Quarta-feira, Novembro 13, 2024
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Gerir uma PME: três partes essenciais do processo de liderança

Por: Ricardo Parreira, CEO da PHC

 

O tema da liderança é incontornável no mundo atual da gestão, mas pouco se tem escrito sobre liderar uma PME. Como se trabalham as competências que permitem construir uma empresa de sucesso no contexto empresarial português?

Este tema, da liderança, sempre me fascinou. É um dilema que muitos de nós gestores enfrentamos. Lemos a vasta literatura sobre o tema e, nalguns casos, frequentamos a formação adequada. Mas, essa procura é normalmente extensa, consome tempo e, por vezes, pode não dar os exemplos práticos que um gestor precisa para colocar em prática.

Por onde começar? E como perceber se estamos no caminho correto?

O ponto de partida é que a liderança não é um conjunto de atributos ou check-lists de comportamentos. É um processo. As receitas de liderança pouco nos ensinam sobre a mesma. É no processo prático da relação que nasce o líder.

“O ponto de partida é que a liderança não é um conjunto de atributos ou check-lists de comportamentos. É um processo.”

Este processo é composto por três partes essenciais que qualquer gestor deve dominar para que consiga levar o processo de liderança a bom porto: a própria gestão, a gestão dos outros e a gestão da empresa.

A primeira, a própria gestão, é crucial e sem a qual nenhum gestor consegue ter verdadeiramente sucesso nos outros dois níveis. É importante desenvolver bons hábitos, como por exemplo trabalhar o foco, praticar mindfulness, ter tempo para “desligar” ou encontrar o equilíbrio que lhe permite desfrutar a vida. Tudo isto contribuiu para o bem-estar e um melhor desempenho.

Todo o gestor deveria entender o desenvolvimento dos melhores hábitos possíveis como um treino de liderança. De facto, os hábitos são fatores críticos de sucesso e, neste aspeto, um dos livros que mais me marcou foi a obra “Sete hábitos de pessoas altamente eficazes”, escrito por Stephen R. Covey, que nos dá uma autêntica lição de autoliderança.

Mas é também crucial trabalhar a segunda parte do processo de liderança que o gestor deve desenvolver: gerir melhor as outras pessoas. Grande parte dos estudos sobre liderança empresarial centra-se neste aspeto e é frequente encontrar-se conselhos de ordem diversa sobre a diferença entre liderança e chefia. Não querendo entrar nesse comparativo, o que considero importante, mais uma vez, é o processo prático de como a liderança se desenvolve. O “líder inútil”, quase invisível e que cria condições para que as equipas façam o seu trabalho da melhor forma, é o tipo de líder que devemos valorizar e aquele que tira o melhor das pessoas em todas as suas dimensões: humanas, técnicas e motivacionais.

“Os hábitos são fatores críticos de sucesso e, neste aspeto, um dos livros que mais me marcou foi a obra “Sete hábitos de pessoas altamente eficazes”, escrito por Stephen R. Covey.”

Mas liderar os outros impõe também saber gerir o talento e ter a capacidade de motivar. Estar consciente e fazer os esforços para atrair, reter e valorizar quem faz parte da sua equipa e ser capaz de dar e receber feedback é imperativo para qualquer gestor moderno. E aqui, mais uma vez, é um processo que não se aprende por decreto. É necessário colocar em prática até se tornar natural.

E, por fim, liderar o grupo. Apenas possível quando se trabalha a gestão do “eu” e a gestão do “outro”. E aqui o gestor tem de dotar a empresa das ferramentas que aumentem a identificação, motivação e a produtividade. Ter uma cultura trabalhada de forma profissional, implementar formas de trabalho que reduzam o desperdício de tempo, construir a melhor experiência no local de trabalho e aceitar o potencial digital que o software traz, são hoje condições fundamentais para uma liderança de sucesso.

Quando se fala em liderar uma empresa, e em particular uma PME, estas são condições essenciais para o sucesso. Acredito que um gestor que queira desenvolver o seu processo de liderança, deve fazê-lo nestes três níveis. A gestão do próprio, a gestão do outro e a gestão da empresa são dimensões essenciais para a liderança moderna. E sem líderes, as organizações tendem a viver abaixo do seu potencial.

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