Quarta-feira, Novembro 27, 2024
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Tempo para repensar: construir ou comprar

Por: Ishit Vachhrajani – Enterprise Strategy, Amazon Web Services

Acredito que o medo que levou à implantação de grandes quantidades de recursos e orçamentos para remediar o Bug Y2K, seguido pelo rebentamento da bolha dot.com, teve uma consequência não intencional. Muitas empresas tornaram-se extremamente conservadoras na construção de produtos e optaram por comprar sempre que possível.

Hoje, muitas empresas de TI estão mais confortáveis com o processo de procurement – gerem o RFI (Solicitação de Proposta), RFP (Requisição de Proposta), bake offs e criação de pesados e exaustivos scorecards com complexas tabelas dinâmicas, em vez de antecipar as necessidades dos clientes e construir algo que diferencie os seus negócios.

Não estou a sugerir que os executivos da empresa devam favorecer a construção. Eu optei por comprar em vez de construir várias vezes, incluindo o sistema financeiro global, a solução HCM (Human Capital Management), a ferramenta CRM (Customer Relationship Management), o sistema de vendas e tráfego de anúncios e muitos outros. Estou simplesmente a desafiar a noção de comprar porque sim e construir apenas em último recurso, algo que muitas empresas escolhem fazer.

Na era da nuvem, os fundamentos da construção mudaram significativamente em termos de custo, esforço e tempo. É hora de reavaliar alguns argumentos antigos e atualizar o pensamento sobre construir ou comprar.

Comprar é mais rápido, mas Construir é eterno

Quando se olha com atenção, o relógio começa quando a implementação começa a provar que a compra é mais rápida. Frequentemente ignoramos meses, e às vezes, anos gastos na recolha de requisitos, avaliações de fornecedores, análise de erro, demos, scorecards, negociações e procurement.

Muitas empresas estão a usar Agile, DevOps e pequenas equipas descentralizadas que podem construir, testar e mudar (pivoting) rapidamente, com base no feedback do cliente. Com a nuvem, os fabricantes podem concentrar-se imediatamente num trabalho diferenciado e de maior valor, poupando muito esforço que no passado seria empregue na configuração e gestão da infraestrutura que não constituía um valor para o cliente. O Serverless ajudou a reduzir significativamente o time-to-market.

Partilho um exemplo:  em tempos, a nossa equipa de development da A+E Networks recebeu um pedido a uma sexta-feira, antes de um fim-de-semana prolongado. O desafio foi encontrar uma solução que permitisse transmitir em streaming uma reunião interna, de forma segura até terça-feira. A equipa usou a AWS Lambda para criar, testar e lançar o portal interno durante o fim-de-semana. A solução foi escalada para suportar centenas de streams simultâneos durante o evento e foi redimensionada logo depois disso. Isto é agilidade. Duvido que pudéssemos obter um contrato de confidencialidade assinado em dois dias se tivéssemos escolhido a opção de compra.

É sempre mais barato Comprar que Construir

A comparação é feita frequentemente entre o custo de licença e manutenção de produtos prontos a usar e o custo de construir algo totalmente in-house. Os números do in-house geralmente incluem uma contingência de 15% a 20% como prática recomendada. O que normalmente se esquece é o custo das soluções alternativas e temporárias que são agregadas aos produtos pronto a usar para atender aos requisitos exclusivos de uma implementação específica, o esforço de integrar esta solução com outros produtos da empresa, o trabalho necessário para limpeza de dados e conversão.

Depois há o custo contínuo de alinhar a empresa aos ciclos de atualização do fornecedor, algo que pode ser um grande esforço, devido a todas as recomendações personalizadas que quase sempre aparecem. Semanas ou meses são gastos a testar e corrigir integrações e customizações. Essa é uma das razões pelas quais muitas empresas se atrasam com atualizações e acumulam dívidas técnicas significativas no processo.

Com a nuvem, os fabricantes podem aceder a bases de dados criadas especificamente, APIs avançadas e modelos de pagamento conforme o uso, com a flexibilidade de escolher entre uma ampla gama de serviços.

A minha empresa não é Amazon outra empresa de TI, portanto devo comprar e não construir

Já ouvi este argumento várias vezes em diferentes áreas. Como somos um fabricante automóvel devemos investir na criação de novos carros em vez de construir software. Esse argumento está errado. Ter produtos tecnológicos avançados e escaláveis para fortalecer o negócio pode ajudar a diferenciar o produto principal. Pode ajudar a inovar mais rapidamente para chegar a um novo automóvel. Traz eficiência através da automatização, reduz o custo de levar o produto principal ao mercado mais rapidamente. Na economia digital, a tecnologia é um facilitador que pode até abrir novas portas para distribuir produtos e serviços e alcançar novos mercados e consumidores que antes estavam fora de alcance.

Não se trata de quem é, mas sim do que está a tentar fazer que deve conduzir a decisão de construir ou comprar.

A tecnologia já não é uma função de back office, mas um diferenciador para acelerar negócios. A caixa de ferramentas para o fabricante não só se tornou mais ampla e profunda com a nuvem, como também deu acesso a ferramentas específicas criadas para potenciar o trabalho. Está na altura de repensarmos certas suposições sobre construir ou comprar.

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