Quinta-feira, Novembro 21, 2024
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“A recuperação da FAMEL é o reacender de uma paixão e de um legado” – Joel Sousa

Por: Ana Vieira

 

A FAMEL está à procura de investidores para trazer de volta à estrada a marca portuguesa de motociclos, fabricada no norte do país, mas desta vez numa versão elétrica.

O modelo E-XF, com prodyção em Anadia, distrito de Aveiro, irá incorporar componentes maioritariamente europeus, dos quais 50% serão mesmo feitos em Portugal.

Joel Sousa, CEO & Re-Founder da FAMEL, explica à PME Magazine que a marca “percebeu que havia uma série de investidores que gostariam de participar neste projeto e, nesse sentido, abriu a possibilidade de participação a pequenos investidores, com um valor mínimo de entrada de 10 mil euros”. 

 

PME Magazine (PME Mag.) – Qual a importância de recuperar a Famel com o modelo E-XF ?
Joel Sousa (J. S.) – A recuperação da FAMEL é o reacender de uma paixão e de um legado. A FAMEL é uma marca portuguesa icónica, com grande valor emocional para os portugueses. Esta revitalização da marca e a transição para a versão elétrica reflete o compromisso com a sustentabilidade e a inovação, alinhado com o crescimento da mobilidade elétrica. O projeto visa reintroduzir a FAMEL no mercado, aproveitando o legado histórico da marca, mas adaptando-a às atuais necessidades e tendências.

Foto: Modelo E-XF

PME Mag. – O que representa a marca para os portugueses?

J. S. – A marca tem um enorme valor afetivo. Muitos portugueses cresceram com as motas FAMEL, quando a marca era uma referência no mercado de motociclos em Portugal. Agora, a revitalização visa reconectar com essa afetividade e emoção, apresentando um produto moderno, que, ao mesmo tempo, reflete a herança portuguesa.


PME Mag. – Quem pode participar nesta ronda de investimento e até quando está aberta?
J. S. – Este processo inclui uma ronda de investimento que já garantiu um financiamento inicial de 2,45 milhões de euros, liderado pelo fundo NOVUS, gerido pela Magnify Capital Partners, em parceria com o Banco de Fomento.

Este fundo cobre a maior parte do investimento, mas a FAMEL percebeu que havia uma série de investidores que gostariam de participar neste projeto e, nesse sentido, abriu a possibilidade de participação a pequenos investidores, com um valor mínimo de entrada de 10 mil euros. 


PME Mag. – O que vai permitir executar o valor angariado nesta ronda?
J. S. – O objetivo da campanha de angariação é não só acelerar a produção da E-XF, mas também posicionar a marca no mercado de mobilidade elétrica. A ronda de investimento estabelece uma base sólida para a FAMEL se destacar no crescente mercado de mobilidade elétrica, não apenas em Portugal, mas também nos mercados internacionais.


PME Mag. – Quando será iniciada a produção e venda da mota?
J. S. – A produção e entrega das primeiras 100 unidades de uma edição especial será na primavera do próximo ano. Em 2026, contamos produzir 800 unidades e o objetivo é chegar às 2.000 unidades por ano em 2029.


PME Mag. – Onde será produzida a Famel E-XF? E qual o seu custo?
J. S. – A FAMEL E-XF será produzida em Portugal, na zona de Anadia, próxima de Águeda, que tem uma forte tradição industrial no setor das duas rodas. Este local foi escolhido pela capacidade industrial instalada e a possibilidade de produzir em larga escala. A E-XF é lançada em duas versões, Café Racer e Clássica, com um preço base de 6.500 euros.


PME Mag. – Há previsão para a produção de outros modelos?
J. S. – Sim, além da FAMEL E-XF, a empresa tem planos de desenvolver uma scooter elétrica, continuando o pioneirismo da marca na década de 1990. A scooter faz parte da visão de longo prazo da FAMEL, que inclui o desenvolvimento de novos modelos e a expansão para vários mercados na Europa.

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