Por: João Monteiro
O estudo “What Women Want (At Work)”, realizado pela ManpowerGroup, revelou que 39% das mulheres ainda se sentem stressadas ou exaustas diariamente no seu local de trabalho.
Este número representa uma melhoria do nível de esgotamento em relação ao auge da pandemia, quando 45% das mulheres afirmavam sentir-se mal psicologicamente no trabalho. Porém, este valor é superior ao do período pré-pandémico, quando 32% das colaboradoras afirmavam o mesmo, o que vem revelar os efeitos que ainda se vivem e das dificuldades em conciliar vida pessoal e profissional.
“A pandemia trouxe inúmeros desafios e a saúde mental foi, sem dúvida, um dos mais importantes. O isolamento causado pelos sucessivos confinamentos, a falta de contacto físico e de momentos de interação humana têm impacto a longo prazo no bem-estar das pessoas. Ao mesmo tempo, os dados mostram que as mulheres, em específico, se viram sob uma maior pressão que pares do sexo masculino e que, apesar do alívio das restrições e do arranque de uma nova normalidade, os impactos ainda se fazem sentir. Assim, o foco que os líderes das organizações tinham em fazer progredir a equidade de género no pré-pandemia, não deverá desvanecer. Para assegurar um ambiente de trabalho igualitário e promotor do desenvolvimento de cada colaborador, os empregadores devem ser cada vez mais explícitos sobre o seu crescente dever de proteção e promoção do bem-estar social, fazendo da equidade de género uma das suas prioridades”, explica Rui Teixeira, chefe de operações do ManpowerGroup Portugal.
Para atenuar os níveis de stress nas profissionais, “a estratégia deve passar pelo apoio às mulheres no equilíbrio entre o trabalho e as responsabilidades domésticas, o que pode ser conseguido, por exemplo, com a adoção de horários de trabalho flexíveis. Como segundo ponto, deve privilegiar-se o desempenho, independentemente da presença física no escritório, mas também contribuir para a progressão das mulheres para funções de liderança, apostando em funções de alto crescimento e oferecendo apoio à progressão na carreira. Como últimos passos sugere-se a criação de uma cultura inclusiva, bem como o assumir de responsabilidade, por parte das lideranças, sobre paridade de género, fazendo com que a mudança comece no topo”, acrescentou ainda a empresa no seu estudo.
O estudo “What Women Want (At Work)” englobou cerca de cinco mil trabalhadores em cinco países.