Portugal é o segundo país da EU com mais PME por cada 100 habitantes, ficando atrás da República Checa, segundo o relatório anual da Comissão Europeia.
Bruxelas sublinha, no entanto, que o emprego nas PME está a recuperar lentamente e continua em níveis abaixo da crise 2008. Em 2015 havia 783 307 PME, o que representava 99,9% do tecido empresarial. As PME davam emprego a quatro em cada cinco trabalhadores, o que equivalia a 78,1% do emprego.
As fontes de financiamento continuam a ser marginais e bastante subdesenvolvidas, apesar do esforços governamentais para promover o investimento privado, dos fundos de capital de risco, de business angels e de financiamento colaborativo (crowdfunding). O relatório da Comissão Europeia sublinha ainda que desde 2012 tem havido uma tendência para os bancos recusarem menos financiamento às empresas.
A demora nos pagamentos do Estado às empresas é outra das grandes preocupações de Bruxelas. O Estado português demora mais um mês a pagar do que a média da UE, o quarto pior desempenho, segundo o relatório.
No entanto Portugal também recebe elogios. Segundo o relatório, o empreendedorismo é a área mais forte do nosso país e tem registado progressos notáveis desde 2008 de forma a tentar reduzir a taxa de desemprego. As iniciativas como o plano nacional de implementação de uma garantia para a juventude e programa investe jovem são duas das medidas destacadas.
O relatório também assinala que Portugal é um dos países que mais facilmente dá uma segunda oportunidades aos fazedores que falham e cujas startups ou PME entram em processo de insolvência. A introdução do Processo Especial de Revitalização, do Sistema de Recuperação de Empresas por via Extrajudicial e do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas são três medidas assinaladas no documento de Bruxelas.