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imobiliário Portugal 2023
O mercado imobiliário está saudável, mas com perspetivas de vir a estagnar devido ao contínuo aumento das taxas de juro (Fonte: Pexels)

Estudo prevê estagnação no investimento imobiliário em Portugal para 2023

Por: Filipa Ribeiro

A Prime Yield, um grupo que presta serviços de consultoria e avaliação de ativos, divulgou a edição deste ano do “Guia de Investimento para SOCIMIs e SIGIs” – um balanço do desempenho dos mercados imobiliários de Portugal e Espanha em 2022.

Em Portugal, o mercado imobiliário encontra-se num bom momento. Segundo o estudo, o ano somou 3.000 milhões de euros transacionados no investimento em imobiliário comercial (mais 36% do que no ano anterior e a ser liderado pelos ativos de escritórios e pelos hotéis).

Na habitação, a Prime Yield antecipa um volume de fogos vendidos no país alinhado com o de 2021, embora com um crescimento de pelo menos 10% no montante transacionado (um fator expectável com o aumento do preço das casas). E nos escritórios, o Porto contou com cerca de 57.000 m2 ocupados e Lisboa com mais de 270.000 m2.

O documento fala num mercado saudável em 2022, mas com perspetivas de vir a estagnar este ano, no contexto do contínuo aumento das taxas de juro. Relativamente ao investimento em imobiliário comercial, estima-se um volume de transações na ordem dos 2.500 milhões de euros, que representa uma redução de 17% face a 2022 (onde foram transacionados 3.000 milhões de euros) e de -29% face a 2018 (onde o investimento ascendeu os 3.500 milhões de euros).

Um abrandamento expectável para a Prime Yield, pois com o aumento das taxas de juro e da inflação, aumenta também o custo do financiamento e o valor dos imóveis.

Vai ter um impacto direto no investimento imobiliário, pois aumenta o custo de capital e o custo de financiamento, levando naturalmente a um aumento das yields exigidas. Este é um fator determinante para que a atividade não prossiga com a trajetória de aceleração dos últimos anos”, explica o CEO do grupo, Nelson Rêgo.

No entanto, para o responsável, “um volume de investimento na ordem dos 2.500 milhões de euros continua a ser reflexo de um mercado saudável”.

Existe muita procura e o mercado tem uma generalizada falta de oferta, quer de produto para investimento, quer para ocupação, o que vai continuar a sustentar os preços e as rendas mesmo no cenário de perda de poder de compra das famílias e da maior cautela dos investidores”, conclui o CEO da Prime Yield.