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Gonçalo Palrão, Sustainability Consultant & Project Manager na Vivid Earth

PME: O que devem saber sobre as novas regulamentações sociais e ambientais da União Europeia  

Por: Gonçalo Palrão, Sustainability Consultant & Project Manager na Vivid Earth 


Os factos:

Novas regulamentações focadas na sustentabilidade estão a ser introduzidas a um ritmo acelerado, exigindo atenção imediata das empresas da União Europeia. A Comissão Europeia emitiu recentemente uma nova lei, a Diretriz de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), que aprimora e moderniza as regras referentes às obrigações de relatórios sociais, ambientais e de governança das empresas. Um conjunto mais amplo de empresas será agora obrigado a relatar sobre a sua sustentabilidade, sendo que esta diretriz abrange mais de 50.000 empresas em toda a Europa.

A introdução das novas regulamentações tem como objetivo fornecer a investidores e stakeholders informações essenciais para avaliar os riscos de investimento associados às preocupações com as mudanças climáticas e de sustentabilidade. Além disso, essas regulamentações promovem uma cultura de transparência, possibilitando uma compreensão mais clara do impacto das empresas na sociedade e no meio ambiente, permitindo assim um termo de comparação entre empresas.

A implementação destas regulamentações terá início no ano financeiro de 2024, com os primeiros relatórios a serem publicados em 2025. A pressão está a aumentar sobre as empresas em toda a União Europeia, e as empresas portuguesas não são exceção.


A realidade:

Um estudo realizado pelo Center for Responsible Business and Leadership em Portugal revelou que as empresas portuguesas estão cada vez mais a adotar práticas sustentáveis e aspiram a implementar estratégias inovadoras e que vão de encontro ao que é exigido pelas novas regulamentações. No entanto, isso por si só não é suficiente, e enquanto as empresas maiores possuem mais recursos e consciência das suas obrigações, as pequenas e médias empresas (PME) são as que mais enfrentam dificuldades. As PME frequentemente não têm conhecimento dos requisitos de relatórios futuros e lutam com falta de conhecimento, falta de ferramentas e falta de apoio para enfrentar questões de sustentabilidade, o que as relega para uma prioridade menor para os seus executivos. Na verdade, as PME podem estar a perder uma das maiores oportunidades atuais de desbloquear valor por não agirem atempadamente.

De acordo com um estudo recentemente publicado pelo World Economic Forum, abraçar estratégias de sustentabilidade é, na verdade, a forma mais eficaz de desbloquear maior rentabilidade no futuro, em vez de ser um compromisso dispendioso – como grande parte dos executivos de PME do nosso país pensa.

Tomar medidas:

Ao procurar assistência para abordar os desafios de sustentabilidade, as empresas portuguesas podem alinhar-se com as regulamentações da União Europeia, identificar oportunidades de melhor eficácia de custos, melhorar a reputação da sua empresa e explorar novas perspetivas e estratégias inovadoras. É crucial para todas as empresas agir agora, e aproveitar o potencial que a sustentabilidade oferece para construir uma vantagem competitiva e de resiliência no cenário global da atualidade.