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Raize pme magazine
José Maria Rego, Afonso Eça e António Marques, fundadores da Raize (Foto: Divulgação)

Há uma nova bolsa de empréstimos para as PME portuguesas

Por: Ana Rita Justo

Raize já apoiou mais de 200 empresas e espera chegar às mil no próximo ano.

 

Chama-se Raize e é uma startup portuguesa que se descreve com uma bolsa de empréstimos para as pequenas e médias empresas (PME) portuguesas. Criada em 2015 por três jovens amigos, esta plataforma de crédito já financiou mais de 200 empresas através de sete mil investidores diferentes. O valor do investimento total ascende aos três milhões de euros.

A Raize foi uma das mais de 60 startups portuguesas convidadas pelo Governo português a estar presente na Web Summit. Afonso Eça, um dos fundadores da empresa juntamente com José Maria Rego e António Marques, explicou-nos as vantagens de aceder a este novo produto financeiro.

“É mais rápido e tem uma estrutura de custos de comissionamento muito competitiva. Além disso, a empresa está a diversificar as fontes de financiamento, não ficando tão dependente do setor bancário”, explica.

Para os investidores, acrescenta, é uma “oportunidade de apoiar as PME, o motor da economia que cria empregos, e ao mesmo tempo estar a ganhar uma taxa de rentabilidade bastante atrativa”.

Neste processo, a plataforma apenas gere a relação entre a empresa e o investidor: “Para os investidores não há custos. Para as empresas, o processo de estudo, de tentar pedir financiamento é gratuito. Se conseguirem cobramos uma comissão única de 3,5% e depois nunca mais cobramos nada.”

Já sobre as empresas que recorrem a este tipo de financiamento, Afonso Eça revela que há de tudo um pouco.

“Estamos a falar da típica micro e pequena empresa portuguesa, negócio familiar, à volta de dez empregados, faturações de 700 mil euros, que já utilizem empréstimos bancários. Têm de ser empresas saudáveis, que não tenham dívidas à Segurança Social nem à Autoridade Tributária e não podem estar em incumprimento com os bancos, mas veem aqui um canal alternativo para virem buscar financiamento. Há 250 mil empresas que poderiam financiar-se na Raize de hoje para amanhã. Temos desde empresas de transportes, logística, armazenistas, loja tradicional, empresas de tecnologia… Não há um perfil certo. É um reflexo do tecido empresarial português.”

 

Da crise para o sucesso

Como muitos negócios, a Raize nasceu também da necessidade de fazer face à crise económica que assolou Portugal nos últimos anos, adianta o fundador.

“A ideia surgiu em 2012, 2013 com a crise financeira e percebemos que era preciso uma alternativa de financiamento para as PME e que este era um canal novo que podia ser explorado e que tinha tudo para correr bem”, sublinha.

Nasceu com os três sócios, mas hoje são já sete os colaboradores da empresa e, atingido o ponto de equilíbrio (o total das receitas já iguala o volume de gastos), a Raize quer agora continuar a crescer e a ajudar a crescer o tecido empresarial português.

“Vamos continuar a apoiar as PME. Para o próximo ano queremos fazer 20 milhões de euros em empréstimos e apoiar entre as 500 e as mil empresas.”