Por: Margarida Duarte
Assegurar uma ventilação adequada dos espaços interiores e reduzir a pegada ambiental foram alguns dos fatores que levaram a empresa Innovair a criar o sistema innovair24, um sistema sensorial para a medição da qualidade do ar.
Em conversa com Domingos Neves, administrador da Innovair, a PME Magazine descobriu mais sobre este novo equipamento que avisa os clientes da má qualidade do ar através de um SMS ou email.
PME Magazine (PME Mag.) – Como surgiu a ideia de criar um sistema sensorial para a medição da qualidade do ar interior?
Domingos Neves (D. N.) – A innovair24 é uma empresa tecnológica que desenvolveu um serviço de diagnóstico da qualidade do ar em espaços interiores e que surgiu da necessidade de monitorizar, em modo contínuo, a qualidade do ar que respiramos, num planeta cada vez mais poluído e com um ar cada vez mais saturado, especialmente em espaços interiores.
PME Mag. – Quais são os principais objetivos da Innovair24?
D. N. – Através da realização da recolha de amostras de ar em contínuo, desenvolvemos um equipamento que analisa os poluentes presentes no ar que respiramos, para responder e resolver cada situação específica. Este não só monitoriza a qualidade do ar dos espaços interiores, fornecendo informação útil no sentido de garantir as condições de trabalho dos utilizadores dos seus espaços, como permite a definição de alertas imediatos em caso de anomalia. A nossa solução possibilita que a empresa defina e leve a cabo uma estratégia proactiva de prevenção e manutenção da qualidade do ar para oferecer melhores condições de habitabilidade a funcionários e clientes.
PME Mag. – A criação deste tipo de equipamento trouxe consigo alguns desafios ou percalços?
D. N. – Dado o caráter inovador da nossa solução, onde reunimos num pequeno espaço um elevado número de sensores, tivemos muitos desafios que foram ultrapassados à custa da nossa paixão pela inovação e que nos permitiu encontrar as soluções adequadas. Desafios estes que passaram pela redução do consumo energético e pela compatibilidade eletromagnética do equipamento que não poderia ser colocado no mercado europeu, se não cumprisse com a diretiva RED.
A mais recente crise dos microchips que resultou da atual pandemia, obrigou-nos também, num curto período de tempo, a repensar toda a arquitetura das placas controladoras dos nossos equipamentos, para que pudessem receber diferentes tipos de processadores e ter os equipamentos disponíveis para os nossos clientes.
PME Mag. – De que forma o cliente pode ter acesso a este equipamento?
D. N. – Qualquer empresa que tenha interesse numa solução como o Innovair24 basta entrar em contato connosco, através dos meios que estão disponíveis no nosso site. A nossa equipa técnica dará seguimento ao pedido e, após avaliação dos parâmetros necessários, apresentará uma solução à medida das necessidades do cliente, uma vez que temos um programa Taylor Made para qualquer necessidade, perímetro ou condições específicas e especiais.
PME Mag. – É necessário o cliente ter uma formação prévia sobre como usar o sistema sensorial ou este atua de forma automática?
D. N. – Esta é, na realidade, a melhor parte. Queremos que os nossos clientes tenham uma experiência surpreendente aquando da utilização da nossa solução. Tratando-se de um sistema inovador em que a recolha de informação é realizada de forma automática, o cliente não tem que fazer. Ou seja, terá apenas de aguardar que as más noticias (caso existam, naturalmente) sobre a qualidade do ar sejam recebidas no seu telemóvel ou no email. Isto porque as anomalias detetadas criam alertas automáticos por SMS e e-mails que o cliente recebe imediata e convenientemente, para além de estarem registados em cloud. Para os mais curiosos, existe sempre a possibilidade de aceder a um site e consultar a informação recolhida pelo equipamento e onde é proporcionada uma experiência de navegação positiva.
PME Mag. – Sendo que estamos em período de pandemia Covid-19, quão importante é ter um serviço de diagnóstico da qualidade do ar em espaços interiores?
D. N. – No âmbito da prevenção pela COVID-19, a maior preocupação das entidades de saúde pública com os espaços interiores foi a sua falta de ventilação contribuindo em definitivo para a propagação da Covid-19. Aliás, este foi um dos aspetos que não foi esquecido na atual legislação e que obriga a que os estabelecimentos, equipamentos ou outros locais abertos ao público, terem de garantir a monitorização dos níveis de dióxido de carbono e a boa ventilação e climatização dos locais interiores. A solução Innovair24 dá resposta a esta necessidade, porque consegue assegurar em tempo real que a boa ventilação dos espaços está a ser feita, através da monitorização de determinados parâmetros físico-químicos, como a pressão, temperatura e humidade relativa do ar bem como os níveis de dióxido de carbono, alertando os respetivos clientes sempre que ocorra alguma desconformidade legal.
PME Mag. – Quais são as perspetivas futuras para a Innovair24?
D. N. – Recebemos com expetativa a mais recente conclusão do processo de licitação para a atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas onde a tecnologia de 5ª geração irá operar. Julgamos que o 5G irá ser uma realidade no próximo ano e a Innovair possa tirar partido desta tecnologia, face aos projetos que já temos em perspetiva no âmbito do machine learning.