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Licenciatura em gestão de cidades sustentáveis e inteligentes
Esta licenciatura será integrada no departamento de Engenharia Civil (Foto: Divulgação)

Coimbra lança licenciatura em gestão de cidades sustentáveis e inteligentes

Por: Diana Mendonça

A Universidade de Coimbra inicia o novo ano letivo com a criação de uma nova licenciatura em Gestão de Cidades Sustentáveis e Inteligentes. É a primeira do género em Portugal.

Esta licenciatura será integrada no departamento de Engenharia Civil e é apoiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Este curso foi criado de raiz pela universidade e engloba várias áreas, nomeadamente, engenharia, arquitetura, ciências sociais e tecnologias digitais. O objetivo desta licenciatura é promover a integração de várias áreas de saber relacionadas com as necessidades das cidades, nomeadamente, a integração de aspetos tecnológicos com áreas de planeamento, urbanismo, transportes e infraestruturas.

Em entrevista à PME Magazine, Anabela Ribeiro, coordenadora do curso e do departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, esta nova licenciatura “está voltada para a resolução dos problemas atuais das cidades de uma forma sistémica, conjugando várias áreas do saber, quer especializadas quer integradoras”.

“Os problemas das cidades e a sua resolução devem ser centrados nos utilizadores dessas cidades e nas suas necessidades e aspirações, naquilo que hoje se designa como ‘The human-centred city’. Aliás, grande parte dos problemas atuais das cidades resultam do facto de nos termos afastado da escala do humano. Resumindo, é preciso ouvir as pessoas e estudar as suas necessidades e a tecnologia é um aliado essencial quer ao nível de diagnóstico quer ao nível de projeto. Essa junção representará a inovação e inteligência, fundamentais no futuro das nossas cidades”, revela Anabela Ribeiro.

Os alunos que integrem esta licenciatura têm um desconto de 50% na propina a pagar, dado o apoio concedido pelo PRR. Anabela Ribeiro espera que o apoio monetário do PRR também “se faça sentir na contratação pontual de novos docentes no âmbito de algumas disciplinas”.

Estão previstas abrir 50 vagas para este curso, sendo que as expetativas em relação ao preenchimento das mesmas “são muito altas”, uma vez que “existe a clara noção de que faltam estas abordagens sistémicas e integradas na resolução dos nossos problemas e sobretudo na resolução dos problemas das nossas cidades”, revela a coordenadora do curso.

De acordo com Anabela Ribeiro, “grande parte dos problemas das cidades resultam, muitas vezes, de visões demasiado setoriais e segmentadas”, daí que tanto as instituições públicas como as instituições privadas necessitem de profissionais que vão mais além da “formação especializada em técnicas e ferramentas cientificamente e tecnologicamente avançadas”.

Quanto às saídas profissionais, o grau obtido possibilita trabalhar em planeamento e gestão de cidades, contudo, existem outros organismos que vão desde o alcance regional ao alcance internacional que podem incorporar estes profissionais na sua equipa.

Trabalhar a sustentabilidade é um marco do curso fazendo-o em termos económicos, ambientais, sociais e institucionais. Por exemplo, no caso dos incêndios que acontecem todos os verões, Anabela Ribeiro, acredita que o ordenamento do território pode ajudar a minimizar alguns destes efeitos.

“As cidades inteligentes já são a nova tendência. Os sistemas da cidade tendem a estar cada vez mais conectados e o cidadão tende a estar cada vez mais conectado com esses sistemas. No entanto, as infraestruturas das cidades não estão ainda adaptadas a esta nova tendência e é aí que entra esta nova licenciatura: no planeamento e na gestão das infraestruturas das cidades inteligentes e que se querem sustentáveis”, remata Anabela Ribeiro.