Segunda-feira, Março 31, 2025
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Envelhecimento da população pode diminuir o crescimento do PIB

Por: Redação

 

A redução da população em idade ativa poderá levar a uma desaceleração do crescimento do PIB per capita português em 0,6 pontos percentuais por ano até 2050, segundo um estudo do McKinsey Global Institute (MGI).

O declínio das taxas de natalidade e o envelhecimento da população têm levado a uma transformação demográfica global. Esta realidade poderá “afetar os mercados de trabalho e colocar em risco os sistemas de pensões”, lê-se no comunicado enviado pelo Instituto. 

Ainda segundo o estudo, atualmente, dois terços da população mundial vivem em países onde as taxas de natalidade estão abaixo do nível de reposição de 2,1 filhos por mulher. Em Portugal, essa taxa situa-se em 1,5, o que reflete um cenário desafiador para o futuro.

O MGI alerta ainda que este fenómeno está a transformar as pirâmides populacionais, tornando-as mais semelhantes a obeliscos, caracterizados por um crescimento acentuado da população idosa e uma redução expressiva do número de jovens.

 

População em idade ativa cairá em economias avançadas e China

O estudo prevê que, nas economias avançadas e na China, a população em idade ativa cairá dos atuais 67% para 59% até 2050. Em Portugal, essa redução será ainda mais significativa, passando de 63% para 53%.

Além disso, o número de pessoas em idade ativa por cada reformado deverá cair de 2,6 para 1,6 nos próximos 25 anos.

Atualmente, os consumidores com mais de 65 anos representam 2,1 euros em cada 10 euros gastos. Até 2050, este valor poderá subir para 3,1 euros, o que exigirá mudanças nas estratégias empresariais para responder a este novo perfil de consumo.


Empresas terão de repensar estratégias

Chris Bradley, sócio sénior e diretor do MGI, sublinha a necessidade de mudanças estruturais profundas. “Os modelos económicos baseados no crescimento da população ativa são coisa do passado. Precisamos de mudanças profundas para sustentar o aumento do nível de vida”, afirma.

O estudo também aponta que “as empresas terão de repensar as suas estratégias para captar o mercado sénior, gerir equipas multigeracionais e investir em tecnologias que impulsionem a produtividade”.

Além disso, os governos terão de projetar políticas públicas para incentivar à natalidade, bem como reforçar a poupança para a reforma, a saúde pública e a promoção de longevidade saudável.

Portugal, tal como outras economias avançadas, enfrenta um grande desafio. No entanto, como destaca Marc Canal, investigador sénior do MGI, “as alterações demográficas, ao contrário de outros fenómenos, têm uma vantagem importante: evoluem lentamente e são altamente previsíveis”.

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