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Bruno Salomão SocialPubli
Bruno Salomão, Country Manager da SocialPubli (Foto: Divulgação)

“O futuro passa pela relação entre a marca e os influenciadores” – Bruno Salomão

Por: Rafaela Silva

A agência de influenciadores SocialPlubli está presente em mais de sete países e conta com mais de 150 mil influenciadores e cerca de três mil campanhas realizadas. Fundada em 2015, com sede em Madrid, Espanha, a SocialPubli nasceu com a missão de apoiar empresas e marcas nas suas campanhas, para isso conta com a mais valia do marketing de influência.

A SocialPubli é uma agência 100% focado no marketing de influência, pelo que se torna fundamental conhecer bem os seus clientes, o target dos seus clientes, os potenciais influenciadores digitais, entre outras características imprescindíveis para delinear uma estratégia de campanha.

Em entrevista à PME Magazine, o Country Manager da SocialPubli, Bruno Salomão, explica o que é o marketing de influência e qual a sua importância para as empresas e/ou marcas num mundo digital.

PME Magazine (PME Mag.) – Com que finalidade nasceu a Agência SocialPubli? O foco foi sempre o marketing de influencers?

Bruno Salomão (B. S.) – A agência SocialPubli nasceu com a finalidade de tornar toda a vertente estratégica e operacional de uma campanha um processo mais fácil para os nossos clientes e parceiros. O nosso principal foco e posicionamento é ser o braço direito, quer a nível estratégico quer a nível operacional, dos nossos clientes e facilitar todos os processos inerentes à campanha. Desde a definição da estratégia e do plano editorial à escolha dos influenciadores e monitorização do conteúdo, é tudo tratado do nosso lado. O cliente apenas precisa de validar todos estes processos para podermos seguir com toda a operacionalização da campanha e acompanhamento da mesma.

PME Mag.  – O que é o marketing de influência?

B. S.  – O marketing de influência sempre existiu, visto que todos influenciamos à nossa maneira no nosso dia-a-dia com as pessoas que nos rodeiam. No entanto, com o surgimento dos primeiros blogues e das redes sociais, a porta para a construção de uma imagem ou partilha de experiências pelos próprios abriu-se. É, no fundo, um híbrido de ações de marketing que se baseia em passar uma mensagem por pessoas para uma audiência que seja relevante para a marca em questão. Com este tipo de estratégia, cria-se e aumenta-se muito a notoriedade de uma marca de modo a que esta alcance cada vez mais pessoas e, como consequência, gere mais vendas. Neste momento, as marcas apostam muito no marketing de influência e olham para este como uma certeza de mercado onde existem efetivamente resultados.

PME Mag.  – Olhando para a realidade da influência digital em Portugal, como olha para as empresas/negócios que não abordam ou utilizam este tipo de estratégia de comunicação?

B. S.  – O mundo do marketing de influência está sempre em constante mutação, tal é a evolução contínua e rápida que as redes sociais têm hoje em dia. Uma marca/empresa que acompanhe esta evolução é, paralelamente, uma marca atenta, que arrisca e evolui. Empresas que não apostam neste tipo de marketing e neste tipo de ações de estratégia digital mais facilmente ficarão estagnadas e não conseguirão acompanhar o pensamento do consumidor de hoje em dia, que é cada vez mais digital e cada vez mais conhece marcas nas redes sociais e compra através das mesmas.

Empresas que não apostam neste tipo de marketing e neste tipo de ações de estratégia digital mais facilmente ficarão estagnadas e não conseguirão acompanhar o pensamento do consumidor.

PME Mag.  – Que tipo de projetos e iniciativas desenvolve a SocialPubli?

B. S.  – A SocialPubli é uma agência em constante crescimento e sem medo de arriscar. Para além do foco principal ser o de criar um elo entre os nossos clientes e parceiros com os influenciadores de forma a facilitar todos os processos inerentes a uma campanha, também estamos presentes em iniciativas como eventos, agora, 100% digitais. Aproveito para referir que dia 15 de Junho vamos liderar um evento acerca do TikTok e de como esta é uma plataforma em crescente evolução. Partilharemos algumas estatísticas e um estudo que fizemos acerca da plataforma, assim como teremos convidados ligados ao mundo digital a dar o seu testemunho. Trabalhamos para dar a conhecer à nossa audiência um pouco mais sobre aquilo em que realmente somos especialistas que é o marketing de influência.

PME Mag. – Que características considera necessárias ter um influenciador no momento de “representação” de uma marca?

B. S. – No momento de representação de uma marca, existem várias características importantes a ter em conta num influenciador, sempre variando de cliente para cliente e de aquilo que nos pedem. E, na verdade, cada vez mais as marcas têm um maior conhecimento e exigência face ao mercado, o que é ótimo. Numa primeira fase, avaliamos bem quem é o nosso cliente, qual o seu propósito, objetivo, etc. A partir daí, a nossa equipa especialista em avaliação e pesquisa de perfis, faz uma avaliação de quais os melhores criadores de conteúdo e influenciadores para cada campanha a comunicar. É verdade que antes o número de followers era o critério de avaliação primordial para a criação de campanhas, mas isso mudou. Hoje, dependendo da campanha, faz todo o sentido avaliar o tipo de influenciador que queremos trabalhar, sejam eles nano, micro, middle ou macro influencers. Cada um tem o seu propósito e valor, e numa boa e robusta estratégia de marketing de influência faz sentido usarmos os diferentes layers. Por fim e não menos importante, focamo-nos nas métricas (não só no engagement rate), mas numa panóplia de métricas que nos permite avaliar de forma qualitativa e quantitativa estes dados. Este último ponto é o que determina a nossa maior probabilidade de termos melhores resultados e de gerarmos mais alcance. Em resumo, a qualidade de conteúdo, o facto de serem genuínos, a ligação à marca ou estilo de vida e as métricas que conseguimos avaliar são os passos essenciais para a definição do bom influenciador.

PME Mag. – Como olha para o futuro do marketing de influencers? Quais são as maiores expectativas?

B. S.  – Acredito ser uma área que ainda vai crescer imenso e que esta mesma evolução vai ser sempre paralelamente acompanhada com a evolução do nosso consumidor. O digital é o presente, mas também é o futuro e, por isso, estamos sempre informados cada vez que existe uma feature nova numa rede social ou algo que chame a atenção do consumidor, de modo a perceber como implementar nas nossas campanhas. A expectativa é que cada vez mais exista esta evolução para que consigamos ajudar os nossos clientes e parceiros a chegar a mais pessoas através do marketing de influência. De facto, o marketing de influência vive em torno das redes sociais e é um facto que ninguém tem uma bola de cristal, mas o social media está em constante crescimento. Vejamos o TikTok, que teve um boom gigante e talvez seja a rede social da moda (sendo que o Instagram ainda é a plataforma que mais movimenta investimento em termos de marketing de influência em Portugal), mas de repente, já começamos a ouvir falar do Poparazzi e, tomem nota, em breve iremos ouvir falar muito do Kwai. Falando apenas de novas redes sociais, mas a verdade é que as mais “old-school” como Instagram ou YouTube estão a evoluir com novas features e possibilidades para criadores de conteúdos e marcas infindáveis. No que toca especificamente ao marketing de influência, a minha visão é clara, o futuro passa pela relação entre a marca e os influenciadores, pela compreensão bidirecional destes stakeholders num processo mais a longo prazo do que a ações one-shot. A exigência do mercado vai, obrigatoriamente, fazer com que os influenciadores tenham maior conhecimento, maior detalhe nas suas ações, mais atenção aos seus conteúdos. Em traços gerais, o futuro é a relação entre os anunciantes e os influenciadores.

É verdade que antes o número de followers era o critério de avaliação primordial para a criação de campanhas, mas isso mudou.

PME Mag.  – Quando uma empresa vem ter com a vossa agência, por norma, quais são as razões que a levam a procurar-vos e a desenvolver campanhas no âmbito do marketing de influenciadores?

B. S. – Somos uma agência 100% focada em marketing de influência, ou seja, somos especialistas em perceber que tipo de ação estratégica apresentar ao nosso cliente de forma a gerar os melhores resultados e, simultaneamente, os melhores influenciadores para o fazer. De facto, este torna-se um fator diferenciador e que faz com que vários clientes e parceiros queiram trabalhar connosco. O nosso know-how permite criar uma estratégia diferenciadora, inovadora e direcionada a resultados. Pelo nosso forte background, conseguimos também levar a cabo negociações justas para os anunciantes e influenciadores (algo que por vezes é um desafio) e existe muita discrepância entre expectativas de um lado e de outro. Sem valores tabelados ou regulação, a noção dos preços de mercado é um desafio para os anunciantes e também para os próprios influenciadores. Por fim, resultados! Todas as nossas ações, estratégias e linha editorial são alicerçadas nos objetivos do cliente. E sim, é possível medir os resultados e o retorno. Estas são algumas das razões que nos levam a ser um aliado com impacto para marcas e agências. 

PME Mag. – Que mais valia trazem os influenciadores digitais, e até as próprias plataformas digitais, às marcas ou empresas?

B. S.  – Comunicação! Os hábitos mudaram, os comportamentos mudaram e comunicar através de influenciadores é um “must-have”. Seja pelos ad-blockers, seja pelo desgaste dos próprios anúncios, seja pelo facto que as gerações mais jovens seguem, essencialmente, pessoas e não marcas, seja pelo facto do estímulo e perceção da comunicação destes intervenientes ser diferenciada, todas estas razões levam a que as marcas apostem nesta vertente do marketing digital. Cada vez mais as pessoas criam ligações fortes com pessoas que nunca conheceram. Com a partilha de conteúdo por parte de influenciadores diariamente, criam-se ligações genuínas entre estes e a sua audiência o que faz com que na hora de tomar uma decisão a sua opinião e feedback num produto seja crucial. As redes sociais e principalmente o Instagram (plataforma rainha) são ferramentas poderosíssimas para dar a conhecer uma marca e aumentar exponencialmente as suas vendas.

Com a partilha de conteúdo por parte de influenciadores diariamente, criam-se ligações genuínas.

PME Mag.  – Quais são as maiores dificuldades que as empresas podem enfrentar num mundo em que existem várias plataformas digitais, vários criadores de conteúdos? Ou seja, como é que as empresas sabem qual o melhor meio e/ou rede social para fazer passar a sua mensagem?

B. S.  – A maior dificuldade no mundo das redes sociais para uma marca é o de não ser notado. No entanto, com uma análise atenta daquilo que o consumidor atual procura e com uma estratégia digital bem definida, essa notoriedade é quase garantida.  Neste momento, a plataforma rainha no digital é, sem dúvida, o Instagram, apesar do TikTok estar a sofrer uma evolução exponencial. Poder pesquisar, interagir em tempo real e fazer uma compra através de uma só plataforma é incrível e facilita imenso o consumidor dos dias de hoje. O importante é a marca apostar na rede social mais ativa no momento da campanha, ser seletiva com o tipo de influenciadores que procura, para que sejam pessoas que tenham o perfil da marca. O nosso trabalho passa muito por aí, apresentar um plano editorial e aconselhar no momento de todas estas escolhas. Mais importante, diria, é existir um trabalho minucioso das marcas e anunciantes perceberem onde está a sua audiência, onde estão os seus clientes atuais e futuros. Aí é onde devem estar! Se para uma marca faz todo sentido estar no Instagram, para uma outra marca essa plataforma pode ser redundante e o foco tem que passar pelo Tiktok ou Twitch ou YouTube. Ou em todas! É, claramente um desafio, mas é por isso que agências como a SocialPubli existem, para ajudar os seus clientes a posicionarem-se e comunicarem no melhor “espaço” e da melhor forma.