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FMI, Banco Mundial e BERD avisam sobre as consequências da invasão russa para a economia mundial (Foto: Unsplash)

CFO ganham destaque na estratégia digital das organizações

De acordo com o estudo da Accenture, os Chief Financial Officers (CFO) têm sofrido alterações no que respeita às funções que ocupam, como resultado da pandemia covid-19. Para além de cargos assentes na gestão financeira, os CFO passam agora a integrar funções relativas ao desenvolvimento de estratégias digitais.

De acordo com o relatório “CFO Now: Breakthrough Speed for Breakout Value”, a dinâmica do mercado e as alterações das expectativas dos consumidores obrigou os CFO a adaptar, ampliar e transformarem as suas funções.

Os executivos “estão a ser desafiados a garantir a redução de riscos das suas empresas”, preocupando-se não só com o departamento financeiro, “mas também os compromissos definidos a nível ambiental, social, de governance e segurança”.

Pedro Galhardas, o Managing Director responsável pela área de Strategy & Consulting, na Accenture Portugal, reconhece que “o papel dos CFO tem vindo a evoluir, cruzando a sua função com a de um ‘responsável digital’, cada vez mais focado na recolha e interpretação de dados”. Acrescentando que, atualmente, o papel dos executivos “vai para além das suas funções financeiras tradicionais.”

O estudo conduzido pela organização global de serviços profissionais revela que os executivos, ao se adaptarem a estas novas funções e desafios, contribuíram para que a eficácia do EBITDA CAGR (compound annual growth rate) duplicasse.

Segundo o relatório, é ainda possível identificar que os CFO podem ampliar os benefícios da transformação digital “através da partilha de insights, tendências de mercado e dados que acrescentem valor entre clientes, canais e produtos.”

O estudo concluiu que o conjunto de gestores assumiu três funções com impacto relevante e direto nas empresas. Estes podem atuar como economic guardians, architects of business value ou então como catalysts of digital strategy.

Relativamente aos economic guardians constata-se que, ao se aplicarem estas transformações, mais de metade das tarefas financeiras tradicionais podem tornar-se automatizadas. Contudo, embora os progressos verificados a nível digital, menos de metade dos CFO, cerca de 43%, “referiu ter usado modelos financeiros avançados”. É ainda evidenciado o facto de que “apenas 23% utilizam a cloud para fornecer novos insights; e apenas 16% usam a mesma para identificar novas oportunidades para gerar valor.”

No que diz respeito aos architects of business value, verifica-se que os CFO estão disponíveis para “utilizar soluções tecnológicas”. Sendo que cerca de 86% dos CFO “aumentaram a frequência e a amplitude de colaboração”, para além de que “88% introduziram novas métricas para potenciar a colaboração e influência do departamento financeiro da sua empresa.”

Sobre os catalysts of digital strategy, observa-se cada vez mais a necessidade de as empresas terem executivos financeiros capazes de repensar nos modelos operacionais e que contribuam para organização da agenda tecnológica. Verifica-se, por isso, que o departamento financeiro é o que mais contribui para diversas áreas dentro das empresas.

O Managing Director afirma ainda que os CFO devem “expandir as suas responsabilidades para as áreas tecnológica e digital para ajudarem a colmatar as necessidades de toda a organização”.