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“Acredito que chegámos a um ponto de viragem no mercado nacional” – Luís Meira

Por: João Carreira

A tecnológica portuguesa Oramix encerrou 2022 com um volume de faturação superior a 14 milhões de euros, valor que representa um crescimento de 63% face a 2021.

Em entrevista à PME Magazine, Luís Meira, CEO da Oramix, afirma que a consolidação de projetos de managed services e cibersegurança em Portugal e no estrangeiro e o reforço da sua presença em setores chave como a saúde, banca, seguros, indústria e serviços, foram os principais impulsionadores dos resultados registados no ano passado.

PME Magazine (PME Mag.) – Como surgiu a empresa?

Luís Meira (L. M.) – A Oramix foi fundada em 2001, com o objetivo de apoiar as empresas nacionais na administração de bases de dados Oracle. Somos parceiros desde o primeiro dia e não foi por acaso que optámos por sediar a Oramix no mesmo edifício, no Lagoas Park.

Começámos a Oramix com uma equipa muito reduzida, entre cinco a seis pessoas, e crescemos à medida que fomos ganhando reconhecimento no mercado. Algumas dessas pessoas continuam a colaborar connosco, ao fim de todos estes anos, e são peças-chave na nossa equipa.

Com a evolução do mercado fomos adaptando a nossa oferta comercial às lacunas e necessidades técnicas que identificamos como prioritárias e hoje dispomos de uma rede de parcerias com fabricantes muito interessante, que nos permite apoiar empresas nas mais variadas áreas.

PME Mag. – Como caracteriza a Oramix?

L. M. – A Oramix está atualmente focada em três áreas principais: data management, cibersegurança e apoio à transformação digital das organizações. Apoiamos entidades nos setores da banca, saúde, seguros, indústria e serviços e administração pública.

Contamos com uma equipa altamente qualificada e especializada, da qual muito me orgulho, capaz de prestar um serviço de excelência aos nossos clientes e de dar resposta aos requisitos e aos desafios que nos são colocados pelos nossos clientes.

PME Mag. – Qual o motivo de tão acentuado crescimento com números tão grandes?

L. M. – Nos últimos anos temos assistido a um conjunto de fatores que vieram acelerar a necessidade de transformar a forma como as empresas competem num mercado cada vez mais digital.

A pandemia, a disrupção das cadeias de distribuição e os desafios de cibersegurança vieram acelerar a necessidade de reforçar o investimento tecnológico e há uma maior maturidade das empresas nesta área, com um crescente reconhecimento da necessidade de apoiar o negócio numa infraestrutura robusta e segura.

PME Mag. – Como vê o panorama português no que toca à cibersegurança?

L. M. – Acredito que chegámos a um ponto de viragem no mercado nacional. Assistimos em 2022 a um número elevado de ciberataques a grandes empresas a atuar no mercado nacional e penso que isso possa ter contribuído fortemente para uma maior consciencialização do tecido empresarial português para esta realidade.

Temos em Portugal excelentes perfis técnicos, mas que muitas vezes estão sobrecarregados e que nem sempre têm verbas suficientes para concretizar projetos de cibersegurança. É importante que as equipas de gestão tenham consciência desta realidade para que possamos construir uma rede empresarial mais segura.

PME Mag. – Há algum conselho que possa dar para que as pessoas/empresas se protejam da melhor forma perante ciberataques?

L. M. – É importante que quem está à frente das empresas e entidades públicas tenha consciência de que os ciberataques se vão tornar cada vez mais complexos e que investir apenas em tecnologia já não é suficiente.

As organizações devem assegurar uma abordagem holística: garantir que a tecnologia está corretamente parametrizada e otimizada à realidade do negócio, que os colaboradores são periodicamente formados e que estão conscientes e alerta para os riscos da cibersegurança e que os processos são implementados e revistos de acordo com as boas práticas.

Nenhum destes pilares pode ficar para trás, sob pena das organizações ficarem mais expostas ao risco.

PME Mag. – Quais são os planos para o futuro da Oramix?

L. M. – Em 2023, prevemos um crescimento de 20%, alicerçado na disponibilização dos nossos serviços e soluções no mercado nacional e internacional, num modelo remoto de managed services e MSSP.

Continuaremos a apostar nas nossas principais áreas de atuação: Data management, focados na integração e na automação e análise de dados, bem como na cibersegurança, baseada em análise preditiva (com AI e Machine Learning) e compliance.

Contamos ainda reforçar a nossa equipa, com o recrutamento de mais 20 profissionais, principalmente perfis técnicos e comerciais.

PME Mag – Quer acrescentar algo mais?

L. M. – Recentemente reforçámos o nosso compromisso com a criação de um mercado empresarial mais seguro, com a integração na Rede Nacional CSIRT (Computer Security Incident Response Team).

Estamos muito lisonjeados com o reconhecimento por parte dos restantes membros e acreditamos que, sendo esta uma das nossas áreas core, podemos contribuir com a partilha de boas práticas.

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