Por: Marta Godinho
A proposta da TAP foi reprovada por “larga maioria”, levando os tripulantes de cabine da companhia aérea portuguesa a avançar relativamente à greve que decorrerá entre os dias 25 e 31 de janeiro.
Em assembleia-geral desde as 10 horas, em Lisboa, os tripulantes rejeitaram, pela segunda vez, uma proposta da TAP que ia ao encontro de 12 das 14 reivindicações do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), de forma a tentar evitar uma nova greve de sete dias depois da paralisação que se fez sentir durante dois dias em dezembro com um impacto de oito milhões de euros na companhia aérea.
O dirigente sindical do SNPVAC, Ricardo Penarróias, apresentou-se numa reunião com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, que se manifestou “convicto de que a assembleia-geral do SNPVAC dará um passo decisivo para a melhoria da situação dos trabalhadores e da companhia aérea, permitindo evitar uma greve de sete dias que causaria um grave dano à empresa”, acrescentando e reforçando “a sua confiança e o apoio à proposta da TAP”.
“Iremos discutir o documento, ouvir as opiniões de todos os associados e, no final, são os associados que irão tomar a decisão”, acrescentou Ricardo Penarróias, presidente do SNPVAC.
“Foi uma conversa construtiva, informal, sensibilizando para a importância do momento, a importância que uma greve poderá ter para a saúde financeira da empresa. Nós somos sempre sensíveis a isso”, concluiu.
Quando questionado sobre as diferenças entre a proposta que está agora em cima da mesa e a anterior, que foi reprovada, e não conseguindo evitar a greve de dois dias em dezembro, Ricardo Penarróias afirmou que se trata de “questões muito técnicas”, como, por exemplo, o regresso de mais um tripulante aos voos transatlânticos, com mais de seis horas, que estavam a ser realizados com quatro elementos.
Para o SNPVAC, a falta de mais um tripulante naqueles voos é “questionável” em termos de segurança e “miserável” em termos de condições laborais.
Ademais, referiu que houve avanços nas negociações com a empresa. Contudo, é imperativo saber se serão suficientes para os tripulantes, de forma a evitar uma nova greve na companhia aérea.