Fosso salarial entre homens e mulheres aumentou quase 80%

Por: Redação

Segundo uma análise da Randstad Research, as mulheres representam quase metade da força de trabalho empregada, no entanto, o fosso salarial em relação aos homens agravou-se em quase 80% na última década.

Este estudo da evolução da participação feminina no mercado de trabalho, entre 2014 e 2024, mostra que o número de mulheres a trabalhar aumentou 20,7% nos últimos 10 anos.

No entanto, o rendimento médio mensal líquido das mulheres em 2014 era 141 euros inferior ao dos homens, valor que subiu para 242 euros em 2024, ou seja, atualmente os homens recebem em média, 1 311 euros por mês, enquanto as mulheres auferem 1 069 euros.

Em comunicado a Randstad Research explica que “apesar de ser o setor da agricultura, o que regista maior crescimento de fosso salarial, continua a ser nos serviços que se registam variações acima da média, existindo atualmente uma diferença de 304 euros”.

Mulheres em cargos de liderança aumentou em 2024

Apesar disso, a presença feminina em cargos diretivos aumentou significativamente. Em 2014 apenas 9,5% das mulheres ocupavam posições de liderança, número que cresceu para quase 35% em 2024, colocando Portugal ao nível da média europeia.

Em relação à posição de Portugal no Índice Global da Igualdade de Género, o país registou um crescimento de 53,7 pontos percentuais em 2013 para 68,6 em 2024. No entanto, Portugal continua 2,4 pontos percentuais abaixo dos 71 da média da União Europeia.

Para Isabel Rosier, diretora de marketing da Randstad Portugal, os dados mostram que ainda existe um longo caminho a percorrer para as mulheres em Portugal. “Apesar de se ter feito um caminho próspero (…) as diferenças salariais continuam a aumentar, o que não só surpreende como nos deve deixar o alerta de que a igualdade de género no mercado de trabalho ainda não se alcançou e que as empresas devem continuar a fazer um esforço por este caminho” destaca Isabel Rosier.

Diminuição do desemprego feminino está acima da média nacional

Em 2024, tanto a taxa de emprego, como a de atividade entre as mulheres continua abaixo da média nacional (53,2% e 57,1%, respetivamente, face a 56,6% e 60,5%).

O crescimento da presença das mulheres no mercado de trabalho foi paralelo à diminuição do desemprego feminino, que, em 10 anos, registou uma queda de 45,6%, fixando-se atualmente nos 6,9%, acima da média nacional de 6,7%. No entanto, esta queda foi inferior à do desemprego masculino, que diminuiu 48,9%.