A crise pandémica tem afetado fortemente o setor têxtil e de vestuário, com cerca de 30% das empresas a admitir reduções de 25% a 50% no volume de negócios. Para 2021, as previsões são de grande incerteza.
Segundo o inquérito da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), realizado a 194 empresas do setor no passado mês de novembro, 17% admitiu ter sofrido uma redução do volume de negócios superior a 50% face a 2019, em contraste com os 19% que disse não ter sofrido qualquer redução.
No total, cerca de 37% das empresas têxteis tiveram a necessidade de reduzir o número de postos de trabalho, com 3% a colocar no desemprego mais de 50% dos seus funcionários. Em contraste, a grande maioria das respostas ao inquérito (63%) não efetuou qualquer despedimento de trabalhadores.
Relativamente ao primeiro trimestre do ano de 2021, e em comparação com o período homólogo de 2020, apenas 17% das empresas acredita não vir a sofrer qualquer redução ao nível da faturação.
De acordo com o inquérito da ATP, para continuar a combater a crise pandémica, mais de metade das empresas (53%) aderiu às linhas de crédito como medida de sobrevivência. Por outro lado, cerca de 42% recorreu a moratórias de pagamento, 24% ao incentivo extraordinário à normalização da atividade, 15% ao regime de lay-off e 13% a diferimento de pagamento de impostos.
A associação que conduziu o inquérito considera que as principais dificuldades enfrentadas pelas empresas têm sido a “incerteza e instabilidade dos mercados e imprevisibilidade na cadeia de produção”, “pouca procura”, “anulação e redução de encomendas”, “clientes com dificuldade de pagamento”, “dificuldades de tesouraria”, “custos fixos elevados”, “dificuldades no acesso às medidas de apoio”, “manutenção dos postos de trabalho”, entre outras.