Home / MERCADO / Economia / Ministro das Finanças recusa políticas expansionistas no momento atual
Inflação
O Ministro das Finanças defendeu que o Governo não pode adotar políticas expansionistas, defendendo a cooperação entre políticas fiscais e monetárias (Fonte: Pixabay)

Ministro das Finanças recusa políticas expansionistas no momento atual

Por: Marta Godinho

No atual contexto de inflação crescente, o ministro das Finanças defendeu que o Governo não pode adotar políticas expansionistas, defendendo a cooperação entre políticas fiscais e monetárias.

Durante a participação na conferência para assinalar o primeiro aniversário da CNN Portugal, Fernando Medina declarou, esta terça-feira: “Não podemos ter políticas expansionistas, porque isso seria errado neste momento”.

Medina fez algumas declarações quanto à subida das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) pela escalada inflação, afirmando que “em momentos de subida de taxas de juro, acaba por haver sempre tensões”, mas que uma “abordagem cooperativa entre política fiscal e monetária” é a melhor forma de obter melhores resultados para a economia e para o emprego.

O governante defendeu, ainda, a sua proposta alternativa “ que também não tem nada de inovador, que é haver mesmo coordenação de políticas, que é cada um fazer a sua parte”.

Medina reforçou que a política orçamental “não é expansionista, mas também não é de contração”. Adiantou que “é uma política que tenta ser neutra”.

“Nós procuramos não contribuir para a contração da economia, […] mas o Estado também não pode ser um elemento acelerador de um processo inflacionário, esse sim já com raízes internas”, acrescentou.

Quanto às dificuldades dos titulares de crédito à habitação, o ministro diz estar preocupado, apesar de “o problema está mais concentrado nos créditos mais recentes, onde a dimensão de juro é ainda muito significativa” e o stock de crédito no país “é mais envelhecido do que era há uns anos”, ou seja, está menos exposto aos juros.

É de reforçar que Portugal vai atingir uma dívida de 115% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do ano. O governante disse que quer que “a dívida do Estado deixe de ser um problema para os agentes económicos, para as famílias no seu financiamento […] e que a dívida pública passe a ser um ativo nas condições de financiamento da economia”.

Por fim, Medina abordou a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), onde são precisos “fazer estudos, projetos, concursos” e que, apesar de não poderem ser dispensados da sociedade, é sempre preciso “avaliar se são proporcionais”.