Home / Medir para Gerir / Remote learning e formação online

Remote learning e formação online

Por: Marta Pimentel, diretora executiva de Learning & Development da Nova SBE Executive Education

Foto: Nova SBE Executive Education  

O mundo pós-Covid-19 contribuiu de forma inequívoca para uma maior abertura ao universo digital. 

É um verdadeiro – não diria ainda maravilhoso – mundo novo, que impacta a humanidade de forma determinante, na medida em que altera todas as rotinas: sociais, profissionais, familiares e individuais.

A educação é um destes universos de profunda mudança, sendo que a grande maioria dos players globais deste setor deu um mergulho profundo no universo online. Os mais entusiastas e early adopters afirmam que são mudanças que vieram para ficar, os mais céticos e conservadores suspiram para que esta onda passe e o mundo volte a ser como sempre o conheceram. No meio, certamente, estará a virtude, o que significa que, possivelmente, se abre um futuro blended.

A tão anunciada next generation education entra na sua curva exponencial, depois de muitos anos de avanços e recuos, tendo como primeiros protagonistas os LMS (Learning Management System) e os MOOC (Massive Open Online Courses). Estes primeiros cursos online, que se alicerçavam em metodologias essencialmente assíncronas (onde o ensino e a aprendizagem não se efetivam ao mesmo tempo) pouco envolventes, foram o parente pobre da educação, de menor custo, por vezes até gratuito, mas de muito menor taxa de retorno.

Esta nova geração de educação constitui uma segunda onda do online learning, que hoje usufrui do significativo avanço tecnológico, aliás como tem acontecido com todas as curvas exponenciais que são aceleradas pela tecnologia. Muitas startups emergem e tentam tornar real essa ideia, até que se acerta na melhor combinação e vira mainstream.

Nesta segunda onda de online learning, as plataformas síncronas (em tempo real) como o Zoom, Webex, o Microsoft Teams, entre outras, são os grandes protagonistas do momento. São capazes de recriar o ambiente de uma sala de aula agora virtual, onde os elementos principais, o conhecimento, a partilha e o networking, grandes ativos do ensino presencial, continuam presentes – assim como os protagonistas deste contexto, os docentes e os alunos ou participantes.

A transição é complexa e exige uma total reinvenção das metodologias de aprendizagem. O conteúdo é relevante, sem sobra de dúvida, mas sozinho não consegue mais cumprir a sua missão de proporcionar um processo de aprendizagem enriquecedor.  

Para tentar evitar as novas doenças psicológicas, como a anunciada Zoom Fadigue, a formação de executivos da Nova SBE tem-se dedicado a um trabalho rigoroso de pesquisa e experimentação de novos modelos de aprendizagem. Uma das mais importantes premissas assenta na ideia de que “menos é mais”, isto é, privilegiamos sessões menores em cápsulas de conhecimento micro ou mesmo nano. O tradicional dia de formação de oito horas, numa lógica de aprendizagem vertical, substitui-se por uma lógica horizontal, onde as sessões se distribuem ao longo de um período: um dia pode passar a um mês. Desafio quem quiser a descobrir os webinars We all have a role to play onde podem encontrar múltiplos protótipos desta nova forma de aprender.

Em tempos de crise, o mood é de reação e de experimentação. O online síncrono que recriou a sala de aula foi o novo normal. Mas o futuro da educação será certamente diferente, não mais o modelo pré-Covid-19, mas também não certamente o modelo Covid-19. Vamos assistir a muitas inovações, algumas até mesmo mais radicais, que trazem para os processos de aprendizagem o melhor dos três modelos: presencial, online assíncrono e online síncrono. Um blended seamless, sem costuras, com fronteiras mais fluídas entre todas as modalidades apresentadas.

Artigo originalmente publicado na edição de Julho de 2020