Quinta-feira, Julho 3, 2025
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“O azeite é o nosso ouro líquido” – Isabel Faria

Por:  Mariana Barros Cardoso
Foto: Olive Emotion 

“A capacidade de reinventar o azeite não tem limites” é uma das frases que pode ler ao longo da entrevista dada por Isabel Faria à PME Magazine sobre a OliveEmotion, empresa que trabalha o azeite de forma distintiva. A CEO da empresa conta-nos como surgiu e ideia de criar um negócio que reinventa um produto tão característico do nosso país e garante que temos “condições excelentes para poder fazer grandes azeites”.

PME Magazine – Como é que surgiu a ideia de um negócio onde se reinventa o azeite? 
Isabel Faria – Já tinha a ideia há alguns anos, pois sempre considerei o azeite um líquido precioso, com tantos benefícios para a saúde e com tanto potencial gastronómico que era um desperdício não promover este potencial de uma forma reinventada. O azeite é o nosso ouro líquido, temos das melhores variedades de azeitona do mundo combinadas com terroirs que nos permitem excelentes azeites. Um azeite do Alentejo é muito distinto de um azeite de Trás-os-Montes, onde as características do terreno, do clima, da influência dos diferentes frutos secos podem ter no sabor do azeite. Em Portugal temos condições excelentes para poder fazer grandes azeites. 

PME Mag. – Qual a mensagem por detrás da OliveEmotion? 
I. F. – A OliveEmotion é uma marca de azeite premium que pretende despoletar ligações emocionais pela redescoberta do azeite e a atração por combinações inexploradas. E por isso potenciamos as experiências gastronómicas com chefs e experiências de viagens de azeite juntamente com parcerias que vamos estabelecendo. 

“Em Portugal temos condições excelentes para poder fazer grandes azeites”

PME Mag. – Quais são as maiores dificuldades em vender a ideia de uma maneira diferente de consumir azeite? 
I. F. – Como produto, questões como a quantidade de benefícios que tem para a saúde. O azeite, por já estar na nossa alimentação em Portugal de uma forma tão rotineira e não ter sido tão valorizado ao longo de tantos anos, torna mais difícil agora querer diferenciar num contexto atual o que distingue um azeite de outro em termos de qualidade. Acabamos por ter de ir por outras vias de diferenciação, como a forma inovadora como possamos combinar o azeite com outros ingredientes e as experiências que possamos criar à volta do azeite.  

PME Mag. – Como é que é o procedimento de “transformação” do azeite? 
I. F.  Um azeite extra virgem é “puro sumo de azeitona” sendo o processo constituído por várias etapas desde a apanha da azeitona até ao armazenamento do azeite. É o processo normal, onde temos a receção das azeitonas que passam por um processo de limpeza, lavagem e pesagem.  No seguimento, é feita a moenda, batedura e extração do azeite. É depois filtrado, armazenado em depósitos e embalado. 

“Um azeite extra virgem é puro sumo de azeitona”

PME Mag. – Como é que é feito o controlo de qualidade do mesmo? 
I. F. Trabalhamos atualmente com uma especialista em azeite que trabalha o perfil de azeite da OliveEmotion que se pretende internacional. É a responsável pelo desenvolvimento do blend. Trabalhamos sempre com azeites provenientes de azeitonas de pequenos produtores. Esse blend é depois formulado num lagar certificado e com todas as condições de higiene e segurança e permanece num depósito que possa servir a marca OliveEmotion.  

PME Mag. – Qual é a durabilidade do azeite? 
I. F. – O nosso azeite é um azeite extra virgem e, mantendo as suas características com a maior frescura possível, tem uma validade de dois anos desde que é embalado. Esta duração pode variar em função de condições como o tipo de embalagem em que é embalado e a sua preservação. À medida que vamos aprendendo mais sobre os diferentes azeites começamos a perceber melhor as diferenças entre eles. É um pouco como os vinhos.  

PME Mag. – Há uma ínfima capacidade de reinventar o azeite? 
I. F. A capacidade de reinventar o azeite não tem limites. O azeite pode ser utilizado na gastronomia de múltiplas formas, com combinações novas que normalmente não nos lembraríamos. Pode ser utilizado em tratamentos e prevenção de doenças graças aos seus mais de 100 benefícios para a saúde. E até cosmética e tratamentos de beleza têm beneficiado cada vez mais da utilização do azeite para a pele e para o cabelo. Há aqui um potencial tremendo que se pode explorar. 

PME Mag. – Há um target específico para o vosso produto?  
I. F. Trabalhamos essencialmente com um posicionamento premium em lojas gourmet, lojas especializadas de azeite e no canal de hotelaria e restauração com hotéis de quatro e cinco estrelas.  

“Até cosmética e tratamentos de beleza têm beneficiado cada vez mais da utilização do azeite para a pele e para o cabelo”

PME Mag. – Onde vê a Olive Emotion em dez anos? 
I. F. – Atualmente, é muito difícil antever onde vão estar as marcas por horizontes temporais muito largos porque o contexto atual é muito dinâmico e temos de ajustar-nos. O objetivo da OliveEmotion é ser uma marca fortemente implementada internacionalmente e reconhecida pela forma como chega aos seus consumidores, potenciando as experiências à volta do azeite e os benefícios que o azeite tem enquanto gordura saudável e tentando alavancar a sua presença através de um forte investimento digital que ajude a potenciar essas experiências.  

PME Mag. – Venceram nos prémios de melhor website e escolha do consumidor nos E-AgroAwards. Um bom website é o melhor cartão de visita de uma empresa? 
I. F. Ter um bom website, atualmente, é importante para dar visibilidade à marca internacionalmente e promover o conceito e ser diferenciador. E com o digital chegamos a todo o mundo. É preciso trabalhar uma série de ferramentas do marketing digital que nos permitam chegar aos consumidores e potenciar a venda.  

PME Mag. – De que tipo de investimento carece um bom cartão de visita dos tempos modernos? 
I. F. Nos últimos meses, vemos a importância do digital e das vendas online. É um processo que leva tempo e requer um investimento elevado, pois, em determinados segmentos, não era até agora usual comprar produtos online, como é o caso do azeite.

Artigo originalmente publicado na edição de Julho de 2020

Criar valor através de um negócio responsável

Por: Cristina Campos, presidente do Grupo Novartis Portugal  
Foto: Grupo Novartis Portugal 

A Novartis tem a aspiração de ser líder em temas ambientais, sociais e de governance e de construir confiança com a sociedade, que é, aliás, uma das nossas principais prioridades estratégicas.

Centramos a nossa atuação em quatro áreas principais, críticas para a nossa estratégia e contribuição para um mundo melhor: fazer parte da solução no acesso a medicamentos, conduzir a nossa atuação de acordo com os mais elevados padrões éticos, ajudar a combater os desafios da saúde global e ser um cidadão responsável.  

A missão da Novartis é aliás inerentemente social: reimaginar a medicina para melhorar e prolongar a vida das pessoas. Desenvolvemos terapêuticas inovadoras e pretendemos fazê-las chegar ao maior número possível de pessoas.

Nos últimos 20 anos, a Novartis evoluiu consideravelmente na sua abordagem à responsabilidade corporativa, para além das iniciativas filantrópicas, de forma a integrar o acesso nas nossas atividades de negócio.

 Empenhados em integrar sistematicamente estratégias de acesso na forma como investigamos, desenvolvemos e disponibilizamos os nossos medicamentos em todo o mundo, queremos ser transparentes na forma como partilhamos os sucessos, os desafios e as aprendizagens.  

O contexto atual, com o mundo a enfrentar uma pandemia nunca vista, é sem dúvida um desafio para a sociedade e para o setor empresarial, mas também o devemos encarar como uma oportunidade para as empresas procurarem a ‘validação’ da sociedade provando, através das suas ações, que colocam as pessoas acima dos lucros, afirmando-se verdadeiramente como um cidadão corporativo que contribui para um bem maior.  

A nossa contribuição em Portugal tem-se centrado em garantir que os nossos esforços e recursos contribuem para dar resposta às reais necessidades sentidas no terreno, quer no reforço das infraestruturas de saúde, quer na proteção dos profissionais de saúde que se encontram mais expostos, na linha da frente deste combate e que são essenciais para cuidarem não só dos doentes de Covid-19, mas de todos os outros. 

No total, a Novartis já doou 375 mil euros para o combate à pandemia em Portugal. Apoios estes que se enquadram no “Covid-19 Response Fund”, um fundo internacional criado pela empresa para apoiar as comunidades mais afetadas, no valor de 20 milhões de dólares.  

Aliámo-nos à plataforma “Todos por quem cuida”, uma iniciativa conjunta entre a APIFARMA, a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Farmacêuticos com um donativo de 215 mil euros para combate à Covid-19; ao Movimento Tech4Covid19 com um donativo de 135 mil euros para comprar material de proteção individual para profissionais de saúde e, mais recentemente, à Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa com um donativo de 25 mil euros para, através do seu Departamento de Microbiologia e Imunologia, poder disponibilizar às instituições de saúde recursos técnicos e científicos para o diagnóstico do vírus através do rastreio do SARS-Cov-2. 

Sentimos, institucionalmente e individualmente, um apelo urgente de poder contribuir para melhorar a comunidade onde nos inserimos, não só neste contexto de pandemia, mas no nosso dia-a-dia. 

As nossas equipas têm sempre muita vontade de ajudar e, por isso, trabalhar o voluntariado junto das nossas pessoas tem sido um compromisso assumido pela Novartis que, há mais de 20 anos, organiza o Dia da Comunidade que decorre em 58 países, incluindo Portugal, e que pretende apoiar a população carenciada das regiões onde a empresa está inserida.

Cerca de 24 mil colaboradores em todo o mundo dão apoio a instituições sem fins lucrativos, representando um total de 200 mil horas ao serviço da comunidade. Em Portugal os nossos colaboradores aderem massivamente a este apelo e, entretanto, o dia já se transformou também em “Noite da Comunidade” e continuamos a fazer crescer o projeto com várias oportunidades para os colaboradores darem também um pouco de si à comunidade.  

Por último, mas talvez o mais importante, é necessário reforçar que o que faz o sucesso de uma empresa é a sua cultura e as suas pessoas. As nossas pessoas são a nossa prioridade sempre. E, neste contexto de pandemia, com riscos de saúde associados e com a organização toda a trabalhar remotamente, a nossa prioridade foi e continua a ser garantir a saúde e segurança das nossas pessoas, ajudando-as a manterem-se com energia e inspiradas a contribuir para a nossa missão. Para as incentivar a sentirem-se mais saudáveis e conscientes da sua performance e energia, disponibilizámos a todos os colaboradores a “Tignum X app” com acesso grátis a um membro da família e oferta de 50 sessões de coaching virtuais. A equipa de colaboradores “Energized for Life” – apoia também com ideias e iniciativas que nos permitem trabalhar remotamente com sucesso, partilhando com frequência nos nossos canais internos de comunicação muitas dicas sobre a gestão do trabalho remoto, disponibilização de aulas de ginástica e mindfullness e incentivando a que os colaboradores partilhem experiências uns com os outros, fomentando o espírito de comunidade.

A nossa oferta formativa, nomeadamente online, era já muito vasta, mas também a reforçámos, por exemplo, o acesso grátis ao Coursera e extensível às famílias. Também temos disponível o Linkedin learning, entre outras formações que o nosso learning hub permite realizar. 

Investimos muito do nosso tempo de confinamento a reforçar as nossas competências e a evoluir a nossa cultura empresarial, muito focada no empoderamento, inspiração e curiosidade e na liderança de serviço, focada na remoção de obstáculos. 

A experiência que estamos a viver enquanto organização motiva-nos também a pensar na nossa Employee Journey, ajustando-a de forma customizada, informada e inclusiva, permitindo a flexibilidade que sempre caracterizou a Novartis e adaptando-a a novos modelos de trabalho assíncrono que valorizem a colaboração e que permitam um maior equilíbrio entre a vida profissional e familiar.  

No final deste grande desafio para a sociedade global, estou certa de que sairemos com a convicção ainda mais reforçada de que são as pessoas que fazem a diferença. Vamos continuar a apostar nelas.   

Artigo originalmente publicado na edição de Julho de 2020

A Grande Revelação

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Por: Gonçalo de Salis Amaral, partner da Neves de Almeida HR Consulting, responsável pela área de consultoria 

Foto: Neves de Almeida HR Consulting 

Passadas as semanas de confinamento, importa, em período de progressiva retoma da atividade económica, refletir e, acima de tudo, interiorizar a aprendizagem que esta pandemia nos demonstrou.

Se é certo que há consequências a lamentar pelos óbitos, desemprego e quebras no PIB mundial, outras há que deverão ser alavancadas, como são os casos da relevância dos sistemas nacionais de saúde; da solidariedade e colaboração entre pessoas e nações; da enorme capacidade do ser humano em adaptar-se, inovar e reinventar-se; da crucial e urgente consciencialização da sustentabilidade dos nossos sistemas económicos, assegurando a conservação do meio ambiente, com recurso à melhor utilização das tecnologias existentes.

Nenhum destes temas é novo, mas não há dúvida de que esta pandemia revelou a sua inequívoca relevância e urgência na mudança de atuação, mesmo junto dos mais céticos. Ao nível do trabalho, as medidas de distanciamento social forçaram-nos à disseminação do teletrabalho, até então muito questionado face à sua eficiência e eficácia, bem como à capacidade das organizações e dos líderes para o gerir e monitorizar, mantendo as equipas unidas e motivadas, trabalhando de forma mais colaborativa.

Um estudo da Neves de Almeida HR Consulting(1), junto de mais de 200 empresas a operar em território nacional durante o mês de abril, em pleno período de confinamento, revelou que 69% das empresas inquiridas mantinham a atividade normal com teletrabalho total ou parcial, demonstrando uma rápida adaptação às circunstâncias, quando tal foi exigido (os setores onde tais valores eram bem mais reduzidos foram os da Hotelaria, Turismo, Desporto e Ensino, assim como a Construção, Infraestruturas, Transportes e Logística).

Da mesma forma, mais de 90% destas organizações revelaram um nível elevado de adaptação, da organização e os seus colaboradores, para o trabalho à distância e gestão de equipas remotas. Ainda assim, tivemos relatos dos esforços feitos na maior disseminação de equipamentos e soluções tecnológicas que permitissem esta mobilidade e acessibilidade em segurança, o que não é de admirar, quando no primeiro trimestre deste ano ainda tínhamos cerca de 40% das organizações com níveis baixos de desenvolvimento digital.

Da mesma forma, mais de 90% destas organizações revelaram um nível elevado de adaptação, da organização e os seus colaboradores, para o trabalho à distância e gestão de equipas remotas. Esta percentagem rondava os 50% antes da pandemia. Adicionalmente, cerca de 80% destas empresas assumiram que o teletrabalho teve impacto nulo, moderadamente positivo ou mesmo muito positivo na performance do negócio e na produtividade dos colaboradores, indiciando nenhum fundamento para as resistências à maior utilização deste tipo de trabalho, alavancando os seus benefícios (como a otimização de custos e maior qualidade de vida). Ainda assim, tivemos relatos dos esforços feitos na maior disseminação de equipamentos e soluções tecnológicas que permitissem esta mobilidade e acessibilidade em segurança, o que não é de admirar, quando no primeiro trimestre deste ano ainda tínhamos cerca de 40% das organizações com níveis baixos de desenvolvimento digital.

“Cerca de 80% destas empresas assumiram que o teletrabalho teve impacto nulo, moderadamente positivo ou mesmo muito positivo na performance do negócio”

O teletrabalho foi a revelação mais óbvia e imediata que a Covid-19 forçou e demonstrou como possível e até vantajoso. No entanto, outras revelações foram verificadas, nomeadamente, na mobilidade do talento dentro da organização ou mesmo entre organizações, bem como na aceleração da automação.

Várias empresas passaram a desenvolver atividades que até há umas semanas não imaginariam desenvolver, obrigando os respetivos líderes a reajustarem o trabalho e os seus colaboradores face a uma nova procura e necessidades de mercado. São exemplo disto as empresas têxteis, que passaram a produzir máscaras e vestuário de proteção, bem como outras do ramo automóvel, que passaram a fabricar ventiladores. Poderia existir melhor revelação da capacidade de adaptação do trabalho e do talento às necessidades de mercado, desenvolvendo a resiliência e agilidade organizacionais necessárias em tempos de incerteza?

A capacidade de mover talento para as atividades mais críticas, de forma rápida e eficiente, criando equipas multidisciplinares, dispersas, mais autónomas e libertando-as das tradicionais hierarquias e burocracias organizacionais é essencial para reagir, em tempo útil, aos constantes desafios e mudanças.  

“A capacidade de mover talento para as atividades mais críticas, de forma rápida e eficiente, criando equipas multidisciplinares, dispersas, é essencial para reagir, em tempo útil, aos constantes desafios e mudanças”

Da mesma forma, permite reagir a eventuais baixas na força de trabalho ou constrangimentos no recrutamento. Igualmente, a capacidade de desmantelar as funções em tarefas, permitindo perceber o que poderá ser feito por outros e até em remoto, redistribuindo o trabalho, permitirá lidar com inúmeras situações no futuro.

Por outro lado, aumentar a automação é cada vez mais mandatório, contribuindo para a credibilidade no serviço prestado, focando o trabalho humano nas componentes relacionais com clientes, bem como na monitorização dos indicadores da atividade, muitas das quais poderão ser realizadas de forma remota. Em tempos de pandemia permitem a redução do risco de contágio e, passado esse período, alavancar os benefícios e eficiências do trabalho remoto com impacto positivo ou nulo na performance e na produtividade.

Em Portugal, este conceito de mover talento já está a ser levado ao seu nível seguinte, fazendo-se entre organizações que, temporariamente, têm necessidades destintas, alinhando-se na utilização do mesmo. 

Por exemplo, empresas da grande distribuição já partilham pools de talento com outras organizações, de acordo com as necessidades.

Quem recebe identifica as competências que necessita, alinhando com quem disponibiliza questões relacionadas com o período temporal, compensação, seguros e benefícios associados durante esse período. 

Sendo um período difícil é, sem dúvida, um momento que coloca à prova a nossa criatividade e agilidade, acelerando as tendências que já se vinham a verificar, se bem que a ritmos distintos nos vários países e organizações, no tipo de trabalho que é executado, como executamos e como gerimos. Somos, assim, forçados a quebrar as resistências e indecisões, adotando e adaptando-nos a algo que mudará o panorama global do trabalho, mesmo depois de termos a pandemia controlada, já que nos ajudam a responder à constante volatilidade do mercado e suas necessidades.

Assumindo-se como grande revelação, a Covid-19 está a contribuir para nossa a resiliência, agilidade e sustentabilidade, se soubermos ler os sinais e atuar em conformidade, alavancando o que já temos disponível.

(1) O HR PERSPECTIVES é um estudo que tem como objetivo analisar as perspetivas a curto e médio prazo no que diz respeito à Gestão de Talento na estratégia e evolução das organizações. Contou com a participação de mais de 200 empresas de diversas dimensões e setores de atividade a operar no mercado nacional, tendo-se baseado em entrevistas a CEO e Responsáveis de Recursos Humanos, entre janeiro e março de 2020, e num questionário online realizado durante o mês de Abril.

Artigo originalmente publicado na edição de Julho de 2020

Preservar o ambiente na retoma 

Por Mariana Barros Cardoso
Fotos: Zero e Quercus

O país começa a retomar a normalidade com o desconfinamento e torna-se urgente respeitar os limites do planeta na retoma económica que acontece agora. 

A PME Magazine falou com Francisco Ferreira, presidente da Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável – e com Paula Nunes da Silva, presidente de direção nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza – para perceber como as pequenas e médias empresas podem ajudar a cumprir o compromisso ambiental para este e os anos seguintes.  

A retoma económica e a manutenção de boas regras de preservação do meio ambiente são preocupações constantes. Torna-se, por isso, importante saber que tipo de investimento é necessário para adotar medidas mais sustentáveis a nível ambiental dentro das próprias empresas, passando pela da preservação do ambiente na retoma da economia nos tempos atuais e no veículo facilitador que esta a adoção de medidas e meios sustentáveis pode ter na reativação das economias.  

Paula Nunes da Silva, presidente da Quercus

Questionada acerca das medidas que as empresas deviam adotar para cumprir com as diretrizes europeias no que toca às metas ambientais, Paula Nunes da Silva, presidente da direção nacional da Quercus, diz esperar uma resposta não só corporativa, mas também institucional ao nível do poder local. 

“As medidas têm que ser das empresas, mas também das autarquias para se atingir a neutralidade carbónica, que pode ser assegurada de forma prática e com alteração do consumo dos edifícios com recurso a energias renováveis, por exemplo”, apela. 

Já Francisco Ferreira, presidente da ZERO, dá-nos conta da importância do estímulo ao uso de modos mais suaves de mobilidade, como as bicicletas, aquisição de frota elétrica para passageiros e para transporte de mercadorias bem como investimentos em energias renováveis para fornecimento de eletricidade aos edifícios e eficiência energética das empresas.  

Estes investimentos devem ser feitos com uma avaliação do custo-benefício das medidas para a própria empresa, para a sociedade e para os colabores, reforça Francisco. 

Para a presidente da Quercus, a contabilização destas medidas de sustentabilidade e investimentos em energias renováveis revelam-se, a longo prazo, numa poupança económica para a empresa. E concede importância às campanhas junto dos colaboradores, apelando à poupança dos consumíveis em escritórios e outros equipamentos das empresas, bem como a alteração das lâmpadas para LED, a diminuição de deslocações ou substituição de veículos utilizados por bicicletas ou viaturas elétricas e a correta utilização de recursos hídricos.

Investir nas pessoas

Para estas alterações ocorrerem nas empresas, para a rentabilidade ambiental e até económica, é preciso investimento para se conseguir adotar medidas mais sustentáveis a nível ambiental nas empresas.  

A presidente de direção nacional da Quercus acredita que “parte significativa do investimento está nas pessoas e na alteração de comportamentos que terão investimentos mais avultados”. Contudo, Paula Nunes da Silva acredita que, feito um plano de gestão, muitas dessas medidas poderão compensar a médio, longo prazo para as empresas.  

Quando questionada sobre os “investimentos avultados” a mesma diz referir-se ao “setor de construção e reabilitação e outros investimentos relacionados com a transição para o digital”.  

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) já deu conta da possível descida de um total de 6% nas emissões globais de dióxido de carbono devido à pandemia causada pela Covid-19. No entanto, esta descida das emissões globais de dióxido de carbono não é suficiente para fazer recuar as alterações climáticas, alertou a mesma organização. Desta forma, a preservação do ambiente na retoma da economia é importante.  

Francisco Ferreira, presidente da Zero

Para Francisco Ferreira, é “sem dúvida, possível” fazer retomar a economia nos tempos atuais, com base na preservação do ambiente. O presidente da ZERO elucida alguns exemplos para isso, como a “aposta numa economia de base mais local e nacional para se poder ajudar em momentos de crise como o presente”. Neste âmbito, lembra, por exemplo, o acesso a recursos para a produção de material necessário para a área da saúde, evitando assim, deslocações.  

O presidente da ZERO defende, ainda, a redução dos níveis de consumo e o aumento da eficiência no uso de recursos no futuro e ainda o desenvolvimento do tecido empresarial tendo em conta novas realidades emergentes e o reforço das sinergias para soluções criativas.  

Muito importante também, na retoma da economia e também na preservação do meio ambiente é a promoção da economia circular através da “reutilização e reciclagem de resíduos, da aposta na reabilitação das cidades e vilas” e “numa agricultura de múltiplos outputs de base local e regional assente em circuitos curtos de distribuição”.  

Já a Quercus alerta, ainda, para a Diretiva de Informação Não Financeira, da Comissão Europeia, que determina que, a partir de março de 2021, o setor financeiro terá de reportar onde é que inclui os temas ambientais nos seus produtos financeiros. 

Já em 2022, estas empresas terão de reportar a percentagem de vendas “verdes”, isto é, sustentáveis e se estas cumprem estes seis objetivos: “mitigação às alterações climáticas; adaptação às alterações climáticas; uso e proteção dos recursos marinhos; transição para a economia circular; prevenção e controlo de poluição; proteção dos ecossistemas de elevado valor ecológico”.

Mudar a pensar no futuro

No que toca às pessoas, Paula Nunes da Silva acredita que estão preocupadas com o seu trabalho, mas também com a mudança no mindset das empresas. 

“O cidadão comum, obviamente está preocupado com o seu trabalho, mas já existe uma preocupação em exigir uma mudança de estratégia económica.”  

Também o presidente da ZERO afirma que esta mudança “é de grande importância na preparação da sociedade e da economia para outras crises fundamentais como são a climática e a ambiental”. 

“A experiência atual que vivemos permite compreender as consequências que podem resultar da impreparação para enfrentar os riscos que se colocam à sociedade e à economia”, defende sendo por isso “importante, aplicar ensinamentos à gestão de outras crises que serão muito benéficos para a sociedade”.  

Artigo originalmente publicado na edição de Julho de 2020

Empresas pedem resposta célere e realista

Por: Ana Rita Justo

Com uma quebra de 2,4% na economia portuguesa no primeiro trimestre e o desemprego a aproximar-se dos níveis verificados durante o período da troika, a urgência por medidas para apoiar as empresas aumenta a cada dia. CIP e Confederação das Micro Pequenas e Médias Empresas falam à PME sobre o caminho a seguir.

O fantasma de uma crise tão má como a que levou à intervenção da troika é cada vez mais real. O Governo estima que Portugal chegue ao fim do ano com o desemprego nos 9,6% e uma quebra no produto interno bruto (PIB) a rondar os 7%, enquanto o número de empresas a aderir ao lay-off simplificado já superou os 100 mil.

António Saraiva, presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, considera que as “empresas portuguesas têm demonstrado uma grande resiliência nesta situação de exceção”, mas teme que isso não seja suficiente para ‘segurar’ a economia.

“O Governo tem revelado dificuldade em responder com a dimensão, com a agilidade e com a rapidez que considerámos, desde o primeiro momento, que a situação exige. Esta é uma avaliação motivada pelo contacto direto com as empresas, através das associações que integram a CIP, e que tem demonstrado ter total aderência com a realidade”, sublinha o presidente da CIP, acrescentando que há “um grande desfasamento entre as necessidades e os montantes mobilizados”, bem como “dificuldades na concretização dos apoios anunciados e mesmo dos aprovados”.

santos silva antonio saraiva pme magazine
António Saraiva, presidente da CIP (Foto: Inês Antunes)

Jorge Pisco, presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), reconhece que “ninguém contava com esta calamidade, muito menos as micro e pequenas empresas”.

“Desde o primeiro momento que a CPPME afirmou que as medidas do Governo eram minimalistas e insuficientes, com a gravidade de se apoiarem em legislação anterior, face a uma situação nova e desconhecida. Veja-se por exemplo a Linha Capitalizar Covid19 com as regras de 2018, ou o lay-off assente no Código de Trabalho de 2017”, sublinha.

“O Governo tem revelado dificuldade em responder com a agilidade e com a rapidez que considerámos, desde o primeiro momento, que a situação exige”, diz António Saraiva

O responsável lembra que as microempresas representam 96,1% do total de empresas em Portugal (segundo dados do INE de 2018, eram 1.278.164 as empresas em Portugal, das quais 1.227.831 eram microempresas) e que é preciso “tomar medidas a médio e longo prazo, estruturantes” para fazer face a esta situação.

Retoma com confiança

Nesse sentido, o presidente da CPPME dá conta da disponibilidade da Confederação para “ajudar a construir uma economia forte e robusta”.

“Nesta nova fase, o Governo terá de trabalhar arduamente com as autoridades sanitárias responsáveis no sentido de ajudar a levantar a economia portuguesa, dando confiança aos seus agentes económicos”, advoga.

Tanto a CPPME como a CIP apresentaram medidas ao Governo de apoio às empresas neste contexto de pandemia. O presidente da CIP considera que, em primeiro lugar, o Governo deve promover instrumentos de capitalização das empresas, que “que possam subsistir e manter empregos”, bem como o reforço das “linhas de crédito disponibilizadas, que se encontram esgotadas, mas acrescentando capacidade de resposta do sistema financeiro e do sistema de garantia mútuo, ao mesmo tempo que tem de reduzir a burocracia, que atingiu um nível inaceitável”.

Na mesma linha, o presidente da CPPME defende a eliminação de todos os “impedimentos que as micro e pequenas empresas têm no acesso à legislação que estabelece e regula os apoios aos empresários, nomeadamente dívidas ao Fisco e à Segurança Social, incidentes bancários das empresas ou dos seus titulares, resultados e demonstrações de exercícios anteriores”.

“O Governo terá de trabalhar arduamente com as autoridades sanitárias responsáveis no sentido de ajudar a levantar a economia portuguesa”, sublinha Jorge Pisco

Além disso, Jorge Pisco defende uma “medida compensatória” que abranja um apoio aos sócios-gerentes, bem como instituir um regime jurídico de proteção em caso de desemprego para os sócios-gerentes.

Ambas as confederações concordam que o Estado deve, ainda, fazer o “pagamento urgente das dívidas às empresas, com prioridade às micro e pequenas empresas”, advoga o presidente da CPPME.

“O Estado pode e deve dar o exemplo, cumprindo prazos de pagamento a fornecedores, o que constitui, por si só, um apoio à liquidez dos agentes económicos. Pode e deve, igualmente, adaptar a fiscalidade para que esta constitua uma resposta a esta situação de exceção, contribuindo para a recuperação económica, através, por exemplo, do incentivo à capitalização e da criação de condições para a melhoria da liquidez”, refere, por seu turno, António Saraiva.

Gabinete de apoio para micro e PME

Uma das medidas defendidas pela CPPME é a criação “com a máxima urgência”, diz o presidente, de um gabinete de apoio para as micro e pequenas empresas, apontando que “a Segurança Social, o IAPMEI e a banca revelam não estar à altura do momento especial” que estamos a viver.

“As vítimas têm sido os micro, pequenos e médios empresários, os seus trabalhadores e as suas famílias que, batendo a estas portas, ou não são devidamente esclarecidos dos seus direitos, mesmo que insuficientes, ou lhes são exigidos imensos papéis e garantias”, lamenta.

Jorge Pisco, presidente da CPPME (Foto: Divulgaçáo)

O presidente revela, ainda: “Recebemos todos os dias dezenas e dezenas de testemunhos de todo o país, de empresários a relatar-nos os seus esforços para continuar com o seu negócio e as dificuldades que encontram junto dos departamentos oficiais”.

Jorge Pisco pede, também, a criação de um “fundo de tesouraria para as micro e pequenas empresas, à margem da Linha Capitalizar 2018”, além da isenção temporária de encargos fiscais e de outras despesas como água, luz e o pagamento de rendas, com “apoio compensatório aos proprietários dos imoveis”; a eliminação do Pagamento por Conta em 2020 e o “reembolso célere do IVA”.

Mais formação

Já a CIP advoga por mais investimento em formação, revela António Saraiva: “Antes o desenvolvimento da economia portuguesa já o exigia e essa exigência tornou- se mais premente com o choque provocado pela pandemia de Covid-19”.

O presidente da CIP lança, ainda, críticas à resposta da União Europeia a este contexto.

“O tempo de resposta da UE merece crítica, porque a morosidade tem como resultado empresas que desaparecem e empregos que deixam de existir, mas acredito que se conseguirá um entendimento para a criação e um programa de resposta a esta crise. Portugal terá de aproveitar esse apoio da melhor forma, com investimento regrado e produtivo, para que a economia se mantenha na rota dos ganhos de competitividade e não perca a corrida face a quem parte mais à frente”, sublinha.

Sustentar empresas, emprego e rendimento: o interior como fuga pós-pandemia

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Por: Sandra Laranjeiro dos Santos, LS Advogados, SP RL

A presente crónica, escrita em tempo de pandemia, num contexto em que o desconfinamento é impulsionado pelos principais atores políticos, mereceu-nos um olhar de esperança, mas de responsabilidade.

Se na adversidade o povo português é exímio em encontrar soluções e ultrapassar desafios, que o levaram, desde tempos idos, a dar novos mundos ao mundo, e o primeiro-ministro nos diz: “Com a mesma determinação com que soubemos conter-nos em casa, temos de fazer o esforço de sustentar empresas, emprego e rendimento, porque sem empresas, emprego e rendimento a economia não cresce, não vive, e a sociedade definha. Se não foi a doença que deu cabo de nós, também não pode ser a cura que dá cabo de nós”. O que podem os portugueses ousar, mantendo a prudência nestes novos tempos?

O interior, que tanto se tem falado como reduto de segurança do “bicho mau”, afigurar-se-á também como porta para a esperança no desenvolvimento económico?

Ora, neste contexto de pandemia, foi publicado o Guia Fiscal do Interior, elaborado pela Secretaria de Estado da Valorização do Interior e pela Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, com o apoio da Autoridade Tributária e Aduaneira, que anuncia os benefícios fiscais para as famílias, e medidas de apoio às empresas e ao investimento muito importantes nestes territórios.

Se os novos tempos são tempos de nos reinventarmos e arriscarmos, não poderíamos, pois, escolher melhor tema!

Porque sem empresas, arriscamos nós, não há sociedade, o pacote fiscal aprovado pelo executivo aposta na atracação do tecido empresarial para o Interior com uma taxa reduzida de IRC para PME, taxa essa que será de 12,5% para os primeiros 25.000 euros de matéria coletável e um incentivo ao reinvestimento dos lucros através de uma majoração de 20% dos benefícios previstos no regime da dedução por lucros retidos e reinvestidos.

Note-se que para usufruir dos benefícios fiscais acima a PME terá de:
a) exercer a atividade e ter direção efetiva nas áreas beneficiárias;
b) não ter salários em atraso;
c) a empresa não resultar de cisão efetuada nos dois anos anteriores à usufruição dos benefícios;
d) a determinação do lucro tributável ser efetuada com recurso a métodos diretos de avaliação ou no âmbito do regime simplificado de determinação da matéria coletável (ou seja, não poderá incorrer no regime de ser alvo de inspeções tributárias que corrigem indiciariamente os resultados apresentados).

Às medidas acima há a somar a atração de investimento com deduções à coleta de IRC mais elevadas, através de condições vantajosas para investimentos que reduzam assimetrias regionais, sobretudo se aplicados em áreas menos desenvolvidas.

O Guia Fiscal do Interior destaca ainda os investimentos para a silvicultura, fundamentais para regenerar e melhorar os povoamentos florestais, sobretudo em anos pós-incêndios, como é o caso em Portugal.

Assim, há importantes incentivos fiscais à silvicultura que, grosso modo, dividem-se em dois grupos fundamentais:

Isenções – contribuintes estão isentos de certos impostos, como seja o caso do IMI, IMT e Selo nas aquisições de prédios (ou partes de prédios) rústicos situados em áreas abrangidas por Zonas de Intervenção Florestal e nas aquisições dos prédios rústicos destinados à exploração florestal, desde que confinantes com prédios submetidos a um plano de gestão floresta;
– E majorações – as despesas dos contribuintes são majoradas, deste modo reduzindo o valor de IRC a pagar, por exemplo com a consideração em 140%, para efeitos de apuramento do lucro tributável em IRC e IRS, dos gastos com contribuições financeiras dos proprietários e produtores florestais aderentes a uma zona de intervenção florestal destinadas ao fundo comum constituído pela respetiva entidade gestora; operações de defesa da floresta contra incêndios; elaboração de planos de gestão florestal; despesas de certificação florestal; e despesas com a mitigação/adaptação florestal às alterações climáticas.

Uma empresa considera-se situada no Interior se exercer atividade e tiver direção efetiva num dos territórios elencados no Anexo da Portaria n.º 208/2017, de 13 de julho (em que encontramos concelhos do Alto e Baixo Alentejo; do Alentejo Central e Litoral; do Algarve; do Alto Minho, Trás-os-Montes; do Tâmega; das Beiras; da zona do Ave; Cávado e Douro; da Lezíria do Tejo e o Médio Tejo; zonas da região de Aveiro; Leiria; Viseu e Coimbra), sendo que como a medida abrange PME, estaremos sempre a falar de empresas que empreguem até 250 pessoas e cuja faturação não ultrapasse os 50 milhões de euros, ou o balanço total até 43 milhões de euros.

É caso para dizer: o interior aqui tão perto, que o descubramos e nele reinventemos com segurança uma economia que não podemos deixar morrer!

Terminamos, pois, com o mestre Alberto Caeiro (“O Guardador de Rebanhos”. 1.ª publ. in Athena, nº 4. Lisboa: Jan. 1925.), esperando que o texto motive o leitor e o deixe voar, na direção da retoma da economia, afinal, o vento passa…

«Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?»
«Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?»

A PME Magazine faz quatro anos

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A PME Magazine completa quatro anos e pediu às suas figuras de capa que deixassem uma mensagem.

Agradecemos a todos os nossos entrevistados que, ao longo destes quatro anos, têm acompanhado esta jornada.

Agradecemos, ainda, aos nossos leitores, parceiros e todos os que colaboram e colaboraram com a nossa revista.

Veja o vídeo:

“Já percorremos mais de 10 milhões de milhas náuticas”- Matthieu Roger

Por: Mariana Barros Cardoso
Foto: Transinsular

Definindo-se como o mais importante armador português de transporte marítimo de cargas, a Transinsular faz parte do grupo ETE. Com 100% capital português, a empresa dá conta das dificuldades em tempos da Covid-19, sem esquecer o compromisso em manter os serviços operacionais e em chegar além-fronteiras com a sua operação em Cabo Verde. Regida por inovação, antecipação e responsabilidade, a Transinsular já percorreu o equivalente a quase 500 voltas ao mundo.  

PME Magazine – Como caracteriza o percurso da Transinsular?
Matthieu Roger –
A Transinsular tem um papel muito importante na economia portuguesa, e nas regiões autónomas da Madeira e Açores. A principal linha de negócio é o abastecimento regular daquelas regiões, que são dependentes do exterior, importando a maioria dos bens de consumo, matérias-primas, entre outros e assegurando as exportações e o transporte interilhas e inter-regiões. A Transinsular, ao ser adquirida pelo Grupo ETE, passou a beneficiar de um significativo conjunto de sinergias. O Grupo ETE cresceu a partir das atividades portuária e fluvial, que nos anos 40/50, estavam intimamente ligadas, já que a própria operação portuária era feita ao “largo”, isto é, no meio do rio, zona que oferecia os calados necessários para os navios poderem carregar e descarregar. Naquela época, para navios de determinada dimensão, não era possível descarregar diretamente nos terminais portuários, pelo que a operação ao largo – fluvial – continua a ser uma atividade realizada em exclusivo pelo Grupo, no Rio Tejo. O grupo foi ganhando dimensão na área do agenciamento marítimo, detendo o maior agente nacional, a Navex, bem como na área da logística, com capacidade de oferecer um serviço end-to-end. Destaque, ainda, para a área de engenharia, manutenção e reparação naval, com dois estaleiros, um em cada uma das margens do rio Tejo, uma mais-valia na manutenção das frotas de navios e contentores da Transinsular. Por último, uma referência à linha internacional, que tem como principal destino Cabo Verde, sendo Portugal o maior mercado de origem das mercadorias. 

PME Mag. – Qual foi a melhor oportunidade de expansão da empresa?
M. R. – Estando integrada numa determinada realidade económica e sendo essencialmente uma empresa nacional, terá de alguma forma o seu desempenho ligado ao próprio país. Tivemos um período em que o país cresceu, as regiões autónomas desenvolveram-se e cresceram acima do país e a Transinsular acompanhou esse crescimento. Para o desenvolvimento das várias infraestruturas de obras públicas nos Açores e na Madeira, no final dos anos 90 e princípio dos anos 2000, foi fundamental a frota de navios cimenteiros da Transinsular, auto carregadores e auto descarregadores, que efetuaram o transporte de todo o cimento necessário para as referidas obras. Essa terá sido uma boa fase. 

PME Mag. – Integram o grupo ETE, com 100% capital português. É o segredo para ser uma referência na economia do mar? 
M. R. – Julgamos que a origem do capital, por si só, não pode explicar o sucesso ou sermos uma referência na economia do mar. Essa qualidade resulta de termos clientes satisfeitos e de sermos credíveis nas relações que estabelecemos. Temos experiência na economia do mar, o que nos confere uma capacidade de antecipação e adaptação à mudança. O capital 100% português é, apesar de tudo, muito importante, pois podermos ter operadores nacionais nos ativos estratégicos do país, como são os portos e a própria marinha mercante. 

PME Mag. – Quantos navios compõem, atualmente, a frota da Transinsular?
M. R. – A frota atual é composta por oito navios que servem com frequência as regiões autónomas e Cabo Verde, dos quais seis são próprios. Já percorremos mais de 10 milhões de milhas náuticas, o equivalente a quase 500 vezes da volta ao mundo.  

PME Mag. – As pessoas são um dos pilares fundamentais numa empresa como a vossa? 
M. R. – As pessoas são sempre o pilar fundamental de uma empresa. No nosso caso, os navios, as gruas, os armazéns são ativos fundamentais, mas que qualquer empresa pode adquirir. Atualmente, empregamos 140 colaboradores.  

Pessoas certas no lugar certo

PME Mag. – Termos um dos maiores portos da Europa faz com que seja mais facilitador ter sucesso numa empresa de transportes marítimos de cargas? 
M. R. – No nosso caso diria que as mais-valias e/ou sinergias resultam do facto de a Transinsular estar integrada num grupo que tem uma posição muito forte no setor portuário nacional, com presença em todos os terminais portuários relevantes do país. Isto permite que o armador tenha uma agilidade e capacidade de chegar mais perto dos seus clientes. Também o facto de determos a nossa própria operação logística de forma integrada nos próprios terminais portuários ou com grande proximidade dos mesmos assegura eficiência e rapidez na resposta. 

PME Mag. – Que medidas têm para promover a sustentabilidade ambiental? 
M. R. – Na Transinsular, e em todo o Grupo ETE, as questões de melhoria e sustentabilidade ambiental são uma preocupação constante na nossa gestão e na nossa atividade diária. Há mais de dez anos que temos adotado medidas, na sua grande maioria, sempre alinhadas com recomendações e orientações da IMO [n. D. r. International Maritime Organization]. Recentemente, podemos destacar a adoção do tipo de combustível VLSFO [Very Low Sulphur Fuel Oil] para os nossos navios, que resulta numa menor emissão de gases poluentes.

PME Mag. – Quais foram as maiores dificuldades encontradas neste tempo de Covid-19? 
M. R. – Fazemos parte da minoria da população que teve de se manter ativa e continuar na “linha da frente” para que o país não parasse.  Numa atividade como a da Transinsular, que implica manter todos os serviços operacionais – administrativos e frota de navios – foram vários os desafios impostos. Assegurar o teletrabalho à maioria das equipas administrativas, manter a full-time uma resposta aos nossos clientes, manter as tripulações dos navios a bordo – confinadas aos mesmo espaço de circulação – obrigou-nos a ajustar procedimentos e a definir regras que permitissem manter a segurança de todos. Por outro lado, conseguimos reorganizar alguns serviços por forma a manter a frequência do abastecimento em Cabo Verde. O novo serviço Cabo Verde Expresso, que liga Portugal a Cabo Verde em sete dias, explica esta resposta em tempos de Covid-19. O grupo fechou também uma parceria com os Correios de Cabo Verde, assegurando a expedição internacional e nacional de carga postal por via marítima e onde a Transinsular e a Transinsular Cabo Verde [armador local], têm um papel ativo. Numa fase em que o sistema aéreo de alguns países se mantém suspenso, esta foi uma parceria feliz para cumprirmos o habitual compromisso de resposta com aquele país.

PME Mag. – Quais são as bases para manter a empresa reconhecida internacionalmente? 
M. R. –São muitos anos neste setor e onde fazemos apenas aquilo que sabemos. Isto deve-se não só à passagem de know-how entre gerações, mas também à estabilidade da gestão, permitindo manter ao longo do tempo a confiança dos nossos clientes.

PME Mag. – Sendo o Grupo ETE uma referência no setor e com posição de destaque a nível internacional, o que representa em termos de volume de negócio e de empregabilidade?  
M. R. – Atualmente, o Grupo ETE emprega mais de 900 colaboradores e gera um volume de negócios anual superior a 200 milhões de euros. Detém uma presença internacional com operações próprias em cinco países (Colômbia, Uruguai, Cabo Verde, Moçambique e Portugal), em três continentes.

PME Mag. – O sucesso vem de…?
M. R. – Inovação, antecipação e responsabilidade. Temos o compromisso de continuar a inovar e antecipar soluções que garantam a satisfação dos nossos clientes que dão o seu contributo de forma sustentada ao crescimento e economia do país. 

Artigo originalmente publicado na edição de Julho de 2020

Braga é o “coração” da Uphold

Por: Ana Rita Justo 
Fotos: Uphold

A pandemia levou muitas empresas a retraírem o seu investimento, mas não a Uphold, plataforma financeira digital norte-americana com escritórios em Braga e que mantém a intenção de chegar aos 100 colaboradores até ao final de 2020. O CEO, J. P. Thieriot, e o CTO, Rui Marinho, explicam à PME Magazine o porquê desta aposta no Norte de Portugal. 

Portugal surge muito naturalmente no mapa de investimentos da Uphold, uma fintech de Sillicon Valley que lançou, em 2014, uma plataforma financeira digital disponível em mais de 180 países e com acesso a 27 moedas nacionais, 30 moedas digitais, quatro metais preciosos e outros produtos de poupança e crédito. 

A empresa nasceu em São Francisco, Estados Unidos da América, e conta hoje com escritórios em Nova Iorque, Londres, Xangai e também em Braga, integrando o ecossistema da Startup Braga e onde, revela o CEO, J. P. Thieriot, a empresa encontrou o “coração da empresa”. 

J.P. Thieriot criou a Uphold em 2014

“Começámos a trabalhar com grupos de diferentes localizações e o que reparámos é que o trabalho vindo de Portugal era sempre melhor, chegava a horas, dentro do budget”, afirma o responsável.

A eficiência demonstrada levou à contratação, em 2014, de Tiago Ribeiro e Rui Marinho, fundadores da startup portuguesa Seegno, que passaram a integrar a estrutura responsável pela Uphold em Portugal, ambos como CTO (chief technology officers), que conta agora com cerca de 70 trabalhadores em Braga. 

“Além da nossa presença em Braga, vamos todos os anos para o retiro da empresa no Algarve e passamos muito tempo no Porto. Portugal tornou-se no coração cultural e espiritual da empresa de uma forma muito importante e não é por acaso”, advoga o CEO. 

Já o CTO Rui Marinho reconhece grandes investimentos de outros concorrentes tecnológicos em Portugal, mas sublinha que a grande vantagem competitiva da Uphold para quem lá trabalha está no desenvolvimento das competências core

“De uma perspetiva de desenvolvimento do produto, temos 60 pessoas em Braga”, explica o responsável português, entre engenheiros, desenvolvimento de produto e infraestruturas. 

Até final do ano, a Uphold quer contratar mais 30 profissionais nas áreas de engenharia, data scientistsproduct development e gestão de projetos. 

“Isto está a ser feito em reposta à pandemia, para mostrar, não apenas à comunidade local, mas a todo o país, a forma como queremos que a empresa cresça, juntamente com a retoma da economia portuguesa. O momento não foi ao acaso, queríamos dar um sinal a outras empresas de que vamos sair desta situação mais cedo do que tarde e vamos dar o nosso melhor para que isto aconteça”, afiança Rui Marinho. 

“O mercado das moedas digitais é muito entusiasmante para quem está a ser recrutado. Como lidamos com grandes avanços em tecnologia, isso tem um papel importante na hora de convencer os candidatos a mudar de emprego ou a candidatarem-se à nossa empresa”, acrescenta. 

A próxima Silicon Valley

A aposta em Portugal dura há mais de seis anos e levou, inclusivamente, a Uphold a adquirir uma outra startup portuguesa no ano passado, a Scytale, uma agência de web development. J. P. Thieriot sublinha, mais uma vez, que esta aposta não acontece por acaso. 

“A Universidade do Minho está entre as universidades com programas de ciências computacionais mais antigas da Europa. A presença da equipa em Portugal não tem que ver com o facto de se ter suporte mais barato, mas sim com inovação global e com o desenvolvimento de tecnologia de classe mundial. Isto não acontece no vazio, trabalharam bem na Universidade do Minho para terem tantas mentes tecnológicas de classe mundial nos dias de hoje”, adianta. 

Além disso, o CEO aponta ainda a “mais recente legislação no que toca aos impostos” relacionados com criptomoedas, que faz de Portugal “uma casa muito atrativa para esta indústria e que tem potencial para ser a próxima Silicon Valley”. 

Com a equipa a ser maioritariamente da região Norte de Portugal, com idade média de 32 anos (20% mulheres e 80% homens), Rui Marinho diz ter uma equipa equilibrada, a quem a Uphold consegue incutir uma “cultura norte-americana muito forte” no que toca às regalias de quem ali trabalha. 

“Há uma ligeira parte negra: a lei laboral portuguesa não é a mais clara ou convidativa do mundo, mas em todos os restantes aspetos – talento, regras, montar uma legislação atrativa para o desenvolvimento e comércio de criptomedas – fizeram um trabalho incrivelmente bom, possivelmente melhor do que noutros países.” 

“Uma das regalias – que esperamos poder retomar depois de a pandemia passar – é que oferecemos o almoço aos nossos colaboradores todos os dias, de forma a que possam debater ideias, não apenas de trabalho, mas também de fora. Isso cria um sentido diferente de grupo e de amizade e é uma das razões por que temos tão pouca gente a deixar a empresa.”

Pandemia… positiva?

No que toca ao mercado das moedas digitais, J. P. Thieriot é perentório ao afirmar que a pandemia acabou por trazer benefícios a quem trabalha no setor, em detrimento de outros altamente penalizados pela Covid-19. A perspetiva de emissão de moeda para fazer face à crise atual poderá, segundo o próprio, beneficiar as criptomoedas. 

“Os Estados Unidos vão querer fazer melhor do que na crise de 2008 e não vão só dar dinheiro aos bancos ou fazer empréstimos. Será preciso imprimir dinheiro e pô-lo nas mãos das pessoas – o que penso que será o correto, mas isso significa que o valor das moedas irá desvalorizar. O valor do dólar norte-americano é relativamente mais forte, mas comparado com as bitcoins ou ouro físico irá perder valor, por isso, as bitcoins e o ouro físico vão ganhar valor em relação à moeda fiduciária. É nesse espaço que operamos, por isso, a nossa atividade, mês após mês, semana após semana, continua a crescer à medida que as pessoas se apercebem daquilo que vai acontecer e de onde podem alocar as suas poupanças. Estamos num negócio estranhamente favorável na conjuntura atual”, advoga. 

Rui Marinho, CTO e responsável pelas operações da empresa em Portugal

Já Rui Marinho diz que a empresa vê “com bons olhos o potencial da nova Zona Livre Tecnológica”, lançada em abril passado em Matosinhos no âmbito do plano do Governo e inscrito no programa Startup Portugal – Estratégia Nacional para o Empreendedorismo. 

“A Zona Livre Tecnológica pode providenciar uma sandbox regulatória para empresas como as nossas, que querem lançar produtos completamente diferentes e assim têm o enquadramento legal necessário, sem terem medo do que irá acontecer. Estamos muito entusiasmados com o que isto irá trazer para o setor das fintech.” 

Atualmente, a Uphold conta com 2,2 milhões de utilizadores e com um ritmo de crescimento de sete mil novos utilizadores por dia. A expectativa é, por isso, de chegar ao final do ano com 3,5 milhões de utilizadores.  

“Estamos a mudar a forma como o dinheiro circula e a forma como as pessoas podem aceder a coisas que nunca tinham conseguido aceder anteriormente, na esperança de tornar as suas vidas melhores”, acrescenta J.P. Thieriot. 

Artigo originalmente publicado na edição de Julho de 2020. Artigo corrigido a 02/07/2020, às 09h25.

“Houve uma alteração abrupta nos hábitos de vida das pessoas” – Madalena Cascais Tomé

Por: Ana Rita Justo

Foto: João Filipe Aguiar

Com mais de 10 milhões de transações por dia, a SIBS aposta num futuro em que os pagamentos são cada vez mais invisíveis e em ajudar as empresas a melhorar ainda mais a experiência que dão aos seus consumidores. Uma entrevista que, na verdade, foram duas à CEO da SIBS, Madalena Cascais Tomé – a primeira quando ainda não se adivinhava a pandemia e a segunda já de olhos postos na retoma.

PME Magazine – De que forma é que as soluções cashless da SIBS têm ajudado as empresas a reinventar-se?

Madalena Cascais Tomé – Desde logo, o passarmos para pagamentos eletrónicos e toda esta lógica de digitalização é algo que aporta muita eficiência às empresas. Acreditamos que é por via dessa eletronização e dessa digitalização que, quer as empresas, quer também os utilizadores conseguem ter mais tempo para aquilo que é mais importante, para se focarem nas suas atividades, nos seus processos produtivos. Cada vez mais, não só as soluções mais tradicionais, como os chamados POS [n. d. r. point of sale, em português, ponto de venda], a aceitação física de pagamentos, que tem tido uma aceleração muito importante nos últimos anos, tem estado a crescer a um ritmo superior do ritmo da economia e contribui para que todos os processos de compra, de check-out, possam ser muito agilizados. No fundo, o que os negócios querem é vender, o que as pessoas querem é comprar e o pagamento acaba por ter de ser o mais invisível possível, o mais digital possível. Temos também trabalhado muitíssimo naquilo que é trazer toda esta realidade para o online. Acreditamos que, sobretudo para o tecido empresarial português, para as PME, o e-commerce é uma enorme oportunidade, porque é passar do mercado português, que é relativamente mais contido, para o mercado que tem uma escala global… Temos muitos exemplos disso já em Portugal e as nossas soluções de pagamentos digitais para o e-commerce têm feito esse contributo. A forma como vemos isto é muito empenhada, muito ativa e que também acreditamos que vai muito além daquilo que é tecnologia. Além das soluções tecnológicas, fazemos um trabalho muito ativo no terreno com as empresas. Estamos, por exemplo, presentes na Iniciativa do Comércio Digital, em que temos estado a fazer um roadshow por todo o país, no fundo, para trazer estas soluções e muita desta aprendizagem para as nossas PME e para os nossos empresários para garantir que toda esta componente do pagamento e da presença online fica muito facilitada. Queremos, de facto, ter este papel e este contributo muito ativo para garantir que a nossa economia é cada vez mais digital e que as nossas empresas são cada vez mais produtivas e eficientes, porque acreditamos que esse é o caminho no futuro.

“Acreditamos que, sobretudo para o tecido empresarial português, para as PME, o e-commerce é uma enorme oportunidade”

PME Mag. – Pode destacar algum caso em concreto?

M. C. T. – Isso seria, porventura, injusto. O que é importante é, cada vez mais, haver esta dinâmica muito mais alargada. Sabemos que, no nosso tecido empresarial, mais de cerca de metade das empresas são microempresas e, portanto, fazer com que todas estas microempresas consigam dar esse salto é o que vai dinamizar a nossa economia. Posso referir-lhe alguns números: como disse, as compras eletrónicas estão a crescer acima do valor da economia – têm crescido cerca de 10% ao ano; as compras no comércio digital têm crescido cerca de 40% ao ano. Vê-se bem esta dinâmica e esta evolução que tem acontecido para o digital. Acho que também é importante reforçar que as nossas soluções, muitas vezes, vão além disso. Por exemplo, temos áreas, que são menos conhecidas, como a produção de cartões, em que também aí estamos a apoiar e a desenvolver soluções inovadoras, como os cartões de fidelização. Ou seja, cada vez mais garantindo que estas empresas conseguem ter ferramentas de diferenciação no seu posicionamento no mercado.

PME Mag. – Conseguiram tornar o Web Summit cashless, que outros exemplos como este pode dar?

M. C. T. – Uma das áreas que tem sido muito interessante trabalhar tem sido toda a lógica dos festivais e dos eventos. De facto, é uma área em que cada vez mais as pessoas querem estar descontraídas a usufruir da experiência. Ter esta lógica cashless tem sido muito importante. Temos trabalhado com diversas organizações, desde festivais de música, até feiras mais regionais e locais no sentido de garantir que durante o evento as pessoas não têm de manusear cash, têm, sim, de usufruir da experiência, fazer cada vez mais o seu convívio e a utilização, quer da parte mais de food and beverages [comida e bebida], quer também de outras áreas de merchandising que possam utilizar. Temos algo que é muito interessante que é um beer point, para utilizar ou para beber uma cerveja, ou, por exemplo, tirar um café – cada vez mais podemos fazê-lo só com o nosso telemóvel, não precisamos de ter toda a logística de ter moedas, que é sempre um grande inconveniente. E começamos também a trabalhar naquilo que eu acredito que é o futuro dos pagamentos que são os pagamentos invisíveis. Todas as experiências que existem lá fora, nós já estamos também a pilotar com algumas entidades em Portugal no sentido de garantir que, mesmo em retalhistas, grandes superfícies, pontos de venda, é cada vez mais possível fazer a compra sem ter de fazer o pagamento e, portanto, cada vez mais o futuro será a invisibilidade do pagamento, porque as pessoas querem comprar, não querem pagar.

“Segurança primeiro”

PME Mag. – A segurança é muito importante neste tipo de pagamentos. É assim que surge o serviço antifraude Paywatch?

M. C. T. – Sim, toda a filosofia da SIBS é uma filosofia “Security by Design”, todas as nossas soluções – e isso é algo que nos caracteriza e nos diferencia e que tem contribuído para termos os níveis de segurança que temos, que são destacados a nível europeu – é que todas as soluções que fazemos começam e pensam na segurança em primeiro plano. Todo o paradigma de pagamento está a passar de uma lógica de autorização para uma lógica de autenticação. Eu não autorizo a transação, eu mostro que sou e isso permite-me fazer um conjunto de operações e um conjunto de pagamentos. Não só do ponto de vista do Paywatch, dos serviços antifraude que temos 24 sobre 7 e que estão em permanência a olhar para todo o ecossistema de pagamentos em Portugal e nos mercados onde estamos presentes para atuar sobre esse tema, mas também todas as soluções tecnológicas caminham cada vez mais para uma autenticação a que chamamos forte, muito assente em biometria, muito assente em conceitos de tokenização, para que se atue, não só no início do pagamento, com a tal autenticação, mas depois durante todo o processo, e aí, sim, entram também os processos da Paywatch e toda esta vigilância que fazemos 24 sobre 7 e toda esta atuação que fazemos em permanência de forma invisível e que está lá todo o tempo.

PME Mag. – Que balanço faz do programa SIBS Payforward?

M. C. T. – Tem sido extremamente positivo e aqui se calhar destacaria duas vertentes, desde logo o ecossistema e a dinamização de soluções novas e, de facto, têm surgido imensas ideias interessantes. Ao longo das três edições do programa, tivemos mais de 150 startups a participar, muitas delas internacionais, mais de 70% destas startups são internacionais e isso tem alimentado uma dinâmica de soluções e de conceitos, de provas e de experiências muito interessante. Mas, também, o próprio trabalho em conjunto da equipa da SIBS com estas equipas de startups que têm, muitas vezes, uma dinâmica diferente. Tem sido muito enriquecedor, quer da nossa perspetiva, quer na perspetiva destas startups. Edição após edição, temos tido cada vez mais candidaturas e uma das coisas que tem sido realçada pelas startups participantes tem sido a enorme aprendizagem que têm tido com as pessoas da SIBS e a enorme partilha de experiências. Isto tem gerado um networking muito interessante, que até subsiste após a edição do programa. Tem sido, de facto, muito, muito interessante.

PME Mag. – Quantas empresas já beneficiam dos instant payments?

M. C. T. – Neste momento – e isso é algo que vale a pena destacar no mercado português – temos uma percentagem de cobertura de instant payments quase próxima dos 100% das contas empresariais. É algo bastante único no contexto europeu. A plataforma de instant payments que foi desenvolvida pela SIBS tem uma abrangência enorme. Estamos, neste momento, a operar na interoperabilidade desta mesma plataforma para chegar aos outros mercados, mas tem tido uma abrangência única, ímpar no contexto europeu. Quer do ponto de vista de instant payments, quer do ponto de vista de open banking, temos sido pioneiros na forma como introduzimos estas soluções no mercado e na abrangência que estas soluções têm.

“Temos uma cobertura de instant payments quase próxima dos 100% das contas empresariais”

PME Mag. – Que papel tem o SIBS Analytics na perceção dos hábitos de consumo dos portugueses?

M. C. T. – Desde logo, é uma ferramenta útil em diversas dimensões, é muito uma aprendizagem de utilização. Foi essa, também, a nossa visão, ao lançar o SIBS Analytics, pôr no mercado e disponível, quer para as PME, empresas de várias dimensões, quer também para a academia, um conjunto de dados que são importantes para caracterizar a nossa economia e a nossa atividade económica. Tem sido um crescendo de procura nessa matéria. Também temos apoiado as empresas nalgumas análises mais específicas relativas ao seu setor e relativas à sua própria atividade, mas, na prática, o que eu aconselharia ou recomendaria é muito uma lógica de teste e de experimentação, porque a informação é muito rica e pode ser muito útil para as empresas, sobretudo para se situarem no seu setor de atividade, naquilo que, no fundo, tem sido o perfil de utilização entre nacionais e estrangeiros. Há uma panorâmica muito interessante, com uma atualidade muito grande sobre estes dados, porque, na prática, os dados estão disponíveis relativamente ao mês anterior e isso é uma atualidade muito importante para se perceber, de forma muito rápida, como é que estão a evoluir os principais indicadores de consumo.

“Adaptação é fundamental”

PME Mag. – O que é que as empresas precisam de ter em conta hoje para vingarem?

M. C. T. – Diria que a tecnologia – e essa é a grande revolução, o grande contexto de revolução que vivemos é muito rápido, muito acessível, muito dinâmico. Portanto, a capacidade de adaptação é fundamental. Os temas de tecnologia são, obviamente, muito importantes e, hoje, a tecnologia está disponível de uma forma muito acessível, muito fácil. E depois, toda esta capacidade de adaptação. Quer, por um lado, garantir a eficiência, isso é o fundamental para a competição e para a competitividade da empresa, mas também, sobretudo, apostar nos seus fatores de diferenciação que são cada vez mais importantes.

PME Mag. – Qual a previsão de transações para 2020?

M. C. T. – Nós terminámos o ano de 2019 com 3,8 mil milhões de transações, só para ter uma ideia isto representa cerca de 10 milhões de transações por dia, quando em 2018 tínhamos tido 8,9. Portanto, na prática, temos mais um milhão de transações por dia, o que significa um crescimento de cerca de 10%. Como lhe dizia, esta digitalização manifesta-se e está a manifestar-se também nestes indicadores. Acreditamos que esta tendência de crescimento se vai manter. Aqui também é muito importante a nossa presença nos mercados internacionais e também destacaria a presença na Polónia, em que estamos com um crescimento ainda mais acelerado, porque há uma lógica de incentivos públicos à digitalização, nomeadamente através da constituição daquilo que é o fundo chassless e aí os nossos crescimentos estão a ser acelerados, na ordem dos 40%. É, de facto, um mercado onde o crescimento ainda será mais acelerado, mais dinâmico e onde, até por via da aquisição que fizemos de um player polaco estamos no top 3 do crescimento no mercado. Estamos a dar um contributo muito importante para este crescimento e para esta digitalização.

PME Mag. – Qual é exatamente a estratégia de internacionalização da SIBS?

M. C. T. – A nossa aposta é crescer nos mercados em que estamos presentes e sedimentar essa posição aí e, com esse entorno, continuar a crescer no contexto europeu, porque estamos num mercado altamente dinâmico e competitivo, de crescimento acelerado. A SIBS é um dos top players europeus de pagamentos e queremos, por via também deste crescimento, manter-nos nessa posição de liderança no contexto europeu. No mercado da Polónia, continuamos com este crescimento orgânico acelerado, na ordem dos 40%, como lhe referi, e também continuamos ativamente à procura de outras oportunidades de crescimento inorgânico. Nos mercados em vias de desenvolvimento em que estamos presentes, nomeadamente nos mercados africanos, continuamos a fazer uma aposta também muito grande no desenvolvimento dessas economias. No último ano, processaram, através das nossas soluções, através da nossa tecnologia, cerca de dois mil milhões de transações. Mercados que, quando nós começámos a trabalhar, eram muito incipientes do ponto de vista de aceitação eletrónica, e estamos também a levar para estes mercados toda a lógica das wallets digitais e dos pagamentos móveis, aí também dando um contributo muito importante para essa digitalização e também, por esta via de internacionalização, queremos continuar a levar a tecnologia portuguesa e a mostrar a tecnologia portuguesa, que é distintiva e no caso dos pagamentos é muitíssimo distintiva no contexto europeu.

“MB Way facilitou os pequenos pagamentos”

PME Mag. – De que forma o MB Way alterou os hábitos de consumo dos portugueses?

M. C. T. – O MB Way, uma das coisas que tem facilitado são os pequenos pagamentos. Cerca de 60% das transferências são abaixo dos 20 euros, que tipicamente eram transferências que se calhar eram feitas em dinheiro e, isso sim, é um indicador muito positivo, mais uma vez, desta alteração de comportamentos para uma lógica muito mais digital. Temos cerca de 1,2 milhões de compras físicas por mês com o MB Way*, o que significa que há uma alteração de hábito, há pessoas que já não utilizam a carteira no seu dia-a-dia, que apenas com o seu telemóvel conseguem fazer a maior parte da sua utilização, incluindo as compras físicas. Utilizar também o multibanco, que hoje é possível só com o telemóvel fazer todas as operações. No final do ano, quisemos também trazer o “Ser Solidário” para o MB Way, porque acreditamos que a tecnologia só faz sentido se puder estar ao serviço das pessoas e da comunidade. Queremos tambémcontinuar a apoiar e a facilitar os pequenos donativos para as instituições que fazem parte deste serviço.

PME Mag. – Para quando a internacionalização do MB Way?

M. C. T. – Anunciámos, no ano passado, que somos pioneiros e somos membros fundadores de uma associação internacional de pagamentos e de soluções de pagamentos digitais. Portanto, é um caminho que estamos a fazer por essa via e é algo em que estamos a trabalhar. Este ano já, por exemplo, tivemos a inclusão dos números internacionais no MB Way, o que já é um passo nesse sentido, complementando a nossa base de utilizadores e possibilitando que, cada vez mais, os estrangeiros que estão em Portugal, ou os portugueses que estão no estrangeiro com um número internacional possam também utilizar o serviço. Eu diria que para breve…

PME Mag. –A SIBS vence o Melhor Projeto de Transformação Digital 2019. Como é que se chega até aqui?

M. C. T. – É um enorme orgulho, sobretudo em nome desta equipa, recebermos 11 prémios de sete entidades diferentes, desde júris constituídos por personalidades até eleições dos utilizadores. Acho que tem sido um enorme trabalho em equipa. Lá está, nessa diversidade entre a SIBS mais tradicional, ou as competências core que tínhamos, e depois todas estas novas competências que também tivemos de trazer e com as quais tivemos de completar a equipa, nomeadamente todas as lógicas de inteligência artificial, de analytics, de digitalização, com muito foco e com muito esforço, com muito empenho, porque já vínhamos de uma realidade com enorme inovação. Quer dizer, tínhamos produtos, como o MB Net, que foram lançados para o online há 18 anos e sobre isso também continuamos a inovar, muitas vezes, não só no lançamento de novos produtos, mas no fundo reconfigurando produtos que já tínhamos, sempre com uma enorme consciência de se fazer muito bem o nosso core, porque na prática processamos os tais 3,8 mil milhões de transações a todo o momento e isso é algo que exige uma grande responsabilidade e uma grande atenção, mas conseguindo lançar estas novas soluções com uma enorme persistência e também com muita atenção à forma como podemos ter impacto na vida das pessoas, como é que estas soluções tecnológicas vão além da tecnologia e conseguem trazer valor, libertar tempo, trazer conveniência no dia-a-dia das pessoas. É o exemplo do MB Way, é o exemplo da SIBS Analytics, é o exemplo dos Instant Payments no caso das empresas, tem sido muito essa a lógica, tem sido muito esse o foco.

PME Mag. – Se acontecesse uma crise como a de 2008 a SIBS estaria preparada para a enfrentar?

M. C. T. – Sim, sem dúvida.

PME Mag. – Como vê a SIBS daqui a cinco anos?

M. C. T. – Desde logo, espero lançarmos nos próximos cinco anos os mesmos 60 novos produtos que lançámos agora. Continuo a ver a SIBS com esta dinâmica de inovação enorme, com este contributo muito ativo naquilo que é a digitalização dos pagamentos em Portugal, com este empenho também em ser uma bandeira da tecnologia portuguesa nos mercados onde estamos presentes, a continuar a ser um player relevante no contexto europeu, com o crescimento desta grande equipa. Hoje, somos quase cerca de mil pessoas e acho que temos de crescer não só em dimensão, mas sobretudo em talentos, em desenvolver os talentos que temos dentro de casa. E a contribuir para que os pagamentos sejam cada vez mais invisíveis, para que o sistema de pagamentos nacional continue a ser uma referência a nível internacional e para que cada vez mais as pessoas possam ter apenas o seu smartphone ou o device que escolham para fazer os seus pagamentos – aliás, para comprar, que se esqueçam quase da componente do pagamento.

PME Mag. – Como concilia a sua vida pessoal e profissional?

M. C. T. – Como em tudo, é um tema de organização. Temos de fazer as nossas escolhas, essa é a primeira questão que é preciso ter presente. É algo que sempre fiz ao longo da minha carreira e, obviamente, é algo que também é muito enriquecedor, porque a componente pessoal é uma inspiração grande para aquilo que fazemos e que trazemos no dia-a-dia na nossa vida profissional e vice-versa.

A SIBS NA ERA PÓS-COVID

PME Mag. – Desde que foi decretado o confinamento, o que é que mudou?

M. C. T. – O mundo mudou muito, não só na SIBS, mas em geral. Todos nós estamos a viver uma época sem precedentes, a forma como trabalhamos, como convivemos, como nos entretemos está a mudar completamente. A SIBS, até antes da declaração do estado de emergência, acionou um plano de contingência – tínhamos já um plano de continuidade de negócio bastante exaustivo, fruto do que é a nossa atividade como infraestrutura e como empresa tecnológica de referência. Ativámos o plano de contingência e estamos, maioritariamente, em teletrabalho, sendo que as equipas críticas estão ainda no local. Agora, o que verdadeiramente mudou são também os desafios que se colocam à nossa atividade, acelerando aquilo que era uma tendência que já vinha de trás que é a crescente digitalização e eletronização dos pagamentos. Se há algo que é marcante neste momento, é uma alteração abrupta naquilo que são os hábitos das pessoas em todas as suas dimensões, mas também na forma como compram, pagam, como, no fundo, satisfazem as suas necessidades do dia-a-dia. Isto, se alguma coisa vem trazer à SIBS é acelerar os seus desafios de digitalização e também demonstrar a importância de uma empresa tecnológica portuguesa, de base portuguesa. Porque também se há algo que este momento trouxe de novo, além dos hábitos das pessoas, das empresas, é uma descontinuidade naquilo que era um processo de globalização. Cada vez mais – e este momento vem mostrar isto – é muito importante a capacidade de autonomia dos países e dos mercados nas suas infraestruturas críticas e, obviamente, a infraestrutura de pagamentos e a atividade e a tecnologia que a SIBS disponibiliza são críticos e temos tido o foco de estar à altura de responder a este desafio, contribuindo de forma muito ativa em tudo aquilo que são as nossas áreas de intervenção para minimizar o impacto que esta pandemia está a ter na vida dos portugueses, das empresas e dos indivíduos e contribuir também de forma ativa para mitigar a sua propagação, nomeadamente através das soluções digitais que disponibilizamos.

PME Mag. – Quantos trabalhadores têm em teletrabalho e presencialmente?
M. C. T. –
Temos cerca de 700 trabalhadores em teletrabalho e cerca de 300 que estão on premises, mas obviamente também a trabalhar de uma forma diferente. Todas as equipas que estão de forma incansável a assegurar estas infraestruturas críticas e que precisam de o fazer no local estão a trabalhar numa lógica de espelho e em turnos não simultâneos, também tirando partido das nossas infraestruturas segregadas, exatamente para assegurar o máximo de resiliência e para estarmos, como sempre, em permanência, 24 sobre 7. A SIBS é uma empresa, nessa medida, resiliente. A nossa preocupação é, desde logo, a saúde dos nossos que é a sua atividade e o trabalho desses nossos colaboradores, mas também do ponto de vista daquilo e obviamente o foco operacional. A SIBS é uma empresa robusta, a sua atividade também tem sido impactada, mas temos, ainda assim, um nível de atividade que nos permitiu não recorrer ao lay-off.

PME Mag. – De que forma é que esta pandemia impactou o negócio da SIBS?

M. C. T. – Acho que separaria aqui em vários momentos: é óbvio que a atividade da SIBS, sendo tão central no dia-a-dia dos portugueses e das pessoas, está a ser impactada naquilo que é esta grande alteração de hábitos de consumo. Num primeiro momento, quando foi declarado o estado de emergência, houve uma alteração bastante dramática e um impacto significativo na principal atividade da SIBS, fruto também do confinamento que foi decretado com esse estado de emergência. Aí, fruto desse confinamento e da alteração dos hábitos de consumo dos portugueses, tivemos um impacto bastante significativo na atividade. Estamos a divulgar semanalmente os números também relacionados com os indicadores de consumo, através do SIBS Analytics e isso foi bastante visível. A frequência com que os portugueses compravam decresceu em 50% e isso também se traduz na nossa atividade. Mais recentemente, nesta etapa de desconfinamento, tem-se verificado já uma recuperação desta atividade, ainda que estejamos com uma quebra de cerca de 30% na atividade de compra. Também há aqui um efeito positivo de estímulo à nossa atividade, até mais do ponto de vista de inovação e de desenvolvimento, que é o facto de, ao mesmo tempo que se assiste a esta tendência e a este decréscimo de frequência de compras, há uma aceleração significativa da digitalização e uma adoção crescente dos meios de pagamento eletrónicos. Nesse contexto, é com bastante orgulho que contribuímos com o MB Way, que é das formas de pagar mais recomendadas no contexto desta pandemia, porque é uma forma de pagamento sem contacto. O MB Way tem, neste momento, mais de 2,4 milhões de utilizadores e cerca de sete milhões de transações por mês e tem crescido significativamente no contexto desta pandemia. Também do lado da transformação e da nossa atividade mais perto dos nossos parceiros e mais perto das empresas, o que se assiste é a uma maior digitalização nessa perspetiva. Vemos que houve setores que foram muitíssimo impactados neste contexto de confinamento, houve uma concentração grande de consumo dos portugueses nos setores mais essenciais – o retalho alimentar, os supermercados, os hipermercados, as mercearias, as farmácias e as parafarmácias, que passaram a ter um peso de cerca de duas em cada três compras dos portugueses. Começa-se já a ver alguma dispersão e a retoma de alguns outros setores, mas, sobretudo, o que se assistiu foi também do lado das empresas a uma transformação grande para os métodos e os modelos não presenciais, para o e-commerce e, também nessa medida, a SIBS, através das suas soluções digitais, está a ter um crescimento, uma aceleração na adoção dessas soluções, podendo contribuir para a transição destas empresas para o digital, que neste contexto tiveram de o fazer de forma bastante mais acelerada e mais abrupta. Obviamente, os impactos são, no conjunto da atividade, em termos de volume, negativos, mas os novos desafios que trouxeram estão, por outro lado, a ser um estímulo para desenvolver todas as áreas de digitalização que são agora a nossa grande aposta de inovação e também outras áreas em que queremos contribuir do ponto de vista da solidariedade e de impacto para a sociedade. Posso referir que a nossa fábrica de cartões está a produzir viseiras – há aqui também a alteração de algumas atividades no sentido de podermos contribuir para aquilo que este momento exige.

PME Mag. – Que medidas tomaram para fazerem a retoma em segurança?

M. C. T. – Desde logo, as formas de trabalhar vão adaptar-se de uma forma absolutamente nova. Esta retoma será feita de uma forma progressiva, mas também é verdade que estas várias semanas que estivemos em teletrabalho, ou que uma grande parte das nossas equipas estiveram em teletrabalho estão a fazer-nos repensar algumas das formas como trabalhamos e com que nos organizamos, sobretudo entre as equipas em várias geografias. Estamos a preparar o regresso dessas equipas que estão em teletrabalho, vamos fazê-lo de uma forma faseada, seguindo as recomendações das autoridades de saúde, fortalecendo e reforçando as medidas de higienização e também de prevenção e de educação dessa higienização, todos os cuidados de monitoria térmica e de saúde que terão de ser feitos, garantir o escalonamento das equipas… Vamos continuar a fazer este regresso de uma forma faseada, por turnos não simultâneos e garantindo que há os devidos cuidados e ressalvas do trabalho em espelho nas atividades críticas. Estamos, inclusivamente, a duplicar as instalações das nossas equipas críticas, também para reforçar essa simultaneidade e, no fundo, estas são as principais medidas, sempre a par e passo com aquilo que são as recomendações das autoridades de saúde.

PME Mag. – E agora, como vê o futuro da SIBS?

M. C. T. – A grande incógnita não será o futuro da SIBS, mas como é que será a retoma da nossa economia. Há várias versões, algumas até equiparadas com letras, acho que todos já temos a consciência de que isto não será uma recuperação em V, não é uma crise com recuperação rápida. A nossa grande questão é se isto será uma recuperação mais em U, uma recuperação mais rápida, ou mais em L, mais progressiva, ou eventualmente se não teremos aqui uma recidiva e um novo surto deste vírus e isso provavelmente seria o cenário mais dramático – não para a SIBS, mas para a economia como um todo. Independentemente deste contexto, há algo que é muito promissor na nossa atividade: o facto de estarmos nesta crescente digitalização é uma transformação sem precedentes, mas é uma transformação que, tendo sido acelerada por um evento conjuntural terá, com certeza, um impacto estrutural. Portanto, acreditamos e vamos continuar a contribuir de forma bastante ativa para a digitalização dos portugueses e também dos outros mercados em que estamos presentes. Estamos a continuar as nossas atividades de investimento e de investigação e desenvolvimento exatamente nesse sentido. Portanto, o futuro para a SIBS será promissor, obviamente empenhado em poder acompanhar, apoiar e contribuir para a recuperação da economia, dos agentes económicos, dos indivíduos, porque também assumimos como nossa essa missão, conseguindo introduzir formas de pagamento que acabam por ser uma interação social tão importante neste contexto, eficientes, convenientes, seguras e práticas. Também é importante reforçar que todo o paradigma de processos produtivos está a ser alterado e está a vir ao de cima também a importância das atividades locais e o foco dessas atividades, porque estamos a ter uma reformulação gigantesca nos processos produtivos e nas dependências que existiam entre o país e entre os mercados.

Veja o vídeo da entrevista:

Vídeo: NortFilmes

*NOTAS: a primeira entrevista realizou-se a 15 de janeiro de 2020 e a última
a 22 de maio de 2020. Dados de compras físicas com MB Way atualizados
segundo a entrevista de 22 de maio de 2020

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IV) Jurisdição

Os Termos de Utilização (ponto I) e a Política de Privacidade (ponto II) acima enunciados foram regidos e serão interpretados de acordo com a lei portuguesa.
O utilizador aceita, irrevogavelmente, a jurisdição dos tribunais portugueses para dirimir qualquer conflito decorrente e/ou relacionado com os Termos e Condições, com a Política de Privacidade abaixo enunciada e/ou com a utilização deste website.

 

Litígios

Aos presentes Termos e Condições, bem como qualquer litígio inerente aplica-se a lei portuguesa. Para a resolução de quaisquer litígios, as partes elegem o foro do Tribunal da Comarca de Lisboa, com expressa renúncia a qualquer outro. Adicionalmente, em caso de litígio, o Utilizador, enquanto pessoa singular tem à sua disposição qualquer uma das seguintes entidades de resolução alternativa de litígios, sem prejuízo do recurso ao Tribunal da Comarca de Lisboa:

a) CNIACC – Centro Nacional de Informação e Arbitragem de Conflitos de Consumo http://www.arbitragemdeconsumo.org/
b) Centro de Arbitragem da Universidade Autónoma de Lisboa (CAUAL) http://arbitragem.autonoma.pt/home.asp
c) Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo de Lisboa http://www.centroarbitragemlisboa.pt/

Mais informações no Portal do Consumidor http://www.consumidor.pt/ e na plataforma europeia de resolução de litígios em linha em http://ec.europa.eu/consumers/odr/

V) Contacto

Para o esclarecimento de qualquer questão relacionada com os presentes termos e condições de utilização do site, o utilizador deverá contactar a Massive Media, Lda., para o seguinte endereço eletrónico: info@pmemagazine.com.

 

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