Domingo, Dezembro 1, 2024
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Costa recebe partidos com vista a novas medidas de combate à Covid-19

António Costa recebeu esta terça-feira os partidos com vista a verificar a necessidade de implementar novas medidas de combate à Covid-19. Em discussão esteve o estado da pandemia em Portugal que atravessa agora uma quinta vaga.

O encontro surge alguns dias depois de os especialistas terem recomendado no Infarmed o regresso de medidas de contenção para ajudar a travar a propagação do vírus. Para além disso, na última noite, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, excluiu a hipótese de haver um novo confinamento no país.

As audiências começaram às 11:00 do dia 23 de novembro e o primeiro partido a reunir-se com o primeiro-ministro foi a Iniciativa Liberal, seguido do Chega e do PEV. João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, mostrou-se satisfeito uma vez que não existem intenções de um novo confinamento nas atividades económicas ou de restrições iguais às do ano passado. O primeiro partido ouvido está de acordo que se devolva às pessoas a responsabilidade de se comportarem consoante o risco de infeção nos seios familiar e laboral.

A Iniciativa Liberal acusou o SNS de não se ter preparado para picos da gripe e da Covid-19, já que considera que a época das doenças respiratórias não foi devidamente acautelada. “Um país que chegou a ter em fevereiro do ano passado 1400 camas nos cuidados intensivos disponíveis para os vários eventos, hoje tem 900 apenas”, referiu João Cotrim Figueiredo.

Na audiência entre o Chega e o Governo, o líder do partido, André Ventura, solicitou a António Costa “medidas consensualizadas ao máximo, para que o novo quadro parlamentar que deriva do dia 30 de janeiro não se confronte com medidas em que nada participou e em que nada esteve de acordo”. O primeiro-ministro mostrou-se recetivo à proposta e disponível para consensualizar ao máximo as medidas contra o vírus.

O Chega deixou claro que não concorda com qualquer tipo de novo confinamento em Portugal, seja de maneira geral, parcial ou setorial, mas afirma que é necessário um aumento de algumas medidas de segurança e de controlo, preferindo “exigência dupla” de teste e certificado ao encerramento de setores.

“Parece-nos que estará em cima da mesa também um controlo acrescido em eventos com maior exposição de risco, como é o caso dos grandes eventos desportivos, concertos ou até discotecas”, referiu e acrescentou ainda que o uso de máscara deve ser uma recomendação e não uma obrigação.

O líder do Chega chamou ainda a atenção para o controlo da pandemia ao nível externo, sugerindo a obrigatoriedade de certificado de vacinação ou teste negativo para quem viaja para Portugal vindo de países onde circulam mais casos de infeção.

A última audiência da manhã foi com o PEV, que se apresentou contra encerramentos ou restrições horárias, ainda que defenda o reforço das medidas preventivas. “Não concordamos que se feche alguma coisa ou que se tenha alguma restrição de horário, porque há todas as condições para continuarmos, com as precauções, o nosso dia-a-dia”, referiu a deputada Mariana Silva.

O PEV, relativamente ao SNS e à administração da terceira dose da vacina, pede ao primeiro-ministro mais profissionais que possam acompanhar o processo e todas as necessidades e respostas que o Serviço Nacional de Saúde precise. Mariana Silva ainda alertou para a saúde mental e para a necessidade de haver mais psicólogos nas escolas, para que, no futuro, não apareçam problemas mais graves como consequência da pandemia.

Da parte da tarde, o PAN defendeu o teletrabalho, o reforço de testes e de transportes públicos. O partido mostrou-se preocupado com o uso de máscara e considera necessário garantir a testagem universal.

“Relativamente àquilo que possam ser as medidas propostas pelo Governo, há de facto aqui uma preocupação que nos foi transmitida relativamente ao uso da máscara nos diferentes contextos, seja, por exemplo, no caso dos estádios de futebol, dos concertos, das discotecas, em espaços fechados”, afirmou Inês de Sousa Real, porta-voz do PAN.

No que concerne ao CDS, em reunião com o primeiro-ministro, defendeu o reforço de vacinação nas populações mais vulneráveis e condenou as incongruências do Governo. “Estas incongruências não são aceitáveis, nem sequer encontram base científica e justificável pelos elementos que nos chegam por parte das autoridades de saúde”, referiu Francisco dos Santos, Presidente do CDS.

No caso do PCP, Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, afirma que “não há alternativa à vacinação” e que não há razão para “alarmismo ou medo”, não defendendo novas restrições significativas, uma vez que teriam um impacto muito negativo em muitos setores de atividade.

O último partido a ser ouvido foi o BE, que defendeu o reforço do SNS, de profissionais de saúde e de meios, considerando que estão muito fragilizados e enfrentam uma grande pressão devido aos internamentos e também ao nível dos cuidados primários.

“É preciso um reforço claro dos profissionais e dos meios no SNS, para que respondam a este crescimento de casos de covid, mas também para que continuem e retomem cuidados não covid”, colmatou Catarina Martins, coordenadora do BE.

No decorrer do dia de hoje, o Governo irá ouvir os restantes partidos.

 

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