A Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas (ANEME) considera que o Governo terá de ir mais longe que as linhas de crédito tradicionais e exige o desagravamento da carga fiscal com redução do IVA sobre os custos energéticos, do IRC e do imposto sobre os produtos petrolíferos, avança o comunicado enviado às redações pela associação.
Em 2021, o setor metalúrgico e eletromecânico exportou mais de 30% do total de exportações nacionais, o que representa aproximadamente 35% da indústria transformadora nacional, o que se traduz em 23 mil empresas a empregarem 240 mil trabalhadores.
De acordo com o comunicado, “a indústria metalúrgica e eletromecânica está a ser confrontada, desde o último trimestre de 2021, com a subida de preços da energia e das matérias-primas, o que compromete a situação do setor, tanto a nível do mercado interno, como externo”.
As empresas que consomem gás natural afirmam que os custos mensais cresceram 400% face a dezembro do ano de 2021, bem como as matérias-primas do setor, como o aço e outros metais, o que cria nas empresas “um quadro conjuntural inflacionário de grande instabilidade e incerteza”.
Caso esta situação se mantenha, algumas fileiras do setor estarão postas em causa e em risco de perder “a posição concorrencial face à oferta de outras áreas geográficas como a China e a Índia”.
A ANEME acredita que o alívio da carga fiscal tem um papel importante e direto no apoio às empresas, como a redução do IVA sobre os custos energéticos (eletricidade e gás natural) e também combustíveis, IRC e do imposto sobre os produtos petrolíferos, sendo que o Banco de Fomento poderá ser importante para apoiar a criação de linhas de crédito simplificadas e bonificadas para reforçar o equilíbrio financeiros das empresas. Outros dois aspetos que a ANEME concorda serem fulcrais para atenuar este impacto são o lay off simplificado, uma solução possível para as empresas que tenham de encerrar as suas linhas de produção, bem como a intervenção da União Europeia “quanto ao desagravamento de taxas aduaneiras na importação de matérias-primas”
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia veio agravar, ainda mais, a situação para o setor metalúrgico e eletromecânico.
