Por: Ana Vieira e Constança Ladeiro
É a partir de Leiria que a Panidor, a “maior padaria de Portugal”, reúne tradição e sabor numa variedade que ultrapassa os 200 produtos entre padaria e pastelaria.
Com capacidade para produzir mais de 700 mil pastéis de nata por dia, este é o principal cartão de visita internacional da Panidor com 60% do negócio a ser exportado, num volume de negócios total em 2024 no valor de 93 milhões de euros.
Em entrevista à PME Magazine, Sérgio Fonseca, CEO da Panidor, aponta uma evolução “bastante positiva” do mercado com o reconhecimento dos “produtos ultracongelados como uma alternativa de qualidade, que permite economizar tempo e mão de obra, além de reduzir o desperdício”.
PME Magazine (PME Mag.) – De uma empresa familiar, localizada em Leiria, surgiu a Panidor. Como é que atualmente a empresa está organizada e qual a sua visão?
Sérgio Fonseca (S. F.) – A Panidor é uma marca que nasceu de uma empresa familiar e que em cerca de 30 anos se tornou global, integrada numa multinacional, apesar de manter um ADN 100% português.
Parte integrante do Groupe Le Duff desde outubro de 2022, a Panidor é gerida por um board local que reporta à casa mãe e que é apoiado por equipas setoriais nas diversas áreas (I&D, qualidade, Industrial, Logística, Financeiro, Comercial, Marketing, RH e Compras), envolvendo elementos Panidor e Bridor (Empresa do grupo que atua no mesmo setor de atividade).
PME Mag. – Qual tem sido a evolução do mercado de produtos ultracongelados em Portugal?
S.F. – A evolução do mercado tem sido bastante positiva em relação aos produtos ultracongelados, refletindo-se num aumento de quota de mercado face aos produtos frescos.
“produtos ultracongelados como uma alternativa de qualidade”
Tanto o consumidor quanto as empresas, já encaram os produtos ultracongelados como uma alternativa de qualidade, que permite economizar tempo e mão de obra, além de reduzir o desperdício. Além disso, permite ter uma oferta de produtos mais diversificada no ponto de venda, e responder assim às necessidades de um maior número de pessoas, sem comprometer a qualidade.
PME Mag. – A Panidor opera em diversos mercados internacionais. Quais os mercados mais importantes para a empresa e qual a estratégia implementada? Quais as maiores dificuldades na exportação?
S. F. – Estamos atualmente presentes em 5 continentes e cerca de 40 países, com principal incidência na Península Ibérica.
Na exportação, as maiores dificuldades estão relacionadas com certificações e cadernos de encargos que diferem completamente das exigências europeias. Na América do Norte, por exemplo, os pães devem ser fabricados com farinha enriquecida e com teores de sal específicos, o que implica desenvolvermos receitas tailor made, ou adaptar produtos que já existam.
PME Mag. – Quais são os produtos mais populares da Panidor em Portugal? e internacionalmente?
S. F. – Em Portugal os produtos mais populares são os nossos pães, sejam eles com formatos individuais ou para partilhar, como é o caso do mítico Pão d’Avó ou do São Lourenço.
Em relação à pastelaria, os pastéis de nata, as bolas de berlim e os croissants são sem dúvida as estrelas do nosso portefólio.
“Internacionalmente o grande destaque é sem dúvida o pastel de nata, que tem sido a nossa porta de entrada (…)”
Internacionalmente o grande destaque é sem dúvida o pastel de nata, que tem sido a nossa porta de entrada na maioria dos mercados e que abre caminho para os restantes produtos que fabricamos.
PME Mag. – Como funciona o laboratório de investigação, desenvolvimento e inovação da Panidor?
S. F. – Os novos projetos de IDI na Panidor surgem geralmente de duas formas:
– O departamento de Marketing fornece inputs relacionados com tendências e necessidades de mercado que podem originar um novo desenvolvimento, caso o projeto seja viável do ponto de vista das outras áreas da empresa, como a comercial e industrial.
– Solicitações diretas de clientes, com produtos que respondam especificamente às suas necessidades e requisitos.
A nossa missão centra-se na combinação de técnicas artesanais com inovação industrial, para levarmos ao maior número de pessoas em todo o mundo, produtos com autenticidade e qualidade.
PME Mag. – Quais são os principais objetivos da Panidor para 2025 em termos de expansão e novos produtos?
S. F. – Crescer a dois dígitos e aumentar a quota de mercado fora da Europa, bem como reforçar a nossa posição de liderança no mercado Português.