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Bernardo Correia
Bernardo Correia, Country Manager do Google em Portugal (Foto: D. R.)

“As PME não estavam preparadas para o digital” – Bernardo Correia

Por: João Carreira

Bernardo Correia é o Country Manager do Google em Portugal. Na entrevista à PME Magazine, revela o que as ferramentas da multinacional podem fazer para ajudar as empresas no processo de transformação digital, assim como a parceria com o Governo de Portugal que tem o mesmo propósito.

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PME Magazine – Nos tempos que correm, em alguns casos, o governo decretou o teletrabalho obrigatório. De que forma é que as plataformas Google ajudam as PME para que os seus colaboradores trabalhem remotamente? Que ferramentas disponibilizam?

Bernardo Correia (B.C.) – Nós gostamos sempre de pensar no que é que teria acontecido à economia e às empresas se não existissem as ferramentas digitais que existem hoje em dia. Achamos que estas foram uma tábua de salvação, não só para as empresas, mas também para a economia como um todo, durante o confinamento.  

Os números da taxa de utilização são absolutamente estratosféricos. Por exemplo, a nossa plataforma de videoconferência, o Google Meet, aumentou a utilização diária por mais de 30 vezes em relação ao período anterior à pandemia. Globalmente, por dia, tivemos mais de 2 milhões de novos utilizadores em abril. O Google Classroom, a nossa ferramenta para estudantes, chegou aos 100 milhões de estudantes e professores.  

Mas só as ferramentas não chegam: é preciso um apoio financeiro. Nesse sentido, no início da pandemia, demos cerca de 800 milhões de dólares, a nível global, para apoiar as PME e os Governos, especialmente com publicidade gratuita. Em Portugal, acabámos de anunciar o financiamento do Google.org a 500 micro e pequenas empresas, gerido em parceria com a Associação Nacional de Jovens Empresários. 

Também apoiámos a cultura com a digitalização do Museu da Lusofonia e do Museu Bordalo Pinheiro. Apoiámos, ainda, organizações não governamentais, instituições de caridade, pelo que fizemos o lançamento, em Portugal, do Google For Nonprofits, que é o nosso braço filantrópico de apoio a estas organizações nos seus esforços de digitalização. Fizemos, inclusive, donações diretas, como o donativo de 100 mil euros para o Banco Alimentar contra a Fome. 

É preciso perceber o que se está a passar com as empresas e estabelecer uma ligação direta com os consumidores. Por exemplo, uma das coisas que fizemos foi lançar uma série de ferramentas dentro do Google, especialmente em pesquisa e mapas, através de uma ferramenta que temos para as PME chamada Google My Business, que permite aos negócios locais, como os restaurantes, informar os consumidores que agora fazem entregas em casa, ou que entregam fora da loja.  

Para os retalhistas, demos acesso gratuito à nossa plataforma Google Shopping, pelo que é possível qualquer empresa ou comerciante que venda online, criar uma página para vender. Em turismo, um dos setores mais afetados e do qual Portugal depende bastante em termos de PIB, o importante agora é desenvolver a informação no sentido de perceber quando vai haver uma retoma e quais os países interessados em viajar para Portugal, pelo que acabámos de lançar duas ferramentas: o Destination Finder e o Hotel Insight, para ajudar as empresas no setor do turismo a descobrir novas formas de combater a crise e angariar novos clientes.

Eu diria que Portugal sempre teve um défice estrutural gigante do lado da oferta. Os negócios não estavam preparados para o digital, especialmente as PME.

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