Quarta-feira, Dezembro 18, 2024
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Algarve foi a região com mais inscrições nos centros de emprego

De acordo com a Fundação “la Caixa”, em parceria com o Banco BPI e a Nova SBE, sabe-se que, durante o último ano, a região mais afetada pelo desemprego foi o Algarve.

O relatório intercalar “A pandemia e o mercado de trabalho: O que sabemos um ano depois”, lançado pela Fundação “la Caixa”, em conjunto com o Banco BPI e com a Nova SBE, tem como finalidade “traçar um retrato de como a pandemia tem afetado o mercado de trabalho em Portugal, nomeadamente as empresas e população em idade ativa”.

A investigação constatou que as medidas de confinamento impostas para combater a pandemia da Covid-19 tiveram “um impacto profundo” no mercado de trabalho, pelo que muitas empresas tiveram de reduzir a sua atividade ou até encerrar. Adicionalmente, “o aumento da prevalência do teletrabalho e a implementação de políticas como o regime layoff simplificado” foram outras das conclusões retiradas pelos investigadores ao longo do estudo.

Segundo os dados do relatório, em 2020 foram constituídas menos 10 mil organizações face ao ano anterior. Porém, o número de dissoluções acompanhou a tendência negativa. Até abril de 2021, foram encerradas mais de quatro mil empresas, quando comparado com o mesmo período de 2019. Janeiro de 2021 foi, até ao fechar da investigação, o mês com mais dissoluções, com mais de cinco mil organizações a passar por este processo, o que representa o dobro do registado em janeiro de 2019 e de 2020.

Consequentemente, as taxas de desemprego e de subutilização de trabalho aumentaram, em particular a partir de junho de 2020. Ainda assim, em abril de 2021, os valores registados já estavam próximos daqueles verificados no período “pré-pandemia”.

Registou-se um aumento de pessoas inscritas nos centros de emprego, com a prevalência a subir para 28% entre fevereiro e dezembro de 2020, sendo a região do Algarve aquela em que o aumento de desempregados cresceu significativamente.

Verificou-se uma maior incidência nos inscritos com educação secundária, cerca de 30%, mas também o número de inscritos com formação superior aumentou, embora estes últimos tenham tido, segundo o relatório, uma recuperação “mais expressiva”, com uma redução de 12% entre janeiro e maio de 2021.

Destaca-se ainda que, entre o segundo trimestre de 2020 e o primeiro de 2021, o número médio de horas de trabalho diminuiu para os agregados com remunerações mais baixas e, em contrapartida, aumentou para os que têm salário mais altos. “Entre os primeiros, 46% afirmam querer trabalhar mais, mas não encontram emprego que o permita, o que contrasta com apenas 14% para os segundos”.

De salientar que as famílias monoparentais e os jovens foram os mais afetados pela redução do número médio de horas de trabalho.

Não sendo novidade, o teletrabalho ganha destaque ao longo do último trimestre. No segundo trimestre de 2020, a percentagem de pessoas em teletrabalho era de 22,6%, sendo que este valor diminuiu progressivamente, tendo voltado a aumentar para 20,7% no primeiro trimestre de 2021, graças ao aumento de casos de infeção por Covid-19 e ao confinamento.

Em comunicado, evidencia-se também o aumento do salário médio que passou de 929 euros para 982 euros, entre o primeiro trimestre de 2020 e o de 2021. Contudo, “segundo os investigadores, este facto sugere que a maior parte dos postos de trabalho destruídos são os de pessoas com salários mais baixos”.

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