Número de cidadãos em teletrabalho aumentou consideravelmente no último ano. Tendência é de aumento nos próximos anos, pelo que é necessário apurar as dificuldades que os trabalhadores enfrentam.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta para o facto de a pandemia e as restrições implementadas pelos países terem feito disparar o número de trabalhadores a funcionar a partir de casa.
Segundo um relatório divulgado pela organização, cerca de 260 milhões de pessoas encontravam-se em regime de teletrabalho no período pré-pandemia, o que representa cerca de 7,9% de todo o emprego a nível mundial.
Com as empresas a aderirem cada vez mais ao trabalho à distância, as más condições vividas por muitos trabalhadores tornaram-se mais visíveis.
“Em geral as condições de trabalho destas pessoas são piores do que as de quem trabalha fora de casa e mesmo nos casos de profissões mais qualificadas, a remuneração é menor”, explica a OIT.
A organização dá ainda como exemplo o Reino Unido, os Estados Unidos da América ou a África do Sul, onde os salários de trabalhadores domiciliários são consideravelmente menores, com reduções de 13%, 22% e 25%, respetivamente. Por outro lado, países como a Argentina, a Índia ou o México pagam apenas metade do salário médio a quem trabalha a partir de casa.
No relatório, a OIT destaca a importância de proteger os trabalhadores domiciliários e apela aos Estados que criem medidas específicas, de forma a mitigar os problemas psicológicos, sociais e económicos a que estes cidadãos estão sujeitos.
Para a organização, os indivíduos em teletrabalho estão mais expostos a riscos de segurança e saúde, além de terem maior dificuldade em aceder a programas de formação profissional ou proteção social, havendo menos apetência para aderir a movimentos sindicalistas, por exemplo.