Quinta-feira, Maio 8, 2025
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“As organizações que apostem na diversidade serão mais competitivas” – Gonçalo de Salis Amaral

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Por: Martim Gaspar

A Neves de Almeida HR Consulting é uma empresa especializada em recursos humanos, recrutamento e formação que promove, há quase uma década, o maior estudo de clima organizacional e desenvolvimento do capital humano em Portugal, o Índice de Excelência. O estudo encontra-se aberto a todas as empresas que queiram participar e já contou com a participação de mais de mil empresas portuguesas. Criado com o objetivo de ajudar as empresas a dar voz aos seus colaboradores e a identificar áreas de melhoria, o estudo apresenta agora uma nova subdimensão de análise que se insere nas práticas promotoras de diversidade e inclusão, sustentabilidade e responsabilidade social.

Em entrevista à PME Magazine, Gonçalo de Salis Amaral, head of HR consulting da Neves Almeida HR Consulting, fala sobre esta nova temática que será explorada na nova edição do estudo e sobre o que é esperado.

PME Mag. – Quais as áreas mais comuns que necessitam de ser trabalhadas pelas empresas portuguesas, segundo o Índice de Excelência?
Gonçalo de Salis Amaral – A edição do Índice da Excelência de 2021 revelou-nos que as lideranças reforçaram, ainda em período de pandemia, uma forte preocupação em desenvolver estratégias e práticas focadas nas suas pessoas, apostando principalmente na sua segurança e bem-estar, assim como em formas de trabalho mais flexíveis. Entre as principais conclusões, destacou-se ainda o facto de a maior parte dos colaboradores estar satisfeito com o modelo de trabalho híbrido; de a satisfação global ter continuado a aumentar, mesmo de forma mais modesta; e de, para a maior parte dos colaboradores, o gosto pelo trabalho ser o maior fator de motivação para permanecerem nas organizações. No entanto, ficaram também claras as necessidades de investir mais nas componentes de compensação e benefícios; formação e desenvolvimento, assim como na gestão de carreira/ talento. Dessa forma, para conseguir responder de forma ajustada às necessidades dos colaboradores, e às tendências do mercado de trabalho, consideramos que, de forma geral, continua a haver espaço de melhoria nas áreas mencionadas, assim como no que diz respeito à agilidade, inovação e colaboração organizacionais. Com o contexto atual, aliado aos resultados que o Índice da Excelência nos tem permitido recolher nos últimos anos, conseguimos prever desde já que a adaptação e a digitalização de processos, formação e desenvolvimento de novas competências técnicas e comportamentais, bem como o ajuste na estratégia de gestão de pessoas são já, e serão cada vez mais, o propósito das lideranças a muito curto prazo.

PME Mag. – Como espera que esta temática da diversidade e inclusão fortaleça as empresas?
G. S. A. – Para os colaboradores que já estão no mercado de trabalho, e para o talento que está agora a chegar, é cada vez mais evidente a necessidade de se integrarem numa organização com a qual se identifiquem, e que tenha um impacto positivo na sociedade e no mundo. Dessa forma, organizações que saibam desenvolver estratégias de gestão de pessoas alinhadas com estes valores de responsabilidade social, diversidade e inclusão, terão mais capacidade para reter e atrair talento, e prosperar. Paralelamente, a diversidade nas equipas de trabalho tende a beneficiar a inovação, tão crítica nestes tempos voláteis e altamente competitivos.

PME Mag. – Porquê explorar este tema agora?
G. S. A. – Sabemos que os colaboradores são, hoje, mais conscientes e exigentes para com as organizações onde trabalham, pelo que este é o momento para os ouvir com atenção e ajustar estratégias. Por outro lado, o próprio contexto económico-social conduz a esta cada vez maior preocupação, à qual ninguém – organizações, governos e indivíduos –, deverá ficar alheio, por mais demorada que possa ser a eficácia na resposta aos desafios que vão surgindo. Com este novo critério de análise, dedicado a auscultar a perceção dos colaboradores relativamente às políticas de sustentabilidade, diversidade e responsabilidade social implementadas pelas suas organizações, será possível compreender como as organizações estão a lidar com estes temas, bem como apoiá-las a desenvolver as melhores estratégias de atuação.

PME Mag. – As empresas portuguesas dedicam-se à “diversidade” apenas para ficarem bem vistas no mercado ou fazem-no com propósito?
G. S. A. – Os dados do Índice da Excelência de 2022 serão apurados em dezembro, mas tendo em conta os dados recolhidos no estudo do ano passado, e a nossa experiência no mercado nacional, verificamos que esta preocupação está a enraizar-se nas organizações. E isto acontece pela combinação de vários fatores, que vão desde uma maior sensibilidade que este tema tem gerado junto das lideranças ao longo dos últimos anos, da sua responsabilidade junto da sociedade, até à necessidade de endereçar este tema dada a crescente diversidade da força de trabalho disponível e o contexto atual de escassez de talento. Além disso, é importante salientar que as organizações que apostem em estratégias com base nestes valores de diversidade terão mais benefícios e serão mais competitivas, nomeadamente, no que diz respeito à inovação.

PME Mag. – Quais os impactos que esta temática terá nas empresas?
G. S. A. – Como referido anteriormente, estas temáticas têm um impacto cada vez maior nas organizações, não só na capacidade de atrair e reter novo talento, como na capacidade de fazer face aos desafios de inovação e de sustentabilidade com os quais todos deveremos estar comprometidos. No entanto, isto também obriga as organizações a adaptarem as suas estratégias e práticas, quer de negócio quer de gestão de pessoas, para que sejam coerentes com a retórica. Ter políticas e práticas que, efetivamente, promovam a sustentabilidade, a responsabilidade social, bem como a diversidade e inclusão, é algo que já estamos a testemunhar progressivamente nas organizações, com medidas concretas e objetivos claros. Assistimos já a alguns exemplos desta preocupação genuína, como são exemplo os objetivos de descarbonização da atividade, o aumento da percentagem de resíduos recicláveis, as medidas de poupança de energia, a integração de talento mais diversificado, e ainda, os ajustes nas práticas de gestão do trabalho e das pessoas, para que sejam mais transparentes e com base em critérios claros e menos propícios a desigualdades. Por outro lado, compreender e interpretar de que forma os colaboradores percecionam o investimento das organizações em matéria de sustentabilidade e responsabilidade social, permitirá às mesmas adaptar as suas políticas e respetiva comunicação, respondendo de forma mais ajustada às necessidades.

“Para os colaboradores que já estão no mercado de trabalho, e para o talento que está agora a chegar, é cada vez mais evidente a necessidade de se integrarem numa organização com a qual se identifiquem, e que tenha um impacto positivo na sociedade e no mundo.”

PME Mag. – Como melhorar o aspeto da diversidade e inclusão nas empresas? Quais as sugestões para lidar com este tema?
G. S. A. – Passa, forçosamente, pela adoção de políticas e práticas de gestão de pessoas sustentadas em critérios claros e transparentes, quer nos processos de recrutamento, seleção e integração, como nos processos de gestão de desempenho, remuneração e desenvolvimento de carreira. Paralelamente, é importante sensibilizar e apostar na formação das lideranças que, no fundo, são quem está responsável pela gestão de pessoas e garante a efetiva aplicação destas políticas e práticas no dia-a-dia. Gerir de forma equitativa uma força de trabalho que é cada vez mais diversificada, significa compreender as diferenças existentes e ter soluções que tenham em atenção essa diferenciação, mas que não criem desigualdades, daí a célebre frase “one size does not fits all” [um tamanho não serve para todos]. Exemplo disto é a procura cada vez maior de pacotes de benefícios flexíveis, que permitam escolher a opção mais adequada ao indivíduo em causa, ao seu estágio de vida, interesses ou preocupações. Este equilíbrio entre aplicar critérios e regras claras e transparentes para todos, e que ao mesmo tempo permitam esta flexibilidade de ajuste às particularidades de cada público-alvo nem sempre é fácil de se conseguir, mas, no final, compensará. Gerir pessoas pode não ser fácil, mas vale a pena!

PME Mag. – Como proceder com as empresas para reforçar o aspeto de responsabilidade social?
G. S. A. – Desenvolver esta sensibilização junto das lideranças, criar objetivos concretos que devem ser monitorizados e dar pequenos passos que se vão transformando em resultados visíveis, tem sido uma abordagem de sucesso em várias organizações. Os temas do uso otimizado da energia e das águas, assim como o tratamento dos resíduos e reciclagem, são os mais comuns, mas consideramos que ainda há espaço para melhorar. Por exemplo, a coordenação de eventos internos da organização com acontecimentos na comunidade envolvente, tais como ações de limpeza de jardins, praias ou team building a favor de instituições de responsabilidade social; ou a participação em eventos desportivos com o mesmo cariz, começam a ser uma prática cada vez mais comum e que têm um impacto muito positivo. Estas iniciativas não acarretam custos adicionais à organização, mas podem, pelo contrário, trazer poupanças interessantes, além do contributo inestimável que representam para a comunidade e meio ambiente. Acreditamos que, acima de tudo, o mais importante é querer fazer, organizar, comunicar, e estabelecer objetivos concretos, que possam ser monitorizados e celebrados quando alcançados.

PME Mag. – Como espera que este critério potencie o Índice de Excelência?
G. S. A. – O Índice da Excelência é o maior estudo de clima organizacional em Portugal, gratuito, e, ao longo destas sete edições, procurámos evoluir a passo com as tendências do mercado, adaptando nesse sentido os critérios de análise no estudo. Enquanto empresa especializada em recursos humanos, os resultados que conseguimos obter através deste estudo funcionam como indicadores que nos permitem adaptar e evoluir as nossas soluções à evolução das organizações, e assim dar as melhores respostas às necessidades e desafios dos nossos clientes. Também por isso é tão importante termos ainda mais empresas a participar no Índice da Excelência. Esta nova subdimensão de análise em particular permitirá, ainda, descobrir se a aposta em práticas promotoras da diversidade e inclusão, sustentabilidade e responsabilidade social são uma tendência evidente nas grandes empresas, ou se, por outro lado, são as pequenas empresas as que mais se comprometem com a comunidade envolvente. No estudo, a satisfação será segmentada por característica sociodemográfica, permitindo às organizações perceber quais os grupos que revelam maior e menor satisfação e engagement, e possibilitando o desenvolvimento de estratégias mais orientadas e focadas nas necessidades reais. Além disso, a análise é realizada de acordo com o género, e os grupos de acordo com a sua antiguidade e faixa etária, um critério cada vez mais relevante, numa altura em que existe uma crescente preocupação por parte das empresas em ajustar soluções às gerações muito distintas entre si.

PME Mag. – Quando está prevista a divulgação?
G. S. A. – As candidaturas para o Índice da Excelência continuam abertas, e as empresas que quiserem participar no ranking de 2022 terão de concluir a sua participação no final de novembro deste ano. Os resultados do Índice da Excelência começarão a serão divulgados já no final de dezembro de 2022. No início do próximo ano, terá lugar a divulgação das posições das empresas inscritas no ranking, numa gala de entrega de prémios, em fevereiro de 2023.

 

Organização do Portugal Tech Week quer atingir 200 eventos na próxima edição

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Por: Martim Gaspar

A Portugal Tech Week excedeu as expetativas da 351 Associação Portuguesa de Startups, entidade que, entre os dias 27 de outubro e 6 de novembr, o organizou o maior festival de inovação em Portugal. O evento contou com 117 eventos em nove cidades que se inseriram em categorias como investimento, internacionalização, Web3 e futurismo.

Os objetivos delineados pela equipa organizadora foram alcançados em 2022, e segundo Fernando Jardim, project manager da Portugal Tech Week, a próxima edição já está a ser planeada: “A equipa está empenhada em trabalhar para ter mais de 200 eventos na próxima edição do festival, promovendo a descentralização ao levar o impacto para cidades que não sejam Lisboa ou Porto, onde naturalmente se concentraram a maioria dos eventos nesta edição. Em 2023 queremos criar uma equipa de curadores locais para trazer mais eventos das suas várias cidades e que vão funcionar como ponto de contacto para esclarecer dúvidas ou questões dos participantes. Queremos também apostar em experiências locais como parte integrante do festival, para que as pessoas possam descobrir novas regiões ao pormenor”.

Durante o evento, o website do mesmo contou com 5300 visualizações e 2500 utilizadores que acederam à página.

A Portugal Tech Week contou com o apoio de diversas entidades empreendedoras, como Beta-i, Bright Pixel, Innovation Scene, IPN, LISPOLIS, Made of Lisboa, Nova SBE Innovation Ecosystem, Porto Tech Hub, Startup Lisboa e Startup Madeira, entre outros.

TAP multada por viagens canceladas nos EUA

Por: Marta Godinho

A companhia aérea portuguesa TAP foi multada em um milhão de euros e obrigada a reembolsar passageiros em mais de 122 milhões de euros  por ter cancelado viagens para os Estados Unidos da América, anunciaram as autoridades norte-americanas.

Para além da TAP, outras quatro companhias aéreas estrangeiras vão ter de reembolsar mais de 580 milhões de euros a passageiros que viram as suas viagens canceladas ou significativamente atrasadas desde o início da pandemia. Além disso, o Departamento de Transportes dos EUA multou as empresas em mais de 6,7 milhões de euros pelo atrasado no pagamento dos reembolsos, acabando por violar as regras de proteção ao consumidor.

As reclamações fizeram-se sentir nas agências por parte dos consumidores que não conseguiram reembolsos quando as empresas aéreas cancelaram inúmeros voos após a pandemia chegar aos EUA no início do ano de 2020.

Pete Buttigieg, secretário do Departamento de Transportes, afirma que quando os americanos compram um bilhete de avião “esperam chegar ao nosso destino com segurança, confiabilidade e economia, e nosso trabalho é responsabilizar as companhias aéreas por essas expectativas”.

O departamento reforça que a Frontier Airlines é responsável por 215 milhões de euros de reembolsos e o pagamento de uma multa de 2,1 milhões. A Air India pagará 117,7 milhões de euros em reembolsos e uma multa de 1,3 milhões, seguida da Aeromexico com 13,1 milhões em reembolsos e uma multa de 872 mil euros; a El Al de Israel com 59,9 milhões em reembolsos e 872 mil euros de multa e, por fim, a Avianca, companhia colombiana, com 74,4 milhões em reembolsos e mais de 726 mil euros de multa.

Estas companhias receberão multas elevadas, uma vez que não responderam logo ao aviso de alerta por parte do Departamento de Transportes em abril de 2020. As restantes companhias aéreas dos EUA não serão multadas, pois a resposta surgiu “logo após” o mesmo alerta, referiu Blane Workie, da proteção de consumidores de aviação do Departamento de Transportes.

É de reforçar que, em 2020, a United Airlines teve o número mais elevado de reclamações sobre reembolsos, em mais de 10000, seguida da El Al e a TAP, com mais de 5000, e, por fim, a American Airlines e a Frontier, com mais de 4000 reclamações.

Ramiro Sequeira, chief operating officer (COO) e executive board member da TAP, disse, em comunicado, que as multas e reembolsos da TAP já foram todos pagos.

Empresas do Canal HORECA ameaçadas pela inflação

Por: Marta Godinho

Com o aumento da inflação nos 27,6% para os produtos energéticos e 18,9% para as matérias-primas alimentares, as empresas do canal HORECA e tantas outras estão a ser negativamente impactadas, alerta a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

Segundo um inquérito da associação, os custos com matérias-primas aumentaram até 50% para 71% das empresas de restauração e para 83% das empresas de alojamento.

Foi imperativo atualizar os preços de venda, sendo que 83% das empresas de restauração e 69% do alojamento aumentaram os seus preços. Com o começo da “época baixa”, a própria retração no consumo foi clara, apresentando quebras na faturação até 20% na restauração e alojamento.

De forma a atenuar os efeitos sentidos pela maré inflacionista, a AHRESP tem vindo a propor medidas temporárias, como é o caso da colocação de taxas reduzidas de IVA na alimentação e bebidas e nas tarifas de gás, energia e eletricidade. No inquérito proposto, só na restauração, 89% dessas empresas sentem ser necessária a implementação da medida do IVA e para 81% das empresas de alojamento a necessidade da redução do IVA na energia.

Contudo, sem estas medidas irá haver novos aumentos de preço, despedimentos e encerramento de empresas. Mais de 60% das empresas de alojamento e restauração ponderam aumentar preços; mais de 15% irá avançar com despedimentos e entre 8% e 13% repensam no encerramento de atividade.

As perspetivas para o futuro continuam muito preocupantes, uma vez que muitas empresas de ambas os setores consideram que este último trimestre será “pior ou muito pior que o 4º trimestre de 2019”, alerta a AHRESP, apelando ao Governo para quesejam implementados mecanismos que permitam um bom desenvolvimento das atividades económicas do canal da HORECA.

Ser produtivo/a e feliz no trabalho: posso ter ambos?

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Por: Filipa Pimenta e Ivone Patrão, psicólogas, investigadoras, psicoterapeutas e autoras do livro Dê o salto – 10 Desafios para ser feliz e produtivo

Pode pois. Sabemos hoje que ser feliz no trabalho se associa a uma maior produtividade, diz-nos a ciência: estudos científicos confirmam que quem se sente mais feliz no trabalho tem maior concentração nesse contexto, maior produtividade, melhores relações profissionais e menor irritabilidade/impaciência (Queiroz-Garcia et al., 2021). A vida diária apresenta exigências e serem cumpridas e ter um bom tool kit psicológico faz toda a diferença. Comece por monitorizar e avaliar o seguinte:

1)     O que o/a motiva? Pessoas diferentes têm motivações diferentes, mas todos temos três necessidades transversais: a necessidade de nos sentirmos competentes no que fazemos e de atingirmos as nossas metas (necessidade de competência), a necessidade de nos sentirmos conectados a pessoas significativas e a grupos com os quais tenhamos uma experiência de pertença (necessidade de relação) e a necessidade de escolhermos o nosso percurso, de comandarmos as nossas ações, em consonância com a pessoa que queremos ser (necessidade de autonomia). Assim, avalie onde está nestes domínios de motivação: quais são as suas melhores competências no trabalho? Como melhorar as relações à sua volta, no trabalho? E de que forma pode alinhar melhor o que faz no trabalho com a pessoa que quer expressar?

2)     Exercite o músculo…da atenção. A atenção é uma capacidade moldável e pode ser trabalhada. O primeiro passo é observar onde é que ela para. É frequente a pessoa enredar-se em pensamentos associados a situações passadas (revividas mentalmente com julgamentos ou emoções negativas) ou projetar-se num futuro hipotético (podendo envolver a sua atenção em cenários catastróficos, espoletando emoções negativas). Apesar de nem sempre ser fácil lançar a âncora da atenção para o momento presente, tal é possível. Poderá num momento de ansiedade contar de 100 para 0, envolvendo a sua atenção numa tarefa cognitiva distinta da ansiedade; poderá também treinar a sua mente com o uso de meditação mindfulness. Um sono reparador e uma eficaz gestão de tarefas vai igualmente ajudar.

3)     O que está a procrastinar? Cerca de 20% dos adultos tem dificuldades associadas à procrastinação de tarefas diárias, o que pode conduzir a elevado stress e pior performance profissional. O que fazer?

a.       Selecione uma tarefa que anda a adiar e identifique os pensamentos associados (pensa algo do género: “São só mais 5 minutos nas redes sociais…”, “Depois tenho tempo…”, “Não sou capaz…”?). Serão estes pensamentos úteis para si? Ou contribuem para a manutenção de um problema (estar repetidamente a adiar algo que necessita de fazer)? Se a justificação que está a dar a si mesmo/a não for útil, então veja-a como aquilo que ela é: apenas um pensamento e não uma barreira física à ação. 

b.       Aceite que nem todas as tarefas são entusiasmantes. Alguns dos pendentes poderão ser até aborrecidos. Mas têm de ser feitos, certo? Aceite então a emoção associada. E procure, no curso da tarefa, o que pode haver de positivo. Será que esta tarefa desenvolve alguma competência que lhe interesse? Ou será que vê-la concluída é uma consequência importante? Talvez existam depois tarefas mais aliciantes que o ajudem a avançar na ação.

c.       Divida para conquistar. Se está a adiar fazer tarefas complexas, comece por dividi-las em partes menores. Isto torna o espoletar da ação mais provável. Além disso, completar uma pequena parcela após outra parcela da tarefa vai ajudá-lo/a a ver-se como capaz de avançar.

4)      Descanse. Sabia que a grande maioria dos adultos necessita de sete a nove horas diárias de sono? E que o uso de ecrãs antes de dormir (tablets, computadores, smartphones) vai tornar o adormecer mais difícil? E que a última dose de cafeína deve ser tomada a uma distância de oito horas de ir dormir, para que não interfira com a qualidade do sono? Se não está a descansar de acordo com as suas necessidades, reveja a sua rotina de final do dia para que consiga não só descansar as horas necessárias, como também ter um sono com a qualidade desejada. 

5)      Boas relações. Há muito que sabemos que o suporte social (i.e., a rede composta por família, amigos, colegas, ou grupos de identificação/partilha, que providenciam assistência prática e/ou apoio emocional, e que nos fazem sentir compreendidos, valorizados e aceites) é uma das variáveis que melhor protege a saúde física e mental. Como, então, fomentar boas relações? A empatia (atenção, empatia não é concordar com o outro, é compreender e identificar estados mentais do outro – perceber o que pensa e o que sente numa determinada situação) e a escuta ativa (genuína disponibilidade para ouvir o outro, para fazer perguntas de clarificação sem pressupor o que o outro quer dizer, enquanto mantém o contacto visual para apreender também a linguagem não verbal) são ferramentas poderosas.

Se tem curiosidade em saber mais sobre como ser produtivo e feliz, dê um salto ao livro Dê o Salto: 10 desafios para ser feliz e produtivo.

Congresso da APODEMO discute integração das novas tecnologias nos estudos de mercado

Por: Marta Godinho 

O Auditório do Hotel de Roma, em Lisboa, no próximo dia 17 de novembro, vai receber o encontro anual da Associação Portuguesa de Empresas de Estudos de Mercado e Opinião (APODEMO) que vai trazer diversos especialistas para integrarem uma conversa sobre a temática “Competitive intelligence, data science e metaverso no universo dos estudos de mercado”.

O evento, que tem início às 9h30, vai abordar temas como a influência que a inteligência artificial e o machine learning já estão a ter neste setor dos estudos de mercado e a forma como estes influenciam as empresas na tomada de decisões.

Vai contar com a presença de António Casanova, CEO da Unilever; Luís Madureira, managing partner da CIO Uberbrands; Ivo Bernardo, partner na DareData Engineering e Luís Bravo Martins, CMO da KIT-AR.

Durante a tarde, vão ser dispostas duas apresentações sobre o “Impacto dos Estudos de Mercado em Tempos de Algoritmos” apresentado por Nuno Teixeira, professor no ISCTE, e “Novos Tempos, Novas Realidades, Desafios Emergentes para os Researchers” apresentado por Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca.

O fecho deste congresso vai ser realizado com uma mesa-redonda para discutir as novas tecnologias no setor, contando com a participação de Isabel Dias, brand and research director na Auchan; Rita Madaleno, strategic marketing specialist na EDP; Ana Oliveira, head of marketing & retail da Samsung; Ricardo Mexia Leitão, diretor de experiência de cliente no Santander; Ana Valentim, costumer experience manager na Sonae Sierra; e Rita Dória, director value chain na Toyota Caetano Portugal.

Luís Duarte, vice-presidente da APODEMO refere que “todos os setores estão a descobrir a utilidade destas novas tecnologias. Os estudos de mercado conviverão com o metaverso, com a data science e com a competitive intelligence. O desafio é saber como será esse convívio”.

“É, cada vez mais, uma parceria entre o ser humano e a tecnologia. A inteligência artificial e o machine learning irão ser cada vez mais úteis para os profissionais de insights”, adianta.

Tudo isto é prova de que Portugal está a evoluir na ótica tecnológica, posicionando-se em décimo lugar nos mercados que mais estão a evoluir na Europa no setor dos estudos de mercado. Contido no relatório da ESOMAR 2022 sobre dados mundiais da indústria de estudos de mercado, este setor cresceu 15% e passou da marca dos 102 mil milhões para 119 mil milhões de dólares.

As inscrições para a participação neste congresso poderão ser realizadas online, sendo sujeitas a um registo prévio.

Turismo continua a crescer com recorde de receitas no alojamento de 608,2 milhões de euros em setembro

Por: Marta Godinho

O mês de setembro mostrou-se o mês de recuperação da atividade turística em 2022 para o turismo nacional que apresentou mais receitas desde o período pré-pandemia.  Este mês refletiu-se em 608,2 milhões de euros, um aumento de 21,3% face a 2019, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

As receitas relativas às dormidas cresceram 22,5% para 469,2 milhões de euros. Ademais, o preço do alojamento turístico aumentou 18,9% com o preço de 115,6 euros por noite por quarto ocupado (ADR), relativamente ao ano de 2019. Os alojamentos de turismo receberam 2,9 milhões de hóspedes e 7,7 milhões de dormidas.

Os estrangeiros foram os responsáveis pelo aumento das dormidas em 5,2 milhões, apesar de ainda estar 3,2% abaixo dos valores de 2019. A nível interno, houve uma subida de 10,2% com 2,4 milhões de dormidas.

“No conjunto dos primeiros nove meses de 2022, as dormidas aumentaram 113,0% (+27,3% nos residentes e +222,3% nos não residentes)”, adianta o gabinete estatístico.

Pelos dados estatísticos, o Algarve é o local favorito em setembro com 30,4% do total das dormidas, seguido de Lisboa que ocupou 24,5% e a região Norte com 16,2% (levando a um aumento de 8,7% face a 2019).

A Madeira é um dos destinos com maior crescimento nos 17% face a setembro de 2019. O arquipélago dos Açores não fica atrás com valores acima dos 8,2% relativos ao ano pré-pandemia.

Os proveitos totais deste crescimento dispararam 14,3% face a 2019, o que levou a categorizar o mês de setembro como o melhor mês de setembro de sempre para o turismo do país.

MEO, NOS, Vodafone e Nowo multadas após alteração de preços não comunicada

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Por: Marta Godinho

A ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações decidiu multar a MEO, NOS, Vodafone e Nowo em 15 milhões de euros por uma alteração de preços que não foi devidamente comunicada. Apenas a MEO e a Vodafone reagiram às acusações, referindo que vão contestar a decisão de uma multa junto das entidades competentes.

Em comunicado, a ANACOM explica que em causa está na alteração de preços sem a devida comunicação ao público, que representam “comportamentos suscetíveis de violar as regras legais aplicáveis à comunicação de alterações dos preços contratados em relação a um elevado número de assinantes, dos quais resultou a prática de contraordenações graves, e por não terem prestado informações à ANACOM”.

A MEO já avançou que vai contestar judicialmente a decisão da entidade reguladora, após ter sido multada no valor mais alto, de 6,677 milhões de euros, seguida da NOS, com 5,2 milhões de euros, da Vodafone, com 3,082 milhões de euros e, por fim, da Nowo, com 644 mil euros.

A Vodafone também reagiu ao comunicado da ANACOM, afirmando que também irá contestar a decisão.

O regulador acrescenta que “os comportamentos adotados por estes operadores prendem-se com a falta de informação, no prazo contratualmente previsto, sobre o direito de os assinantes poderem rescindir os seus contratos sem qualquer encargo, no caso de não concordarem com o aumento de preços propostos pelos operadores”.

“Está também em causa a não comunicação da proposta de aumento de preços de forma adequada, pois, nuns casos, o valor concreto do aumento só foi dado a conhecer aos assinantes muito depois destes terem sido informados que os preços iriam aumentar e, em outros casos, pelo facto de o valor concreto do aumento proposto não ter sido disponibilizado na forma e no local indicado na comunicação da alteração contratual”, acrescenta.

No caso da NOS, adianta a ANACOM, “está ainda em causa o facto de os assinantes não terem sido informados da proposta de aumento de preços com uma antecedência mínima de 30 dias”.

Devido à maré inflacionista que se vive em Portugal, a ANACOM “dirigiu aos operadores várias recomendações, a fim de mitigar o impacto das revisões de preços sobre as famílias e melhorar as condições das ofertas, acautelando o efetivo acesso ao serviço por parte dos utilizadores finais a estes serviços”.

Ademais, o problema da alteração de preços é uma das questões apontadas como polémicas e mais contestadas no setor e que merecerá da entidade reguladora “um acompanhamento muito próximo que vise garantir o cumprimento das regras contratuais associadas às relações comerciais existentes entre empresas e consumidores”.

Desigualdade salarial entre homens e mulheres mantém-se acentuada

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Por: Martim Gaspar


No passado dia 13 de novembro assinalou-se o Dia Nacional da Igualdade Salarial. Embora esta diferença tenha diminuído nos últimos anos entre homens e mulheres, face aos 18,4% em 2012, em 2020, esta diferença salarial é de 13,3%, o que corresponde a 48,54 dias de trabalho não pago.

Segundo a Segurança Social, é “como se as mulheres deixassem, até ao final do ano, de ser pagas pelo seu trabalho”.

“A desigualdade salarial entre mulheres e homens em Portugal continua a ser um problema grave, com causas estruturais que importa combater, sendo para isso fundamental a ajuda de todas e todos”, segundo um comunicado da Segurança Social

No mesmo comunicado, a Segurança Social reforça que “é fundamental a mobilização de toda a sociedade e de todas as organizações, para que se empenhem em promover a Igualdade entre mulheres e homens no mercado de trabalho, nomeadamente ao nível das remunerações”.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, tanto as mulheres como os homens têm o direito de receber o mesmo por um trabalho do mesmo valor, mas a “desigualdade salarial é um problema persistente e universal e, desde a entrada das mulheres no mercado de trabalho, estas têm tido, em geral, uma remuneração mais baixa do que os homens”.

Turismo português conquista 12 prémios

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Por: Martim Gaspar

No passado dia 11 de novembro, decorreu a gala final do World Travel Awards 2022 em Mascate, onde foram eleitos os melhores do mundo em relação ao setor do turismo. Portugal arrecadou um total de 12 galardões.

Os 12 prémios conquistador foram: “Melhor destino de cidade” para o Porto; “Melhor destino metropolitano virado para o mar” para Lisboa; “Melhor destino insular” para Madeira; “Melhor atração de turismo de aventura” para os Passadiços do Paiva, Arouca; “Melhor companhia aérea para África” para a TAP Air Portugal; “Melhor companhia aérea para América do Sul” para a TAP Air Portugal; “Melhor hotel clássico para o Olissipo Lapa Palace Hotel” para Lisboa; “Melhor empresa de conservação” para os Parques de Sintra – Monte da Lua; “Melhor resort de golfe e de villa” para as Dunas Douradas Beach Club, Almancil; “Melhor hotel de luxo de negócios” para o Pestana Palace Hotel, em Lisboa; “Melhor projeto de turismo responsável” para o Dark Sky Alqueva; “Melhor operador de hotéis boutique” para o Amazing Evolution.

Outros destaques do evento incluem as Maldivas, pelo terceiro ano consecutivo considerado o “Melhor destino turístico do mundo”, o Vietname que adquiriu cinco prémios, a Jamaica adquiriu três prémios e o Dubai com o titulo de “Melhor destino de negócios do mundo”.