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fraca representação feminina nas empresas
O estudo “Web3 Already Has a Gender Diversity Problem” revela que as startups fundadas por homens angariam quase quatro vezes mais capital do que as fundadas por mulheres (Fonte: Pexels)

Empresas de Web3 com pouca representatividade feminina nas equipas

Por: Filipa Ribeiro

As empresas de Web 3.0, focadas no desenvolvimento de novas aplicações de várias indústrias a nível global, ainda registam pouca representatividade das mulheres nas equipas fundadoras e entre os investidores. O estudo “Web3 Already Has a Gender Diversity Problem” conclui que apenas 13% inclui uma mulher e apenas 3% tem uma equipa exclusivamente feminina.

A análise à diversidade de género dos fundadores e investigadores de empresas de Web 3.0, com recurso a uma base de dados constituída por cerca de 2.800 participantes, revelou que esta sub-representação é mais acentuada nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) e na indústria tecnológica em geral.

Uma diferença mais significativa quando se trata do financiamento destas empresas, onde as startups fundadas por homens angariam, em média, quase quatro vezes mais capital do que as fundadas por mulheres, cerca de 30 milhões de dólares contra 8 milhões.

A disparidade de género é comum a todo o setor da Web. O relatório mostra que a discrepância entre homens e mulheres na constituição das equipas é maior do que no conjunto dos trabalhadores em áreas STEM, onde as mulheres constituem 33% da força de trabalho, com 25% a assumir papéis técnicos.

Os números são alarmantes. Estamos perante uma crise tanto económica como de diversidade, e estamos a perder a oportunidade de apoiar e escalar negócios concebidos a pensar em clientes do sexo feminino”, reflete Jessica Apotheker, Chief Marketing Officer da BCG.

O novo estudo apresenta também medidas que visam contornar tais desequilíbrios. As recomendações passam por garantir uma monitorização contínua através da elaboração de novos relatórios sobre a equidade, colocar mais mulheres em equipas de investimento, estabelecer parcerias com reguladores e construir um ecossistema de suporte, investindo tempo e recursos.

Apesar do atual ecossistema estar enviesado para o género masculino, estamos ainda numa fase muito inicial do desenvolvimento da Web 3, o que constitui uma oportunidade incrível para não se repetir erros passados e assegurar que as mulheres têm os recursos e o financiamento de que necessitam para liderar a nova economia digital“, acredita Simone Berry, cofundadora do People of Crypto Lab.

O relatório “Web3 Already Has a Gender Diversity Problem” foi publicado pela BCG X, unidade de desenvolvimento e design tecnológico da Boston Consulting Group, e pela People  of Crypto Lab, um estúdio que visa impulsionar a diversidade, equidade e a inclusão no ecossistema da Web3.