Quinta-feira, Novembro 21, 2024
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“As negociações falham por ego a mais” – Paulo Veiga

Por: Ana Rita Justo

Dono do principal grupo de gestão documental em Portugal, Paulo Veiga formou-se em Economia e, desde cedo, começou a negociar. Em entrevista à PME Magazine, o CEO do Grupo EAD fala da constante aprendizagem e das técnicas que é preciso não esquecer para uma negociação bem-sucedida.

Vídeo: NortFilmes

PME Magazine (PME Mag.) – Lembra-se de quando é que fez o seu primeiro negócio?
Paulo Veiga (P. V.) – O meu primeiro negócio foi quando vendi o meu computador Spectrum a um rapaz muito mais novo do que eu, tinha eu 14 ou 15 anos. O Spectrum tinha um gravador com umas cassetes que tinham jogos e depois tinha um computador que servia de teclado e nós carregávamos os jogos durante meia hora para o computador e jogávamos na televisão que tínhamos lá em casa. Foi uma venda difícil, porque as fitas dos jogos estavam muito estragadas. A partir do momento em que entrou o primeiro jogo e eu deixei o rapaz a jogar, virei-me para a mãe: “Está a funcionar, muito obrigado, pode pagar-me”. Mas com certeza comecei a negociar muito antes na minha vida. Comecei a negociar os brinquedos que queria com os meus pais, quando era pequenino e ia às compras, ou à feira, ou ao supermercado. Essas negociações não o eram no verdadeiro sentido da palavra, mas são as mais úteis que fazemos na vida e aprende-se muito com as crianças que são, tanto quanto sei, os melhores negociadores do mundo.


PME Mag. – Foi na faculdade que teve a ideia para criar o negócio que deu origem à EAD e, na altura, pediu ajuda a um professor. O que é que negociou?
P. V. – Nada. Fui falar com o senhor com uma mão à frente e outra atrás. Porque ele queria abrir uma empresa de consultoria em gestão de projetos e foi chamar os alunos mais brilhantes da turma e do curso. E eles recusaram todos porque tinham trabalho no Banco de Portugal e nessas grandes instituições. E eu era um aluno extremamente mediano, acabei o curso com uma média de 11,5. Coloquei o dedo no ar, fui falar com o professor e coloquei-me inteiramente à disposição dele. Se ele dissesse que era trabalho de escravo, eu aceitava. Naquela altura, quando não temos nada para dar em troca sem ser agradecer a oportunidade, eu não tinha outra opção. E ainda bem que o fiz.

 

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