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Tiago Santos Paiva
Tiago Santos Paiva é o CEO da WSA (Foto: Divulgação)

“O foco tem de ser as relações humanas” – Tiago Santos Paiva

A WSA, uma agência de produção de eventos e de brand content, viu o seu negócio afetado devido à pandemia. No entanto, graças aos bons resultados obtidos nos anos anteriores e, por outro lado, à capacidade de adaptação, conseguiu ultrapassar as circunstâncias. Com clientes como a Caetano Baviera/BMW Portugal, a Bledina, Wickett Jones e com o agenciamento de talentos como o humorista Salvador Martinha e o Chef Miguel Rocha Vieira, a WSA reorganizou-se internamente e alterou algumas dinâmicas. Em entrevista à PME Magazine, Tiago Santos Paiva, o CEO da agência, fala sobre o percurso da empresa e sobre as previsões para o futuro.

PME Magazine (PME Mag.) – Como surgiu a WSA e o que a distingue?

Tiago Santos Paiva (T.S.P.) – A WSA surge em 2010 da vontade dos dois sócios fundadores (Zé Diogo Lucena e Bernardo Villar) de profissionalizar algo que já faziam a título pessoal. Prestação de serviços de design e fotografia. Desde então a empresa tem crescido, a estrutura aumentou e com ela a oferta que temos. Neste momento podemos identificar três áreas: O brand content, os eventos e agenciamento de artistas e o estúdio de produção audiovisual. O que nos distingue é sem dúvida a equipa. Pela sua entrega e pela sua complementaridade nas várias áreas que compõem a empresa.

PME Mag. – Como tem sido o crescimento da empresa e de que forma foi possível?

T.S.P. – O crescimento da WSA tem sido faseado e sustentado. Por coincidência, a cada quatro anos têm existido grandes mudanças. Em 2014 criámos um estúdio de produção de fotografia e vídeo, em 2018 abrimos a área dos eventos e o agenciamento de artistas e queremos acreditar que em 2022 quando o mercado estiver mais aberto, também a empresa terá um rumo diferente ao que projetámos no final de 2019. O crescimento da empresa tem sido possível pela boa relação de trabalho que existe e por esta ser estendida aos clientes. Os nossos clientes são a grande força de vendas. Temos como grande objetivo “a entrega” pois a mesma é o “último” ponto de contacto com o cliente e o que o faz recomendar-nos ou não. Processos difíceis, mais ou menos céleres, são comuns, mas onde nos destacamos é na fase final onde tentamos sempre surpreender o cliente.

PME Mag. – Qual o valor de faturação da empresa?

T.S.P. – Antes da pandemia a WSA faturava cerca de 2M. Com a pandemia perdemos algum volume que queremos acreditar que será recuperado em 2022.

PME Mag. – Com a pandemia tiveram de inovar e criar novas áreas de negócio. Quais as novidades que surgiram? Que desafios surgiram com elas?

T.S.P. – A pandemia foi uma boa altura para nos desafiarmos e arrumarmos a casa. De facto, pelo volume e crescimento que tivemos em 2018/2019, já não estávamos a conseguir fazer new business, estávamos muito focados no volume que alguns clientes nos traziam e estávamos constantemente a ter de recusar trabalho. Felizmente conseguimos não colocar ninguém em layoff e utilizar o tempo que a equipa dos eventos tinha em excesso para fazer propostas proativas a algumas marcas com as quais não tínhamos conseguido trabalhar. Isto permitiu que ganhássemos muitos clientes novos, de peso e embora que com os orçamentos atualmente a serem mais reduzidos, acreditamos que quando a economia abrir estaremos muito bem preparados para dar resposta. Neste momento apostámos muito em cultura, seja com espetáculos com os agenciados seja na criação de novos formatos e esta foi uma das formas de mostrarmos aos clientes que com todas as restrições, estamos ativos e conseguimos fazer acontecer de forma segura.

PME Mag. – De que forma teve a comunicação impacto no vosso crescimento?

T.S.P. – Sem dúvida que a comunicação é essencial ao crescimento. Felizmente trabalhamos com marcas muito “sexys” mas se não partilharmos que o fazemos só o cliente é que sabe e a comunicação “boca-a-boca” tem muito impacto mas felizmente hoje em dia já existem ferramentas mais massificadoras. Ninguém nasce ensinado e a vermos bons exemplos é que aprendemos. Gostávamos que cada vez mais pessoas nos seguissem e conseguissem aprender connosco como o fazemos com muitos que têm mais experiência. Seria um bom sinal. 

PME Mag. – Que dicas daria para manter a resiliência numa situação de crise, como foi o caso desta pandemia? Há fatores que considera imprescindíveis? Quais?

T.S.P. – O foco tem de ser as relações humanas. Preocupa-me a falta de cultura empresarial que existe em muitas empresas, preocupa-me a falta de conhecimento que as direções têm dos reais problemas dos colaboradores. Em situações de crise, se conseguirmos manter a equipa unida conseguimos ter força para encontrar alternativas, descobrir novos desafios. Por outro lado, se formos falando com os clientes e conseguirmos ir apresentando alternativas, dando-lhes know how do que podem ou não fazer, também conseguimos manter a ligação.

PME Mag. – E agora? Qual o futuro da WSA?

T.S.P. – Conseguimos manter a estabilidade financeira e angariar novos clientes. Conseguimos especializar-nos no digital, nos eventos e no brand content, abrimos novas áreas de negócio como os espetáculos ao vivo e em 2022 vamos começar a produzir conteúdos para televisão, com toda a visibilidade e desafios que isso acarreta. Prevejo um bom futuro!