Num ano fortemente marcado pela pandemia, no qual o Governo se viu forçado a tomar medidas de contenção, a restauração apresenta uma queda de 43,5% na faturação relativa a 2020, de acordo com o Estudo Setorial Informa D&B, que prevê ainda que os valores de 2019 não deverão ser atingidos nos próximos dois anos.
O Estudo Setorial Informa D&B aponta para uma queda de 43,5% na faturação, no que ao setor da restauração diz respeito. Estes valores, relativos a 2020, traduzem-se em 2625 milhões de euros, surgindo numa altura em que o crescimento vinha a ser contínuo e que, em 2019, o setor tinha atingido os 4645 milhões de euros, um aumento de 4% face a 2018.
Num ano marcado pelas restrições, na tentativa de contenção pandémica, os estabelecimentos de restauração não conseguiram manter o seu poder de atividade, com os valores referidos a serem justificados ainda pela forte perda sentida no setor do turismo, dada a restrição de circulação além fronteiras durante os períodos de confinamento.
Além destes fatores, o desemprego é outra das razões que explicam o crescimento negativo neste setor, que deverá acelerar em 2022, mas que não se prevê que chegue aos valores de 2019 antes de 2023.
Num setor fragmentado e com variados operadores independentes e de dimensão reduzida, a gestão da restauração está, normalmente, a cargo dos detentores do capital. Ainda assim, observa-se uma tendência de concentração empresarial, motivada pelo sucesso das principais cadeias de fast food e de restauração informal, cujo peso no mercado apresentou um crescimento considerável ao longo dos últimos anos.
Desta forma, e com a continuidade previsível da situação pandémica, é expectável que esta tendência na estrutura do setor se mantenha e, até mesmo, se acentue ao longo dos próximos meses, dada a atual conjuntura que limita a redução deste tipo de atividades.