para a ativação de marca a nível mundial e uma expansão empresarial para um nível global, e foi exatamente a partir desta fase, com a internacionalização e a globalização da carteira de clientes, que decidimos abraçar um novo nome: Zyrgon Network Group.
O grande desafio inicial foi implementar uma empresa pequena num mercado digital já consolidado.
PME Mag. – Entre os mercados onde a Zyrgon opera, qual destacaria?
R. O. – Neste momento, e com segurança, podemos afirmar que face à dimensão, escala e forte procura por produtos digitais, o Brasil é, sem dúvida e atualmente um mercado forte ao nível da operação estratégica da Zyrgon. O mercado brasileiro está em forte crescimento e a nossa ambição é conseguir expandir a marca dentro deste mercado, continuar a crescer e a inovar no mundo digital.
PME Mag. – Qual o papel de Portugal nas operações da Zyrgon?
R. O. – Portugal é onde estão as nossas raízes, onde a Zyrgon deu os primeiros passos como empresa, foi cá que que abrimos as portas da nossa sede, onde temos já um mercado consistente e clientes consolidados, com uma forte procura por serviços da área digital, entre eles nos segmentos de marketing estratégico e web design.
PME Mag. – Em termos dos vossos planos estratégicos, que caso destacaria pela positiva e pelo sucesso alcançado?
R. O. – Contra todas as probabilidades globais, e face ao desmoronar de tantos negócios e de tantas empresas, conseguimos ser contra corrente e durante a pandemia, sobretudo na área do mercado imobiliário, onde atuamos com diversas soluções digitais. Este tempo de crise à escala global acabou por registar um crescimento económico bastante positivo. Atualmente, há uma maior procura por imóveis com espaços para home-office, varandas/terraços ou jardins, e por espaços de estar maiores, para um melhor conforto de toda a família. Passou também a haver uma maior pesquisa online por este tipo de soluções residenciais e foi necessário atuar de forma rápida e eficiente ao nível do marketing digital, com uma forte gestão de social media, campanhas digitais de grande qualidade fotográfica e de vídeo, estratégias fortes de e-mail marketing, SEO, e a criação de áreas no website para a visualização de visitas virtuais. Toda esta estratégia 360, alocada a um cliente de turismo residencial de luxo, que atuou tanto no mercado português, como no mercado brasileiro, foi, sem dúvida, uma estratégia de sucesso, que atuou no momento certo, junto do público certo.
Atualmente, há uma maior procura por imóveis com espaços para home-office, varandas/terraços ou jardins, e por espaços de estar maiores, para um melhor conforto de toda a família.
PME Mag. – De que forma é que a atual situação pandémica veio interferir no funcionamento e desenvolvimento da empresa?
R. O. – Apesar do impacto que a pandemia teve na economia global, alguns mercados onde atuamos acabaram por ter um crescimento económico acentuado, o que acabou por nos trazer novas oportunidades de negócio. Muitas empresas viram-se obrigadas a expandir a sua presença e visibilidade digital para continuarem ativas no negócio, e isso gerou uma maior procura por empresas que ofereciam soluções para o mercado digital, como nós. Estes fatores fizeram aumentar o nosso volume de negócios em 75%, o que nos permitiu expandir a nossa equipa e recrutar mais 10 colaboradores, durante a pandemia. Em linhas gerais, a situação pandémica gerou um aumento de procura de serviços, por parte dos clientes e sentimos a necessidade de corresponder com ofertas mais inovadoras que, por sua vez, geraram a necessidade de crescer, em termos de equipa, para poder dar mais respostas, mais rápidas e mais efetivas.
PME Mag. – Das vossas soluções digitais, qual a que destacaria pela maior procura?
R. O. – Acreditamos que face ao grande crescimento nos últimos anos, é a área do digital tem tido cada vez mais solicitações, mais concretamente nas de marketing digital e webdesign. A situação da pandemia e a necessidade de agilizar a transformação digital fez disparar a procura de serviços digitais, tanto de grandes, como de pequenos negócios, e em diversas áreas de atuação. Podemos afirmar com segurança que houve, acima de tudo um aumento na procura de serviços de e-commerce, gestão de social media, gestão de campanhas digitais e webdesign, tanto no mercado nacional como internacional. A experiência de consumo e a presença digital das marcas tornaram-se absolutamente cruciais, porque se os clientes não podiam comprar em espaços físicos, iam e vão fazê-lo online, e é fundamental que as marcas estejam visíveis, ofereçam soluções inovadoras e cumpram as necessidades dos consumidores.
A experiência de consumo e a presença digital das marcas tornaram-se absolutamente cruciais, porque se os clientes não podiam comprar em espaços físicos, iam e vão fazê-lo online.
PME Mag. – Qual o feedback que tem recebido dos vossos clientes nestes últimos anos?
R. O. – Estamos muito gratos pelo feedback que tem sido muito positivo, e temos muita satisfação em afirmar que grande parte dos clientes chega através de word of mouth e é, sem dúvida, muito gratificante sentir esta passagem de reforço positivo de uns para os outros. Outra grande vitória é continuarmos com os mesmos clientes desde há quatro ou cinco anos, a fidelização e empatia são para nós fatores de diferenciação em todas as nossas relações profissionais.
PME Mag. – Que análise faz à aceleração do recurso ao digital, ao longo do último ano? Qual a vossa perceção e como têm atuado nesse sentido?
R. O. – Ao longo do último ano, a tendência da área digital tem tido um crescimento exponencial e, sem dúvida, que temos sentido uma maior procura por empresas desta área, como tal houve uma necessidade de evoluir, para corresponder às necessidades da procura, e para oferecer estratégias melhores e mais diversificadas. Reconhecemos que esta relação entre procura e oferta é muito benéfica para o setor e acaba por gerar um ciclo positivo, em que a inovação será o principal motor e fator de diferenciação.
A fidelização e empatia são, para nós, fatores de diferenciação em todas as nossas relações profissionais.
PME Mag. – Que projetos futuros podemos esperar da Zyrgon?
R. O. – O nosso maior desafio é continuar a evoluir, é seguir na procura crescente pela criação de produtos, com grande inovação, especificidade e qualidade técnica, é potenciar as marcas e aumentar vendas para um nível global, sempre em parceria com clientes.
PME Mag. – O que diferencia a Zyrgon de outras empresas da mesma área?
R. O. – A Zyrgon Network Group tem um grande conhecimento do mercado aliada a uma grande paixão pelo mundo digital. Toda a nossa equipa trabalha em prol de um bem comum, de forma especializada, dedicada e eficiente, sempre em busca de melhores resultados junto dos nossos clientes. Gostaríamos, contudo, de frisar que “viemos em paz”, e é com essa máxima que gerimos a nossa equipa, os nossos clientes e a nossa concorrência.
