Um estudo levado a cabo pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal conclui que a descida de 10% da taxa social única (TSU) das empresas para 13,75%, compensada por uma taxa de 5,4% sobre o valor acrescentado líquido (VAL) poderá traduzir-se na criação líquida de cerca de 200 mil novos empregos.
Segundo avança a edição online do Jornal Económico, o estudo, que será apresentado esta quarta-feira, o atual cenário demográfico e laboral obrigada a uma maior base de financiamento, num modelo complementar, que poderá ser o alargamento da base de incidência da TSU ao VAL.
As empresas pagam, atualmente, uma TSU de 23,75% sobre a remuneração dos trabalhadores.
Armindo Silva, que liderou a produção do estudo, considera que este modelo iria aliviar a carga contributiva dos setores de comunicação e criativos, a educação, os serviços pessoais e diversos, saúde, serviços às empresas, transportes, construção e indústrias transformadoras.
“Por exemplo, calcula-se que uma baixa de 10 pontos percentuais da atual TSU pudesse ser compensada integralmente por uma taxa de 5,4% sobre o VAL, de que se deduziria o montante pago sobre as remunerações”, defende o economista.
Armindo Silva sublinha, ainda, que o financiamento da Segurança Social iria, desta forma, evoluir a um ritmo mais próximo do PIB, não ficando “tão dependente da evolução da massa salarial”.
Contudo, haverá sempre riscos inerentes a este modelo.
“Sendo o efeito positivo da reforma sobre a carga contributiva distribuído por um grande número de empresas e setores, já o efeito esperado negativo estaria concentrado num pequeno número de grandes empresas, o que favorece uma reação concertada de bloqueio ao esforço reformista”, salienta.