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Portugueses preferem meios de pagamento seguros no comércio eletrónico | Foto: Distribuição

Portugueses dão prioridade aos cartões virtuais na hora de pagar

Por: Mariana Barros Cardoso

Após um estudo de meios de pagamento da Minsait a conclusão é clara, são os portugueses os mais que utilizam cartões virtuais nas transações online – o que demonstra o fenómeno da multibancarização -, segundo os dados apresentados no estudo que apontam para a criação de um ecossistema de colaboração entre a Banca e as Bigtech, as Fintech e os Neobancos para o desenvolvimento de novos modelos de negócio e serviços.

Uma das conclusões do IX Relatório de Tendências de Meios de Pagamentos, que acaba de presentar a Minsait Payments traduz-se nas alianças entre o negócio bancário e os novos players tecnológicos que constituem um fator crítico para a evolução dos meios de pagamento, melhorando a competitividade do sector face aos desafios que resultam da chegada do Open Banking.

O relatório (disponível aqui) da Minsait Payments foi realizado com a colaboração de Analistas Financeiros Internacionais (AFI) e incluiu opiniões de mais de 45 executivos do sector bancário e mais de 4.000 inquéritos a clientes bancários de Portugal, Espanha, América Latina e Reino Unido.

Pode-se verificar que cerca de 64% dos executivos entrevistados nos dez países estão conscientes que a concorrência nos próximos anos virá sobretudo das Big Tech, Fintech e Neobancos. Assim, a maioria dos executivos considera que a regulação da concorrência digital e a criação de ecossistemas colaborativos, que integrem esses protagonistas para desenvolver novos modelos de negócio, será a abordagem predominante na indústria bancária.

Os Portugueses preferem meios de pagamento seguros no comércio eletrónico

O pagamento através de criptomoedas é utilizado por 0,3% dos inquiridos e no que se refere ao comércio eletrónico, Portugal apresenta uma baixa proporção de compradores frequentes: apenas 39,1% dos inquiridos faz compras pela Internet pelo menos uma vez por mês, sendo o computador pessoal o dispositivo preferido para aceder a este canal de compra e embora cartões físicos sejam o principal meio de pagamento nas transações online, o cartão virtual já é utilizado por 34,1%, o nível mais alto de todos os países incluídos no inquérito.

Também nas despesas fixas mensais, Portugal se destaca por ser o país que menos usa numerário (moedas e notas) para pagar despesas mensais. Um em cada quatro inquiridos portugueses não utilizaram esta forma de pagamento no mês anterior ao inquérito, tendo pelo menos um cartão deste tipo (virtual) – a quase totalidade dos portugueses inquiridos (97%) tem pelo menos um cartão de débito, uma subida de 2.2 p.p., e 61,3% tem no mínimo um cartão de crédito, o que representa uma descida de 2.3 p.p. face ao ano anterior.

Em contraste, o pagamento das despesas mensais a partir da conta bancária evidencia uma penetração de 69,8% convertendo-se no meio de pagamento principal para quase um quarto (24,1%) dos inquiridos. Apesar disso, os cartões bancários continuam a ser o principal meio de pagamento em 2019, preferido por 47,7% dos inquiridos.

Portugal é o segundo país com menor predisposição dos inquiridos para ceder os seus dados financeiros a este tipo de empresas, só 10,7% manifesta interesse em facilitar os seus dados bancários às denominadas Bigtech, mesmo que essa situação de proporcione algum tipo de benefício.

Por outro lado, mais de 20% dos inquiridos tem interesse em partilhar informação pessoal, que consta das suas redes sociais, com os bancos tradicionais.

A multibancarização é, portanto, uma tendência que está a crescer a um ritmo acelerado, demonstrando que as necessidades financeiras atuais dos consumidores não estão a ser cobertas por uma só entidade.

No que respeita à inovação na autenticação dos pagamentos, a impressão digital leva vantagem sobre as restantes. Quase sete em cada dez portugueses inquiridos (68,8%) prefere este meio de autenticação, entendido como sendo mais seguro, moderno, fácil e rápido que o atual PIN.

Embora ainda não seja o meio preferido de pagamento dos portugueses (escolhido por apenas 1,8%), o pagamento através do telemóvel foi utilizado por 18,2% dos inquiridos, a que se juntam 17,2% de utilizadores que usam apps de pagamento entre particulares (por ex. o MBWay).