A empresa de recrutamento Robert Walters realizou um estudo com 2.000 profissionais para perceber quais os principais motivos que levam os trabalhadores a preparem-se para uma mudança.
A falta de segurança no cargo atual (72%), as condições económicas turbulentas (55%), as mudanças internas nos negócios (45%) e a baixa satisfação no trabalho (33%) foram as razões levantadas.
François-Pierre Puech, diretor da Robert Walters Portugal, explica que a “pesquisa destaca como os profissionais estão cientes das dificuldades que as organizações enfrentam atualmente devido a condições económicas desafiadoras, daí o surgimento de táticas de amortecimento de carreira como medida de proteção”.
O amortecimento de carreira (ou career cushioning, em inglês) é o processo de ser-se proativo sobre as perspetivas de carreira de modo a “suavizar o golpe” caso algo dê errado com o emprego atual – um fenómeno que a Robert Walters acredita ter crescido à medida que a instabilidade económica se aproxima com uma possível recessão.
Segundo o estudo, mais de um terço dos trabalhadores (37%) admite tomar medidas para preparar-se para procurar outro emprego como uma tática de “por via das dúvidas”.
Quando questionados sobre que tipo de tática os trabalhadores estavam a adotar para criar um “amortecimento de carreira”, a monitorização do mercado de trabalho (66%) e a atualização do currículo (43%) destacam-se em primeiro lugar. Seguem-se o networking (36%), a candidatura a novas posições (33%), a requalificação e formação (30%) e os trabalhos com coach de carreira ou recrutador (22%).
“O amortecimento da carreira nem sempre precisa ser visto como algo negativo pelos empregadores; em muitos casos, pode levar à qualificação dos funcionários, tornando-os mais determinados a ter sucesso ou engajados em mais networking, a agregar maior valor aos negócios”, conclui o diretor da Robert Walters Portugal.