Por: João Carreira
A portuguesa Lever.tax tem como propósito ajudar empresas a pagar menos impostos com acesso ao SIFIDE. Nesse sentido, a startup recebeu um investimento de 150 mil euros da Demium Capital para aplicar inteligência artificial na resolução da ineficiência dos benefícios fiscais para pequenas empresas que apostam em desenvolvimento e inovação. De acordo com o comunicado enviado às redações, com o apoio da Lever.tax, as empresas podem recuperar até 82,5% do valor das despesas em inovação recorrendo ao SIFIDE.
Em entrevista à PME Magazine, Bernardo Seixas, CEO da Lever.tax, fala-nos sobre o percurso da empresa, os planos para o futuro, de que forma é que podem ajudar as PME e lembra que “apesar do impacto positivo do programa ao longo dos anos, não deixam de existir ineficiências no acesso ao benefício”.
PME Magazine (PME Mag.) – Como surgiu a empresa?
Bernardo Seixas (B. S.) – A nossa empresa surgiu do nosso confronto pessoal com processos burocráticos e complexos no que toca a finanças e impostos, em projetos passados. Depois de falarmos com mais de uma centena de empresas percebemos que este problema era comum e que precisava de ser resolvido. Ao participarmos juntos no programa de aceleração da Demium percebemos o nosso propósito: ajudar empresas pequenas e inovadoras a alavancar benefícios fiscais para continuarem a evoluir. Para isso estamos a criar uma plataforma que ajuda pequenas empresas a obterem créditos fiscais de I&D de forma mais fácil e eficiente.
PME Mag. – Como caracteriza a empresa?
B.S. – Somos uma empresa jovem, inovadora e disruptiva. Queremos mudar a forma como as empresas portuguesas pensam sobre impostos, nomeadamente a obtenção de créditos fiscais de I&D. Acreditamos que as PME devem ter acesso a esta oportunidade de poupança de impostos, sem terem que passar por processos demorados e burocráticos. É isso que nos motiva a construir uma plataforma que torna todo o processo mais simples e acessível.
Também transmitimos confiança e segurança aos nossos clientes através da experiência e perícia da nossa equipa. Para além dos fundadores, contamos com a participação de três consultores independentes com experiência nas maiores consultoras do mundo como a Deloitte e KPMG. Eles são parte integral do processo para podermos criar uma máquina autónoma e eficaz.
PME Mag. – De que forma irão investir o financiamento da Demium Capital?
B. S. – Iremos utilizar o financiamento para investir na melhoria e desenvolvimento da nossa plataforma, bem como na nossa estratégia de marketing. Queremos garantir que a nossa plataforma esteja sempre atualizada e que chegue a um público cada vez mais amplo de empresas portuguesas que possam beneficiar dos nossos serviços.
PME Mag. – Em que sentido poderão ajudar as empresas portuguesas a pagar menos impostos?
B. S. – A nossa plataforma é projetada para ajudar empresas portuguesas a obterem créditos fiscais de I&D de forma mais eficiente e eficaz. Com a nossa plataforma, as empresas podem obter informações claras e precisas sobre como fazer a candidatura, além de permitir a automatização de parte do processo. Desta forma, conseguimos diminuir custos e chegar a muitas mais empresas. Desse modo vamos de encontro à nossa missão de ajudar as empresas a pagar menos impostos e a reinvestir esse dinheiro nos seus negócios e em inovação.
PME Mag. – Como utilizarão a inteligência artificial?
B. S. – A inteligência artificial é uma parte crucial da nossa plataforma. Com ela, podemos diminuir substancialmente o tempo que demora a descrever os projetos de I&D e a identificar as suas despesas associadas. Também estamos a trabalhar em ferramentas de análise de dados que permitem prever com maior precisão quais os projetos que serão mais bem sucedidos e quais os que têm maior probabilidade de receber créditos fiscais. Acreditamos que a inteligência artificial pode ajudar-nos a oferecer um serviço mais eficiente a um preço mais reduzido.
PME Mag. – Há planos para a internacionalização?
B. S. – Sim, internacionalização faz parte dos nossos planos e para muito em breve. Acreditamos que a nossa plataforma pode ajudar empresas noutros países a beneficiar de créditos fiscais de I&D, que são transversais à maioria dos países da OCDE, e estamos a prepararmo-nos para expandir o nosso negócio para Espanha em breve.
PME Mag. – Quais são os planos de futuro?
B. S. – Os nossos planos de futuro são continuar a desenvolver e melhorar a nossa plataforma, tornando-a a referência no mercado português e além-fronteiras. Queremos ser uma empresa líder na oferta de soluções para créditos fiscais de I&D e ajudar o maior número possível de empresas a crescer e inovar. Para além disso, pretendemos adicionar outros tipos de incentivos fiscais e financeiros à plataforma, de modo a oferecemos uma solução completa para o financiamento das PME.
PME Mag. – Algo mais que queiram acrescentar?
B. S. – Gostaríamos de acrescentar que estamos muito entusiasmados com o potencial da nossa plataforma e estamos ansiosos para ver o impacto que terá na inovação das empresas portuguesas. Acreditamos que estamos a construir algo muito especial que pode realmente ajudar a impulsionar a economia do nosso país e ajudar as empresas a crescer e inovar.