Em conferência virtual para discutir “O Papel da Economia Social na criação de emprego e na implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais”, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, reiterou a intenção do Governo em promover uma economia social, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.
Portugal quer promover uma economia social nacional e europeia, conforme debatido na conferência que se realizou ontem com os vários ministros europeus, de forma virtual e a partir do Palácio de Queluz, num debate que englobou a nomeação da Capital Europeia da Economia Social para 2021, que pela primeira vez será partilhado por cinco cidades: Braga, Cascais, Coimbra, Sintra e Torres Vedras.
Congratulando esta iniciativa, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, aponta para a centralidade das dinâmicas locais com o objetivo de responder e encontrar soluções para os problemas quotidianos das populações, promovendo um desenvolvimento inclusivo e sustentável.
Promovendo atividades que não têm o lucro como único objetivo e partilhando objetivos com o setor público, a economia social é vista pela ministra como um fator de progresso decisivo a nível económico e social, pelo que deve ser um “agente ativo da inclusão no mundo de trabalho, na sociedade e no combate às desigualdades”.
Com uma conjuntura atual atípica, o papel da economia social na Europa é, na visão de Ana Mendes Godinho, um ponto-chave, uma vez que ninguém pode ser “deixado para trás”. A ministra lembrou ainda que o peso da economia social no emprego português é de cerca de 6,4%, o que torna evidente a importância deste setor.
O Governo português, recorde-se, lançou uma linha específica para a economia social com um financiamento de 227 milhões de euros, valor que permitiu a implementação do Programa de Recuperação e Resiliência.
Em concordância com as declarações da ministra portuguesa, o comissário europeu para o Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, defende o investimento na construção de uma Europa mais unida, solidária, verde e digital, na qual “a economia social tem um papel a desempenhar”, numa altura em que as medidas pandémicas têm vindo a dificultar o progresso social e económico em várias áreas.
O comissário europeu assegura ainda que a Europa irá apresentar medidas concretas, com o objetivo de fortalecer a economia social a curto e médio prazo, de forma a promover a recuperação de todos os Estados-membros de forma equitativa e sustentável.