Quarta-feira, Novembro 27, 2024
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Consumo regular e moderado de cafeína reduz a memória do medo

Segundo cientistas da Universidade de Coimbra e do MIT, o consumo regular e moderado de cafeína reduz a memória do medo e permite novas abordagens no controlo de fobias e depressão.

 

Um estudo assinado por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) e do Massachussetts Institute of Technology (MIT) revela que “o consumo regular de doses moderadas de cafeína reduz a expressão do medo, abrindo portas para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas no controlo de fobias e depressão”.

Segundo a nota revelada pela UE, “o medo está associado a fobias, stress pós-traumático e depressão”. Há, assim, “grande interesse por parte da comunidade científica em manipular a reação emocional”, adianta a mesma nota, referindo que nos EUA, por exemplo, é mesmo “uma prioridade devido à elevada incidência de stress pós-traumático”.

A codificação das memórias do medo encontra-se armazenada na amígdala do cérebro e o estudo mostra que persistência da memória aversiva depende de uma anomalia “na sinalização mediada pelos recetores A2A (atores envolvidos na comunicação do sistema nervoso central)”.

O resultado foi conseguido através a exposição de ratos a situações negativas em contexto sensorial e espacial. Numa segunda fase, segundo a UC, os animais foram separados em dois grupos e submetidos aos mesmos eventos causadores de aversão.

Ao primeiro grupo foram administradas doses diárias de cafeína para bloquear os recetores A2A, registando-se nestes animais a “diminuição progressiva da retenção da memória aversiva”. Quando colocados no contexto causador do medo, os ratos “ajustaram o seu comportamento, ou seja, adquiriram uma adaptação positiva”, destaca Rodrigo Cunha, coordenador do estudo, citado pela UC.

O coordenador afirma que estes resultados podem ter impacto clínico no futuro: “A partir daqui é possível desenhar e desenvolver fármacos para controlar fobias e traumas, evitando a evolução para a depressão, a doença com maior incidência no mundo ocidental”.

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