Por: Lúcia Carvalho Andersen
Fotos: NAN
A pandemia veio alterar a atividade de muitas empresas nacionais. No caso da NAN, fornecedor de lâmpadas especiais e sistemas de iluminação de palco para a indústria do entretenimento, o cancelamento de eventos culturais arrasou o planeamento da empresa para este ano. Com as portas das salas de espetáculo fechadas abriu-se uma janela de oportunidade para a luz ultravioleta.
Há poucos dias, a Universidade de Boston validou a eficácia das lâmpadas ultravioleta da empresa holandesa Signify – o maior produtor de lâmpadas do mundo – na destruição do novo Coronavírus. Um produto que a NAN conhece bem e com o qual trabalha, há muito tempo, nos projetos de iluminação.
A adaptação da empresa portuguesa à nova realidade do mercado, passou naturalmente pelo desempenho da luz no ambiente. Apoiando-se na certificação científica da universidade norte americana, a NAN decidiu investir nesta tecnologia e traz agora para Portugal os equipamentos, GoldenSea UV, com as lâmpadas ultravioleta da Signify.
São pouco maiores que um aquecedor e podem desinfetar um espaço, qualquer que seja a dimensão, em poucos minutos. Seja um elevador ou uma fábrica.
Luís Vidigal, especialista de produto da NAN, garante que “a eficácia da tecnologia foi comprovada em laboratório reduzindo em 99,99% a ação do Sars-cov-2, o novo Coronavírus. Quando a radiação UV-C entra em contato com o vírus, causa uma reação que danifica o seu RNA tornado-o incapaz de se replicar, ficando assim inofensivo”.
“E agora que se sabe da propagação do vírus pelo ar, este método está a ser recomendado por um grupo de 239 cientistas numa carta aberta à OMS. O tempo necessário deverá ser calculado em função da área das superfícies a desinfetar e da potência do projetor mas estaremos sempre a falar de minutos. Isto é importante porque a desinfeção tem de ser feita entre utilizações do espaço uma vez que este tipo de radiação é perigosa para os humanos”, adianta.
A esterilização por ultravioleta é usada já há muitos anos em espaços e equipamentos, sobretudo na área hospitalar, com investimentos dispendiosos.
Dos palcos para as empresas
Recentemente, a radiação ultravioleta tem sido alvo de inúmeros testes com resultados muitos positivos, sendo recomendada como a forma mais eficaz de combater o vírus, uma vez que desinfeta não apenas as plataformas físicas mas também o ar. Na atual corrida contra a pandemia, a tecnologia evoluiu de forma rápida e competitiva para responder a um mercado com tempo e recursos limitados.
“Os equipamentos que acabámos de disponibilizar no mercado, os Goldensea UV, situam-se entre os 500 e 3000 euros dependendo da capacidade de radiação. As lâmpadas duram 9.000 horas, garantindo a sua utilização durante anos e traduzindo o uso diário em cêntimos por cada utilização. Estes são valores acessíveis praticamente à totalidade dos setores da sociedade, se pensarmos em escolas, restaurantes, autocarros, lojas ou outros espaços públicos”, avança Luís Vidigal.
A NAN acredita que a higienização dos espaço, passa necessariamente pela tecnologia UV. Não apenas pelos valores acessíveis mas pela eficácia, uma vez que é o único equipamento capaz de desinfetar o ar.
Um pouco por todo o mundo, a radiação ultravioleta está a ser experimentada com bons resultados. O metro e os autocarros de Nova York e de Londres são algumas das infra-estruturas que estão a ser desinfetadas com esta tecnologia que não é tóxica nem deixa qualquer resíduo.
Para Luís Vidigal, a NAN pode ter, assim, a chave para reabrir as portas das salas de espetáculo. Um parceiro que ilumina os palcos, como sempre, mas também capaz de garantir a desinfeção da sala para receber os espectadores em segurança.