De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, as empresas que receberam apoios da Segurança Social no custo dos salários ou que entraram em layoff terminaram 2020 com menos 117.900 trabalhadores, valor que se traduz num decréscimo de 5% relativamente ao final de 2019.
A grande maioria deste número registou-se entre abril e junho do ano passado, altura em que foi implementada a medida de layoff simplificado, estando as empresas proibidas de despedir coletivamente ou afastar os trabalhadores através da extinção de postos de trabalho. As medidas não previam, no entanto, a renovação dos contratos já existentes.
Tanto nestes casos como nos apoios excecionais à família os salários foram suportados, em parte, pelos contribuintes, com a Segurança Social a efetuar o pagamento dos mesmos recorrendo a transferências do Orçamento de Estado.
Em 2020, houve uma redução geral do emprego nas empresas apoiadas pelas medidas. Os meses de agosto, setembro e novembro registaram uma certa recuperação, que se inverteu nos meses de outubro e dezembro. Em termos líquidos, a maior redução no trabalho deu-se durante o mês de maio, com a perda de mais de 39 mil postos.
Relativamente às empresas que não necessitaram de apoio para pagar salários, verificou-se um aumento do volume de emprego no final do ano passado. Apesar da perda generalizada de emprego que estas empresas enfrentaram entre janeiro e julho, os restantes meses do ano permitiram um aumento no número de trabalhadores relativamente ao ano anterior, com dezembro a destacar-se pelo crescimento em cerca de 26 mil trabalhadores.
Com as empresas apoiadas pelo Governo a eliminarem alguns dos postos de trabalho mais mal pagos, verificou-se um aumento da média salarial em cerca de 3,5%, o que reflete um crescimento médio salarial superior às empresas que não precisaram de apoios, onde se verificou um crescimento de 2,5% em relação a dezembro de 2019.
