Nativos Digitais: Como a nova geração está a transformar a Economia Digital

Por: Pedro Viana, diretor de pré-venda da Kaspersky para Portugal e Espanha 

Os jovens nascidos a partir de 2010 pertencem à Geração Alfa, uma geração digital e altamente tecnológica. Ao contrário dos Millennials e da Geração Z, estes jovens nasceram e cresceram rodeados de dispositivos e redes digitais, o que lhes confere uma vantagem natural para liderar um mundo cada vez mais digital.

Estes jovens, denominados de “Nativos Digitais”, demonstram uma facilidade notável no uso das novas tecnologias, encarando a Internet não apenas como uma forma de entretenimento, mas também como uma forma de rendimento. A procura por este meio de subsistência deve-se ao facto destes jovens serem mais curiosos, mais conectados e com uma maior ambição de se tornarem independentes.

O surgimento de novos hábitos, como a monetização de blogs através da publicidade a marcas, aliado à crescente presença em redes sociais, nomeadamente o TikTok, e à popularidade dos jogos online deram origem a personalidades digitais – bloggers, kidfluencers, youtubers e tiktokers – com muitos seguidores e patrocinados por marcas de renome. Apesar de ainda não ser a sua principal carreira, estes jovens demonstram que a Internet lhes pode oferecer alguma independência financeira e oportunidades de crescimento em plataformas digitais.

Proteção digital: uma responsabilidade comum

A vida digital faz parte desta geração. De acordo com um estudo sobre o “Impacto das Redes Sociais na Saúde Mental”, no qual participaram 1.200 jovens e pais em Portugal, concluiu que 86% dos jovens admitem estar viciados nas redes sociais e 90% afirmam ter iniciado o seu uso a partir dos 13 anos.

No entanto, a exposição constante aos meios digitais implica riscos e desvantagens, e tanto os jovens quanto os pais devem estar conscientes das melhores práticas para assegurar uma navegação online segura. A promoção de um diálogo aberto aliada à implementação de ferramentas de controlo parental, constitui uma estratégia eficaz para mitigar os riscos e garantir um ambiente digital mais seguro.

É fundamental que exista uma colaboração contínua entre pais, educadores e toda a sociedade para a construção de um mundo digital mais seguro e enriquecedor. A crescente sofisticação das ciberameaças coloca em evidência a necessidade de preparar as novas gerações para lidar com fraudes e ataques online.

Cada vez mais, crianças e adolescentes estão expostos a tentativas de phishing, malware e roubo de dados pessoais. A educação digital deve incluir conteúdos sobre cibersegurança que promovam o pensamento crítico, garantindo que os jovens possam navegar online de forma responsável e segura.

Para os mais jovens, a tecnologia não é apenas uma ferramenta, mas uma extensão natural da vida cotidiana, potenciando a socialização e contribuindo para momentos de felicidade. No entanto, o mediatismo pode conduzir a uma exposição que, ainda que breve, sujeite os jovens a críticas e julgamentos, impactando negativamente a autoestima e a saúde mental.

Associada à crescente popularidade, a partilha diária de novos conteúdos criativos pode levar à disrupção do equilíbrio saudável entre o mundo digital e o mundo real. Um equilíbrio que não é opcional, pois é a única forma de garantir uma interação online segura.

O acesso facilitado à Internet e os conhecimentos tecnológicos avançados permitiram que os jovens começassem a tirar partido das ferramentas online. No entanto, muitos jovens ainda não possuem a maturidade necessária para avaliar os riscos e antecipar os problemas. Prevê-se que a tendência de rentabilizar as ferramentas online não seja passageira e que tenha vindo para ficar, pelo que cabe aos adultos garantir que os jovens utilizadores têm consciência dos riscos a que estão expostos.

Em suma, a proteção digital é uma responsabilidade coletiva. Apenas através da educação contínua e cooperação entre os diversos setores da sociedade será possível proporcionar um futuro digital seguro e enriquecedor para as próximas gerações.