Por: António Ramos Pires, professor universitário e presidente da Associação Portuguesa para a Qualidade (APQ)
As empresas portuguesas sabem que a qualidade é um fator fundamental de competitividade. Contudo, as PME nem sempre têm esta convicção transformada em práticas e procedimentos. Com frequência dão prioridade a outros fatores de competitividade (custos, prazos, tempos de resposta, tecnologia), esquecendo que a qualidade pode não ser um fator suficiente para alcançar uma posição competitiva, mas é sem dúvida necessário, porque sem ele os outros fatores deixam de fazer sentido. A crise económica só tornou esta realidade mais evidente.
Esta realidade fica bem expressa quando se analisam os investimentos. Estes tendem a ser feitos com relativa facilidade quando se trata de equipamentos (por vezes caros), mas com mais dificuldade quando se trata da introdução de técnicas e métodos da gestão e da qualidade. Temos verificado que os investimentos são feitos de acordo com duas prioridades: a primeira tem a ver com a satisfação de exigências dos clientes; a segunda tem a ver com a perceção dos benefícios. Quando alguma destas situações se verifica, os empresários não têm objeções a investir o que for necessário, porque muitas vezes estão em causa prejuízos avultados, se não mesmo a própria sobrevivência. Contudo, as energias ficam muito concentradas nos aspetos mais de curto prazo, ficando prejudicados os de melhoria e otimização e aprendizagem organizacional.
Em muitos casos, os benefícios não são quantificados e comparados com os investimentos, o que retira alguma legitimidade aos argumentos da qualidade, no que respeita a investimentos nesta área.
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