Por: Djeisibel Lopes
Três investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) encontram-se a estudar um novo processo para a recuperação de materiais ligados à indústria eletrónica.
A taxa de acumulação de lixo eletrónico é cada vez mais elevada – cerca de 10 milhões de toneladas por ano na União Europeia, onde apenas 15 a 20% desses resíduos são reciclados.
Como forma de solucionar este problema, a equipa da FCTUC está a desenvolver uma investigação sob o tema “E-Waste Recycling to Foster a Circular and Sustainable Economy”, de modo a contribuir para a criação de processos industriais relacionados com a economia circular e para a reciclagem de produtos do setor da microeletrónica.
O objetivo da equipa de investigadores é recuperar e tratar os vários dispositivos eletrónicos, permitindo que as matérias-primas possam ser novamente incorporadas na cadeia de valor.
“A ideia é encontrar um processo combinado, químico e biológico para a recuperação de metais críticos e de alto valor a partir de resíduos elétricos e eletrónicos de computador”, explica Paula Morais, docente da FCTUC e investigadora no laboratório de microbiologia do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE).
A investigadora acrescenta que na base para a criação deste processo está um estudo de diagnóstico inicial que serviu para identificar o ecossistema português do setor da microeletrónica.
Depois do tratamento químico dos resíduos, serão desenvolvidos por esta equipa “processos de biolixiviação, a partir de resíduos gerados por parceiros industriais no projeto, e de bioacumulação seletiva dos metais, após o tratamento químico dos resíduos“.
O projeto surgiu no âmbito da Agenda Microeletrónica do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), financiada com 30 milhões de euros. Atualmente, os investigadores encontram-se a trabalhar na clarificação dos fluxos de resíduos e na caracterização dos materiais a serem utilizados na criação do novo processo.
