Por: Ana Vieira
Com lojas em Portugal desde 2020, a Swappie tem como objetivo para este ano crescer dois dígitos, reforçar a liderança na compra de telemóveis recondicionados sempre com o foco no papel da economia circular.
Em entrevista à PME Magazine, Luísa Vasconcelos e Sousa, Country Manager da Swappie, explica a crescente “mudança nos hábitos de consumo dos portugueses e abertura para consumir produtos mais sustentáveis, como os telemóveis recondicionados”.
PME Magazine (PME Mag.) – Quando e como surgiu a Swappie em Portugal?
Luísa Vasconcelos e Sousa (L. V. S.) – Entrámos para o mercado português em 2020 porque percebemos que havia uma tendência em crescimento: a mudança nos hábitos de consumo dos portugueses e abertura para consumir produtos mais sustentáveis, como os telemóveis recondicionados. Durante o nosso primeiro ano de atividade, o nosso foco foi desenvolver o projeto no país, para podermos chegar a cada vez mais consumidores portugueses e desde então que temos verificado um aumento no número de clientes da marca, o que nos mostra como a tecnologia recondicionada é, cada vez mais, uma opção para os portugueses.
Mas a nossa história começou há quatro anos, quando em 2016, na Finlândia, o nosso fundador Sami Marttinen teve uma experiência negativa de compra de um telemóvel usado. A partir daí, notou que não existiam ofertas que oferecessem segurança aos consumidores e que isso era um grande entrave para que estes optassem por dispositivos recondicionados, e decidiu então criar a Swappie. Hoje, estamos focados em proporcionar uma ótima experiência na compra de iPhones recondicionados, promovendo um consumo mais sustentável e amigo do ambiente com opções de qualidade e confiança.
PME Mag. – Qual a estratégia de marketing escolhida pela empresa para entrar no mercado?
L. V. S. – A nossa estratégia tem passado por fomentar hábitos de consumo sustentáveis, promovendo a educação sobre a escolha de iPhones recondicionados e do seu impacto no ambiente. A ênfase está na desmistificação desses produtos, garantindo que os consumidores compreendem que existem aparelhos tecnológicos mais ecológicos e que isso não compromete a sua qualidade. É a chamada win-win situation: é bom para o planeta e para o consumidor, já que poupa a poluição ambiental e a sua carteira sem comprometer a qualidade do produto.
É certo que existem outras marcas semelhantes no mercado, que mostram como empresas e consumidores estão atentos a estas necessidades. Alegra-nos ver essa mudança de comportamento dos consumidores ao comprarem a sua tecnologia. Este tem sido o nosso foco, não só na nossa abordagem de marketing, mas também transversalmente a toda a empresa, aos nossos processos e aos nossos valores.
PME Mag. – Com a compra de um telefone recondicionado a poupança de CO₂ pode chegar quase aos 80%, comparando com a aquisição de um novo. Como chegam a estes números?
L. V. S. – Baseamo-nos em auditorias e avaliações dos processos ao longo de toda a cadeia de valor do produto, que evidenciaram uma alteração significativa nos padrões de consumo dos portugueses. Concluímos que os telemóveis recondicionados representam menos 78% das emissões de CO₂ devido à eliminação da necessidade de produzir um novo telemóvel. O facto é que cerca de 85% a 95% da pegada de carbono de um telemóvel é gerada durante o processo de produção, que, por sua vez, justifica a importância de prolongar a vida útil dos dispositivos para contribuir para a redução do lixo eletrónico e da pegada carbónica. Neste sentido, o nosso foco é contribuir para a redução do lixo eletrónico e, consequentemente, da pegada associada à produção de novos dispositivos.
PME Mag. – De que forma é que a sustentabilidade já influencia as opções de escolha dos portugueses?
L. V. S. – Como disse anteriormente, a sustentabilidade está a ganhar peso nas escolhas dos portugueses, e tem verdadeiramente refletido uma mudança positiva nos hábitos de consumo. O fator sustentabilidade, aliado aos hábitos de poupança que a tecnologia recondicionada representa para as suas carteiras, estão a ganhar peso no consumo português. Segundo um estudo realizado no ano passado pela Kantar, apenas 40% da população considera comprar tecnologia em segunda mão. Apesar disto, sentimos que ainda há um grande espaço de crescimento e oportunidades de transformarmos este segmento. Para aumentar esta percentagem, acreditamos que o caminho passa, claro, pela educação e consciencialização para o impacto que o nosso consumo eletrónico pode ter no ambiente. Pequenos gestos, como uma correta reciclagem destes materiais, ou o aproveitamento de peças, por exemplo, são essenciais para a atividade de recondicionamento, assim como para evitar a poluição associada a componentes tecnológicos tóxicos que vão para aterro. Optar por um telemóvel recondicionado significa contribuir para um consumo mais sustentável em termos ambientais.
PME Mag. – Que planos tem a Swappie para 2024?
L. V. S. – Desde 2020 que ambicionamos fazer com que a compra de smartphones recondicionados se torne numa prática comum de referência no país e temos sido consistentes na consciencialização dos consumidores para o consumo sustentável de equipamentos eletrónicos, o que nos possibilitou crescer de forma rápida e contínua. Assim, para 2024, desejamos continuar a investir nas preferências dos clientes a nível mais local (com opções de entrega, recolha e pagamento adicionais), proporcionar uma experiência de compra positiva e inovar em produtos, serviços e abordagens.
Com a nossa atuação, o nosso objetivo é ajudar os clientes Swappie a poupar mais de 100.000 toneladas de CO₂, reduzindo também as nossas emissões de consumo de energia e fazendo uma transição para fontes de energia 100% renováveis. Além disso, vamos continuar a aprofundar o nosso conhecimento das tendências de consumo tecnológico em Portugal para inovar com os consumidores nacionais e garantir que as operações do Swappie cumprem as normas de qualidade e ambientais para obter as certificações ISO 9001 e ISO 14001, de forma a antecipar e responder eficazmente às suas necessidades.
Ao reutilizarmos 100% das peças funcionais dos smartphones, recolhermos e reciclarmos 100% das peças não funcionais e outros resíduos electrónicos gerados, alcançamos o nosso objetivo de minimizar as nossas próprias emissões de gases com efeito de estufa. Em suma, a nossa meta é um crescimento percentual de dois dígitos e o reforço da liderança na compra de telemóveis recondicionados, reforçando o papel da Swappie na economia circular.
Já nos afirmamos como líderes europeus na venda de iPhones recondicionados, por isso, aspiramos a liderar também na aquisição destes equipamentos por parte do público, promovendo a entrega, reciclagem e valorização destes dispositivos com a Swappie.