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Foi divulgada, este domingo, a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) que põe a nu esquemas de corrupção sobre a forma como Isabel dos Santos, filha do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos, construiu a sua riqueza.
A investigação envolveu jornalistas de órgãos de comunicação social, como o The Guardian, a BBC, o jornal Expresso e a SIC em Portugal, na qual foram analisados mais de 715 mil ficheiros
Em causa, entre outras questões, está a transferência de pelo menos 115 milhões de dólares de fundos públicos para uma conta offshore no Dubai na altura em que Isabel dos Santos era presidente do conselho de administração da petrolífera pública angolana Sonangol, nomeada pelo governo liderado pelo pai.
Segundo o Expresso, a transferência foi justificada como sendo um pagamento de serviços de consultoria prestados à Sonangol, contudo, o dinheiro teve como destino uma conta bancária de uma companhia offshore, a Matter Business Solutions, controlada pelo principal advogado da empresária, o português Jorge Brito Pereira.
A investigação Luanda Leaks resultou dos documentos obtidos pela plataforma PPLAAD, de proteção de denunciantes em África.
Depois da investigação ter sido divulgada, a empresária reagiu no Twitter, acusando o atual governo de Angola de um “ataque orquestrado” e ainda a SIC e o Expresso de “racismo” e “preconceito”.
A investigação já teve repercussões internacionais. A consultora PricewaterhouseCoopers (PwC) confirmou ter cessado contratos em curso com entidades controladas por membros da família de Isabel dos Santos.
Além disso, o nome da empresária angolana foi retirado da lista de participantes do Fórum Económico Mundial em Davos, que arranca na próxima terça-feira com os principais líderes políticos e económicos mundiais.
