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Desde o início do ano, o portal já recebeu cerca de 8.000 reclamações de burlas (Fonte: Freepik)

Portal de queixas recebe quase 50% de reclamações sobre burlas

Por: Djeisibel Lopes

O Portal da Queixa, uma plataforma de comunicação entre consumidores e marcas, já recebeu, desde o início do ano, cerca de 8.000 reclamações de burlas, um valor que representa um crescimento de 47,7% face ao período homólogo de 2022.

Em Portugal, os casos de burla relacionados com esquemas online, onde os consumidores acabam por ficar sem o produto, sem resposta e sem o dinheiro, continuam a aumentar.

Os dados de uma pesquisa realizada pelo Portal da Queixa revelam que, entre 2022 e julho de 2023, foram registadas cerca de 19.000 ocorrências de burla na plataforma, sendo a maioria delas relacionadas a esquemas online.

O valor total dos prejuízos resultantes das burlas reportadas estima-se que ultrapasse, este ano, os 2,5 milhões de euros.

Nas denúncias relacionadas com compras na internet, os clientes relatam ter encomendado e pago pelo produto, no entanto, não chegaram a receber o artigo, uma resposta ou até um reembolso por parte das marcas.

O facto de os consumidores ficarem sem o dinheiro é o principal motivo das queixas apresentadas este ano, gerando 57,7% das reclamações inseridas em situações de burla. Entre outras razões, estão os problemas no atendimento da marca e a não entrega do produto.

O Portal da Queixa analisou ainda as três marcas mais reclamadas em 2023, por alegada situação de burla. A PT Electrónia, que regista o maior volume de queixas, seguida pela Decorei.pt e pela Teckmi.

A falta de literacia digital na sociedade portuguesa já é equivalente ao problema do analfabetismo de há 40 anos e não atinge apenas os mais velhos. De acordo com a OCDE, em Portugal, um em cada três alunos de 13 anos de idade não possui competências digitais básicas”, conta Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa e CEO da Consumers Trust.

O responsável acredita que esta realidade só poderá ser invertida através da partilha de conhecimento, assente numa estratégia alargada que não dependerá apenas das entidades governamentais, mas de todos os interessados na jornada digital dos consumidores portugueses.