Segunda-feira, Abril 28, 2025
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“A tecnologia premium é, de facto, o segredo do nosso sucesso” – Pedro Vasconcelos

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Por: Marta Godinho 

A Batch é uma empresa que apresenta um serviço de logística parceira de diversas marcas através de um serviço exclusivo e online. Em entrevista com a PME Magazine, Pedro Vasconcelos, o CEO da Batch, fala-nos um pouco sobre a empresa, os seus serviços, os balanços do ano passado e os planos para o futuro.

PME Magazine (PME Mag.) – Como caracteriza a empresa?

Pedro Vasconcelos (P. V.) – A Batch é uma empresa que, mais do que um serviço de logística 360º, vende tempo aos seus clientes. Porquê? Porque ao ser o braço-direito das marcas nesta área, liberta as mesmas do peso de uma atividade que para elas é secundária, podendo estas concentrar-se no crescimento do seu negócio online. Como conseguimos? Porque temos conhecimento diferenciado e tecnologia inovadora desenvolvida in-house, o que nos permite simplificar e digitalizar um processo que tradicionalmente é conhecido como lento, arcaico, chato e burocrático. No fundo, somos uma espécie de “departamento” de logística da marca e o que fazemos é tirar o “pó” e o “ruído” a essa mesma logística: em vez de esta ser vista como um problema antigo, é encarada como uma solução moderna.

PME Mag. – Quais são os serviços que oferece?

P. V. – A Batch, enquanto parceira de logística das marcas, disponibiliza um serviço chave na mão e exclusivo em todas as etapas. Primeiro, com a integração da nossa plataforma no site do cliente em 10 minutos que é um tempo recorde em relação às poucas soluções existentes. A nível de fulfillment, asseguramos — de forma otimizada ao milímetro — armazenamento, gestão de stock, análise de dados, controlo de qualidade e processamento de pedidos. No que toca a last mile, garantimos tracking e apoio ao cliente 100% customizados, bem como entregas rápidas (em duas horas e no próprio dia) para todo o país (inclui ilhas). Desde setembro de 2022 que passámos a fazer serviços de trocas e de devoluções únicos, pois em três a quatro cliques o consumidor tem tudo resolvido. Sobre reclamações, quando algo falha, não ficamos à espera que a pessoa apresente queixa. Somos proativos e utilizamos ferramentas como envio de reagendamento automático, construindo assim uma relação de proximidade e de confiança. Por outro lado, em fevereiro de 2022 também começámos a fazer envios para a Europa. Com esta oferta multidisciplinar e de qualidade (com taxas de erro de preparação de encomendas abaixo dos 0,2% e taxas de entregas bem-sucedidas à primeira nos 97%), contamos com índices de retenção de clientes a rondar os 100% e com uma avaliação média da parte dos consumidores de quase cinco estrelas.

PME Mag. – A Batch diferencia-se bastante do que se tem feito neste setor em Portugal. Como é gerir uma empresa que se caracteriza pela rapidez nas suas entregas?

P. V. – A rapidez de entregas caracteriza-nos, mas não nos define. Isto é, a Batch não se resume a efetuar entregas rápidas de duas horas e no próprio dia, o que proporciona, por exemplo, que empresas pequenas possam competir em termos de tempo com as grandes do mesmo setor. Nós diferenciamo-nos por assegurar uma operação de last mile — do armazém até à entrega ao consumidor — extremamente funcional e digitalizada. Portanto, a nossa rapidez advém sobretudo da simplificação dos procedimentos, a qual só é possível porque está assente em tecnologia de topo, toda ela criada cirurgicamente para o efeito pela nossa equipa. Isto permite-nos ter um maior controlo da operação, ser mais ágeis no processo e responder em escala em picos de trabalho. Claro que possuir uma boa frota (a qual será em parte elétrica em 2023) e uma dark store no centro de Lisboa também nos possibilita ser mais céleres. Mas isso qualquer empresa pode ter. O mais difícil é competir com tecnologia premium. Esse é, de facto, o segredo do nosso sucesso.

“É exatamente isto que nós estamos a fazer: ajudar as empresas a desenvolver o seu negócio” – Pedro Vasconcelos

PME Mag. – Qual é a dificuldade em personalizar cada produto de forma a torná-lo mais autêntico?

P. V. – Na verdade, não há qualquer dificuldade. Há apenas desafios tecnológicos. Explico. Por norma, quando compramos online, a marca “morre” no fim de efetuado o pagamento, entrando de imediato “em campo” o nome de uma empresa de logística. A Batch, enquanto white label das marcas a nível de logística, quer prolongar a vida das mesmas até ao último momento: a entrega. Por isso, desenvolveu tecnologia que permite personalizar todos os serviços — tracking, apoio ao cliente (app para estafetas) e páginas de devoluções e de reclamações — com o logótipo e com as cores de cada cliente (reforço de identidade). Por outro lado, a nível de embalamento de produtos, dispomos de um livro de instruções de cada marca e dos respetivos materiais (caixas, sacos, papel de embrulho, laços, cartão de agradecimento, produtos de acondicionamento…), seguindo a encomenda como se fosse proveniente da loja. Ao sobreviverem de forma positiva no tempo e no espaço junto do consumidor, as marcas ficam no seu top of mind (ganham posicionamento). Ao tornarem-se mais atrativas e especiais para ele, estamos a facilitar o caminho para novas conversões. E isso é sempre o objetivo final de quem possui e-commerce.

“Estamos a apostar continuamente todas as fichas no que nos torna originais: tecnologia própria de exceção”

PME Mag. – Conte-nos um pouco sobre a dark store situada em Alvalade.

P. V. – Estamos no negócio da flexibilidade e da transparência e as dark stores são uma tendência de mercado a nível da logística em todo o mundo e, claro, também em Portugal. Com um armazém situado numa das zonas mais centrais, com mais densidade populacional e mais bem servidas de acessos — Alvalade —, naturalmente que conseguimos ser muito eficientes no que concerne a entregas rápidas do que se estivéssemos situados na periferia. Posso adiantar ainda que, em breve, também vamos inaugurar uma dark store no Porto, numa zona que seja estratégica, visto que já temos esse mercado consolidado. Como efetuamos entregas em todo o país e nas ilhas, com o tempo, e se se justificar, também podemos ter apenas frota ou até mesmo abrir mais armazéns como estes noutras capitais de distrito. Para finalizar, com as entregas de duas horas e no próprio dia estamos a dar resposta a dois estudos muito recentes. O primeiro, de dezembro de 2022, da plataforma de lojas online Shopify, refere que, nos EUA, 46% dos consumidores querem entregas rápidas. O segundo, da consultora McKinsey, sobre os cinco zeros que os empresários devem implementar, o qual foi apresentado em março do mesmo ano, defende que, se querem vingar, todas as empresas têm de ter a opção de entregas rápidas. E é exatamente isto que nós estamos a fazer: ajudar as empresas a desenvolver o seu negócio.

PME Mag. – De que forma é que Batch traz inovação em situações de crise?

P. V. – É uma pergunta curiosa. A Batch nasceu em março de 2021, em plena Covid-19, ou seja, no epicentro da crise, e tem a palavra inovação em destaque no seu ADN. Traduzindo: numa altura de absoluta incerteza, soubemos detetar e dar resposta às necessidades óbvias do mercado: com as lojas não-essenciais fechadas, as pessoas compravam online, porém não queriam esperar muito tempo para receber as encomendas. Elas pretendiam usufruir da experiência quase de imediato, como se estivessem a sair da loja física, o chamado click to door. E foi isso que (re)criámos: o ambiente de compra offline, mas no conforto do lar. Contudo, o que nos distingue é que nós não olhámos para o mercado com olhos apenas de presente (que era caótico). Nós olhámos com perspetiva de futuro, dando estrutura consolidada ao nosso negócio para continuar a fazer sentido no pós-reabertura do comércio. A pandemia “já passou”; todavia, entretanto, o conflito na Ucrânia e a inflação bateram-nos à porta. Resumidamente, desde que nascemos (em 2021) o contexto tem sido sempre de crise, e a verdade é que nós continuamos a crescer. Isto significa que estamos aptos a enfrentar quaisquer adversidades. Tudo porque estamos a apostar continuamente todas as fichas no que nos torna originais: tecnologia própria de exceção. E isto é claramente desafiar todas as teorias livrescas do ramo, as quais defendem que uma startup nunca deve fazer tudo. Mas nós fazemos e os resultados estão à vista.

PME Mag. – Qual é o balanço que faz de 2022?

P. V. – Para a nossa empresa foi um ano excelente e marcado sobretudo pela palavra “crescimento”, quer a nível de volume de negócio, quer de clientes (já contamos com mais de 300 marcas, 90% das quais portuguesas), quer de equipa. E quando temos recursos humanos com know-how e que se identificam com o projeto, isso reflete-se na proposta de valor que oferecemos aos nossos parceiros. Por outro lado, passámos a contar com um novo acionista — um dos maiores investidores portugueses nos setores da energia e do imobiliário —, o que faz toda a diferença na estratégia da empresa.

PME Mag. – Que planos e que objetivos estão na agenda da empresa para 2023?

P. V. – Por enquanto estamos a capitalizar a Black Friday e o Natal, pois, como são “épocas altas” na área da logística, muitos clientes que tinham serviços pontuais perceberam que, de facto, nós somos uma mais-valia e, como tal, querem-nos ter como parceiros a tempo inteiro. Para o plano traçado para 2023, a Batch tem, essencialmente, três grandes objetivos: triplicar o volume de negócio, aumentar a rentabilidade da operação e continuar a integrar mais pessoas na sua equipa. Só desta forma é que vamos crescer com as marcas e ajudar as marcas a crescerem.

Duas empresas, uma política

Por: Marta Godinho

A diversidade etária é uma das políticas que mais têm surgido ao longo dos tempos alicerçada às novas e antigas empresas. A Volkswagen e a Sonae são exemplos de empresas que chegaram ao topo com caraterísticas empresariais cada vez mais baseadas nas pessoas e nos seus colaboradores de diferentes gerações.

Dentro das empresas Volkswagen Digital Solutions e da Sonae, é possível encontrar uma diversidade de colaboradores bastante vasta, que se prende por gerações como os Baby Boomers, nascidos no final da década de 40, que valorizam a experiência e o tempo na mesma empresa, a Geração X, entre os anos de 1960 e 1980, que são aqueles que resistem ao novo por conta da combinação de conceitos antigos com um mundo onde tudo é bem mais transitório, a Geração Y nasceu junto com o surgimento da tecnologia e dos negócios, entre as décadas de 1980 e 2000, e que são considerados os “multitask” ou seja, executam várias tarefas ao mesmo tempo e a Geração Z que são os jovens nascidos no final da década de 1990 e nos anos 2000.

A Sonae, a multinacional que gere um portefólio diversificado de negócios nas áreas de retalho, serviços financeiros, tecnologia, imobiliário, telecomunicações e com atividade em mais de 60 países, consegue crescer e realizar diariamente o seu trabalho graças a uma equipa de 55 mil colaboradores, em Portugal e no estrangeiro. Aqui premeia-se o mérito e competências com valores baseados na inclusão e diversidade que contribuiu, não só para o desenvolvimento do grupo, como para o volume de negócios superior a 7 mil milhões de euros e a criação de mais de 750 postos de trabalho, dados referidos em entrevista com fonte oficial da empresa.

Na Sonae, “40% dos colaboradores têm menos de 30 anos, 47% têm entre 30 e 50 anos e 13% têm 50 anos ou mais”, provando que a inclusão etária é um dado assente nas instalações da empresa e que existem, atualmente, quatro gerações distintas na força de trabalho da mesma. “Procuramos tirar partido de sinergias entre gerações, que têm perspetivas e experiências diferentes, o que nos permite explorar o potencial da diversidade. Reconhecemos o potencial da inovação que vem dessas diferentes perspetivas na resolução de problemas”.

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Alemanha junta-se ao projeto do H2Med sobre o gasoduto ibérico

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Por: Marta Godinho 

A junção da Alemanha ao projeto do H2Med sobre o gasoduto ibérico que pretende ligar a Península Ibérica ao resto da Europa e que se vai juntar a Portugal, Espanha e França foi anunciado pelo presidente francês, Emmanuel Macron que esteve reunido com o chanceler alemão na cimeira franco-alemã realizada no domingo, 22 de janeiro, que assinalou os 60 anos do Tratado do Eliseu.

“Decidimos alargar o H2MED, que graças a fundos europeus une [quando estiver concretizado] Portugal, Espanha e França, à Alemanha, que será um parceiro na infraestrutura deste projeto”, afirmou Emmanuel Macron, no final da cimeira franco-alemã que decorreu em Paris.

Tudo isto trata-se do “reforço da dimensão pan-europeia do H2MED“, que “pela primeira vez na história” poderá tornar a Península Ibérica num ‘hub’ líder de energia verde para toda a Europa”, defende o governo espanhol, no mesmo comunicado. “O acordo chega após negociações entre os governos dos quatro países, favorecidas pela sua visão profundamente europeísta”, acrescenta.

Em agosto de 2022, o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, defendeu a construção de um ‘pipeline‘ pan-europeu, desde Portugal até à Alemanha, para reduzir a dependência do continente do gás russo e para diversificar as fontes de energia

As novas ligações para transportar energia entre Portugal, Espanha e França, conhecidas como “Corredor de Energia Verde”, excluem o gás e serão unicamente para hidrogénio, devendo estar operacionais em 2030. Os três governos apresentaram o projeto a fundos europeus em dezembro.

O financiamento europeu do H2MED pode chegar aos 50% do custo estimado do projeto, que Portugal, Espanha e França calculam que seja de 350 milhões de euros no caso do CelZa e de 2.500 milhões no BarMar, segundo um documento divulgado no início de dezembro, em Alicante (Espanha) após um encontro entre  Portugal e Espanha com a presença dos primeiros-ministros, António Costa e Pedro Sánchez, e com a presença de Macron e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O H2MED terá capacidade para transportar dois milhões de toneladas anuais de hidrogénio verde entre Barcelona e Marselha e 750 mil toneladas entre Celorico da Beira e Zamora. Isto corresponde a 10% do consumo de hidrogénio verde (H2) estimado em toda a União Europeia em 2030, o que faria deste projeto o primeiro grande corredor europeu desta energia.

A União Europeia estabeleceu este ano como objetivo para 2030, reduzir a utilização de gás, o consumo de 20 milhões de toneladas anuais de hidrogénio verde, sendo que 10 milhões deverão ser produzidas dentro do espaço europeu e 10 milhões importadas.

Novo cartão de cidadão em Portugal este ano

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Por: Marta Godinho 

Ainda sem data prevista, mas com previsão para meados deste ano, Portugal vai ter um novo cartão de cidadão com um novo desenho e com mais segurança, anunciou o secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa, Mário Campolargo.

Segundo Mário Campolargo em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, a substituição dos cartões de cidadão será gradual, sendo feito à medida que os cartões atuais forem caducando.

Assim, Portugal vai lançar “um novo cartão de cidadão, com um ‘design’ muito apelativo e que estará, em termos de segurança e de qualidade, no pelotão da frente”, incluindo em matéria de segurança, “para o próprio cidadão e para a preservação de dados”.

Uma das inovações dos novos cartões será a tecnologia ‘contactless’ (sem contacto), que vai permitir que se deixe de necessitar de um leitor de cartões.

Ademais, Mário Campolargo adiantou que ainda não está previsto o regresso a 100% presencial do atendimento em serviços públicos, sendo que vai continuar a funcionar com 50% de marcação prévia online e 50% presencial.

Para 2023, o Governo também pretende abrir oito novas Lojas do Cidadão.

Novas abordagens à sustentabilidade por um futuro melhor

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Por: Martim Gaspar

O tema da sustentabilidade é um dos tópicos mais aclamados na atualidade, com eventos e figuras públicas dedicadas à discussão deste assunto. A verdade é que, no presente, caminhamos para um futuro com possíveis catastróficas consequências ambientais, em grande parte devido ao modelo de constante consumo da nossa sociedade. Para aliviar o problema em mãos, organizações como Fruta Feia e Trash4goods surgem com iniciativas para contribuir para uma sociedade com menos desperdício e mais sustentável.

Segundo o COP27, cimeira mundial sobre o ambiente que contou com a participação de vários líderes mundiais em outubro deste ano, verificou-se que se as indústrias não reduzirem pelo dobro as suas emissões de gases com efeito estufa até 2030, as consequências ambientais podem vir a ser irreversíveis.

Além das enormes quantidades de poluição produzida pela indústria, é importante não descurar a poluição criada nas nossas atividades quotidianas. Seja poluição dos transportes ou doméstica, qualquer tipo de poluição põe em causa o meio ambiente. Todos podem contribuir para aliviar este problema, praticar reciclagem ou recorrer a transportes públicos são exemplos. No entanto, muitas das vezes consideramos que este trabalho não vale o esforço, visto não nos sentirmos motivados por uma possível recompensa no final do dia.

Neste contexto, surgem organizações como a Fruta Feia e Trash4goods, que pretendem aumentar a consciência dos cidadãos para a sustentabilidade ao mesmo tempo que reaproveitam desperdícios ou fornecem vantagens para a prática da reciclagem, oferecendo aos cidadãos a sua própria “recompensa” que poderão adquirir.

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“Humanizamos quando tornamos o outro significativo”- Cristina Vaz de Almeida

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Por: Marta Godinho

A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) é uma associação dotada de personalidade jurídica sem fins lucrativos, de caráter científico e formativo que prossegue fins científicos, formativos, técnicos, organizativos, éticos e humanos na promoção, desenvolvimento e aperfeiçoamento da prática da literacia em saúde. Em entrevista à PME Magazine, Cristina Vaz de Almeida, presidente da SPLS, fala-nos sobre as sugestões e críticas da organização feitas à Comissão Europeia, a importância das noções humanísticas para o melhoramento das relações civis na sociedade e fatores como a mudança, humanização e saúde mental.

De acordo com a presidente, “é preciso fazer um esforço pelo construtivo, pela resolução de problemas (não afastar o problema, mas que ele não seja o foco)”.

PME Magazine (PME Mag.) – Que necessidade existiu por parte da SPLS em sugerir o incentivo das competências humanas junto da Comissão Europeia?

Cristina Vaz de Almeida (C. V. A.) – A mobilização das pessoas para as atividades profissionais está sujeita a maiores fatores de motivação do que para as atividades pessoais, de benefício individual que geralmente desenvolvemos. A automotivação intrínseca pressupõe disponibilidade emocional. A Comissão Europeia propõe o desenvolvimento de um conjunto de competências profissionais e tecnológicas que, à partida, são importantes, mas não causais diretamente para a mudança de comportamento intrínseco se a pessoa que o desenvolve estiver a passar uma fase, temporária ou não, de insatisfação com a vida, com ansiedade, stress ou mesmo depressão. Sentimos uma necessidade de alertar para o incentivo das competências humanas para que as competências psicológicas, emocionais e afetivas sirvam de base ao restante desenvolvimento cognitivo, tal como já alertou António Damásio nos seus vários livros.

PME Mag. – O que é que falta a um documento como o da instituição europeia para nos tornarmos melhores cidadãos?

C. V. A. – A começar pela necessária clareza do documento e a segmentação dos seus públicos-alvo, ao longo do ciclo de vida. Quando incentivamos o desenvolvimento de competências tecnológicas, analíticas ou técnicas de uma forma transversal a todo o cidadão, supostamente com mais de 18 anos, a linguagem deve ser diferenciada ao longo do ciclo de vida. Não comunicamos para pessoas de 18 anos da mesma forma que comunicamos para pessoas de 55 anos. Esta uniformização de comunicação acaba por não surtir resultado de mudança. Existem as grandes linhas de títulos que as pessoas até leem na sua descodificação imediata (porque sabem ler), mas depois o efeito de inferência sobre o que está escrito e as ações concretas que são solicitadas a este cidadão anónimo não acontecem e fica toda esta informação como que num limbo de disponibilidade, quase académica, mas com poucos resultados práticos. Levar à ação é essencial. Mas para levar à ação é preciso ir à mente e ao coração de quem deve ser sensibilizado para a mudança. Por outro lado, também vivemos de imagens, e a nossa memória visual exige imagens e elementos audiovisuais. A maioria destes documentos peca por ser um repositório de palavras, sem apelos gráficos, sem imagens, sem destaques que ajudem a leitura e, por isso, a falha também passa pela forma, além do conteúdo. O papel dos media é importante para desconstruir um documento complexo, como os que são aqueles apresentados pelo Parlamento Europeu ou Comissão Europeia.

“Para levar à ação é preciso ir à mente e ao coração de quem deve ser sensibilizado para a mudança”

PME Mag. – Qual é o conceito intrínseco ao Ano Europeu das Competências?

C. V. A. – Parece-nos que o conceito intrínseco de competências, que é um verdadeiro constructo e que passa por conhecimento (saber), capacidade (fazer) e atributos pessoais (o ser), foi esquecido, valorizando-se essencialmente a competência técnica formativa para as aprendizagens do trabalho. O conceito intrínseco seria mais bem abordado se existisse uma reflexão antecipatória e mais valorativa sobre o significado deste importante constructo. A presidente Ursula Von Der Leyen identificou uma “mão de obra com as competências certas”, e esta própria designação que refere acaba por se limitar ao puro âmbito laboral, de competitividade e produtividade do trabalhador, visto como elemento de um processo quase mecanizado de resultados necessários — ao invés da pessoa, como elemento produtor essencial do crescimento e desenvolvimento de uma obra. Ora, o significado do termo “competências” inclui um investimento na pessoa, especificamente quanto à importância do desenvolvimento dos seus atributos pessoais, para além da sua profissão ou competição no mundo do trabalho. Não se consegue mudar alguém que não queira ser mudado ou que não se sinta motivado para o fazer. Lemos as histórias dos “grandes resignados”, de pessoas, sobretudo jovens, que não sentem o apelo para o trabalho mais do que x horas ou de determinada produção e conseguimos vislumbrar as questões que estão por detrás destas atitudes e comportamentos, que não se prendem somente pelo salário adequado à função. Não se muda também sem grandes lideranças motivacionais e atentas aos perfis individuais.

PME Mag. – As noções mais humanísticas estão a perder valor para as competências laborais e profissionais?

C. V. A. – Apesar de se falar muito de saúde mental, da necessidade das equipas estarem motivadas, da felicidade no trabalho — já existem empresas com gestores de felicidade no trabalho —, o certo é que o debate sobre a felicidade, a satisfação e a motivação para a vida tem ainda sido escasso. O que impulsiona verdadeiramente os jovens ao trabalho? O que os faz mover e desenvolver competências? O que podemos auscultar de profissionais há longos anos nas mesmas funções? São ouvidos? São reutilizadas efetivamente as suas propostas? Há o culto da implementação das boas práticas apresentadas pelos trabalhadores nas empresas? Em 2021, uma grande consultora alertava para a necessidade de se desenvolver a resiliência, a humanização através da participação, das pessoas que devem ser ouvidas no local de trabalho, no desenvolvimento do humor, das parcerias internas, para além das competências tecnológicas. E essa avaliação tem mesmo de ser efetuada para que se consigam pessoas empenhadas e mais dedicadas a causas. A vida pessoal pode equilibrar o trabalho ou vice-versa, mas é suposto haver esforços para o equilíbrio em ambos: afinal a pessoa é a mesma.

PME Mag. – Quais são os passos a seguir de forma a “humanizar” a humanidade?

C. V. A. – Como humanizar a humanidade, apesar da redundância, é uma pergunta muito profunda e de grande reflexão deontológica e ética. Mais do que perguntar o que estamos a fazer nas organizações para que as pessoas se sintam tão desmotivadas, devemos perguntar o que as sociedades e políticas públicas estão a fazer para tornar seres humanos tão desvinculados. As questões têm início antes mesmo do próprio trabalho. Todas as crianças aprendem por modelação, por cópia de exemplos que lhe são dados. Se dissermos que estão mal, eles vão sentir-se mal. Se lhes dissermos que a vida não tem sentido, que não há esperança, provavelmente vão assimilar a desesperança. Penso que é preciso fazer um esforço pelo construtivo, pela resolução de problemas (não afastar o problema, mas que ele não seja o foco), e que aqui, tanto as competências parentais como as dos professores, são essenciais serem revistas. A investigação da academia deve também fazer um esforço por ensinar e mostrar o bem-estar. Destaco a última conferência de Promoção da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021: podemos estar doentes, mas se tivermos bem-estar, tudo se ultrapassa mais facilmente. E não é apenas a doença física. Humanizamos quando tornamos o outro significativo, central na nossa intervenção, adequando a nossa linguagem e ação ao perfil físico, psicológico e social do outro. Humanizamos quando integramos, quando perguntamos de forma aberta “o que posso fazer mais por si?”. E isto também é o caminho da literacia em saúde que tanto defendo. Uma intervenção que ajude as pessoas a aceder, compreender e, sobretudo, a usar os recursos para ter mais saúde. A conexão social é um dos fatores mais importantes na relação humana contra a ansiedade, stress ou depressão. E quanto mais a idade avança, maior é essa necessidade de conexão social. No relatório sobre a pobreza do Observatório Nacional da Pobreza, de 2022, algumas das pessoas que estão em risco de ser mais pobres são as mais velhas, aquelas que vivem sós e as que são migrantes. Não basta dizer, como no relatório do Parlamento Europeu sobre o Ano Europeu das Competências, que “70% das empresas referem a falta de pessoal com competências digitais adequadas como um obstáculo ao investimento, e quase metade da população da UE não possui competências digitais ou tem um nível muito baixo de literacia digital”. É verdade e é um facto. Mas o obstáculo ao investimento também passa pela inércia destas mesmas empresas em valorizar os seus recursos dentro das próprias organizações, motivando-as e preparando-as para estes desafios.

“O sucesso e a realização pessoal pela tarefa feita geram mais incentivo pelos resultados futuros”

PME Mag. – Sente que a mudança deveria prosperar num sentido de maior felicidade e não em maior produção e investimento laboral?

C. V. A. – A felicidade é que gera o sucesso, de acordo com tantos pensadores, e acredito que se nos sentimos mais felizes, então temos uma necessidade maior de demonstrar a nossa autoeficácia em relação aquilo que nos é solicitado no dia a dia, mesmo nas funções laborais. E a autoeficácia realizada com satisfação gera mais autoeficácia, isto é, o sucesso e a realização pessoal pela tarefa feita geram mais incentivo pelos resultados futuros. O trabalho deve trazer alegria, empenho, produtividade. No entanto, se a pessoa não estiver integrada, motivada, preparada, sentir que não tem uma voz, essa chama vai-se apagando ou mantém-se pelo receio de perder o trabalho, de não a incomodarem ou de querer chegar ao final do dia, na hora certa, e sair a correr.

PME Mag. – Acredita que o futuro da humanidade, em diversos fatores, está dependente da construção do processo de humanização da humanidade?

C. V. A. – Sim, acredito. Acredito que o ser humano quando aprende a importância da solidariedade e da compaixão pelo outro consegue muito mais retorno da sua vida com o outro e torna-se um melhor cidadão. Se se torna melhor cidadão, naturalmente a sua competência para o trabalho é exponenciada positivamente num ciclo mais gracioso de sucesso.

“Contribuir para construir personalidades mais construtivas requer que se mude o paradigma de linguagem”

PME Mag. – Por fim, sente que a saúde mental é um dos fatores que se deve ter cada vez mais em conta neste 2023 e em diante?

C. V. A. – A saúde mental é um dos parâmetros da saúde biopsicossocial. Investir nos mais jovens, desde a mais tenra idade, com políticas construtivas, de promoção da saúde, numa perspetiva holística que tem em conta todos os determinantes da saúde e do bem-estar, de apoio às competências parentais e à educação resultará em estados anímicos mais construtivos. Contribuir para construir personalidades mais construtivas requer que se mude o paradigma de linguagem, do “não posso”, “não sei”, “não escolho” para o “posso”, “quero saber mais”, “quero ser eu a escolher”. Este caminho é, de facto, o da autonomização, do verdadeiro desenvolvimento de competências em toda a sua profunda dimensão humana para que depois, sim, trabalhe melhor quando chegar a altura de o fazer.

Devem os investidores em ativos privados europeus estar preocupados?

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Por: Duncan Lamont – Head of Strategic Research da Schroders

A Schroders Capital tem examinado cada caso de crise financeira significativa desde 2008. Os dados sugerem que os investidores em ativos privados europeus podem manter a calma.

Com um panorama económico incerto, muitos investidores estão a reavaliar a sua afetação de ativos. Desde 2008, tem havido momentos de incerteza para os investidores em ativos privados europeus, alguns com raízes locais, outros globais. Desde a grande crise financeira, a crise da dívida da zona euro, a anexação da Crimeia à Rússia, Brexit, ameaças ao comércio global, Covid-19 e muito mais.

Apesar destas crises, os investidores em ativos privados europeus ganharam rendimentos de dois dígitos em cada ano de “vintage” durante este período, independentemente do impacto da economia europeia e dos mercados globais, incluindo as recessões.

Os desempenhos dos anos mais recentes são menos significativos, uma vez que os fundos ainda não amadureceram, mas os investidores nos “vintages” de 2008-17 ganharam uma taxa média de rendimento interno de 16% ao ano, e recuperaram uma média de 1,8 vezes o seu dinheiro.

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65% dos consumidores associa fidelização a personalização

Por: Marta Godinho

A Salesforce, empresa tecnológica multinacional de Customer Relationship Management (CRM), anunciou hoje os resultados do inquérito global realizado a cinco mil consumidores para compreender as expetativas face à economia inconstante e o que pretendem que as marcas façam de forma a manter a sua fidelização em 2023.

O aumento da pressão em oferecer experiências únicas aos clientes para inspirar fidelização e receitas constantes, partiu do aumento da inflação em 2022, o consequente menor poder de compra por parte dos consumidores e menor faturação das empresas.

Por entre os consumidores, 81% afirmou que vão reavaliar o seu orçamento durante o próximo ano e pensar, de forma mais crítica, onde irão gastar o seu dinheiro neste ano de 2023. Quanto ao risco dos retalhistas, é possível afirmar que 79% dos consumidores vão reavaliar os seus gastos com marcas de retalho durante este ano. Também com possíveis custos reduzidos, encontram-se as viagens e turismo, e media e entretenimento, sendo que 78% e 70% dos consumidores a relatar planos para reavaliar os gastos nestes setores, respetivamente.

Apesar da situação inflacionista vivida, os consumidores continuam a esperar um serviço de elevado nível levando 52% dos mesmos a afirmar que esperam uma melhor experiência por parte das suas marcas de eleição, como forma de atuar contra o atual ambiente económico sentido. 72% dos consumidores diz permanecer fiel às empresas que oferecem um serviço mais rápido e 65% afirma que permanecerá fidelizada às mesmas caso ofereçam uma experiência mais personalizada.

Ademais, 60% espera que as empresas ajam de forma instantânea e com as informações mais atualizadas, ao transferirem entre departamentos e 76% dos consumidores afirmam que as empresas que ofereçam segurança de dados vão incentivar mais a sua fidelização, pois é uma forma de reforçar a segurança e conforto com as marcas por parte dos consumidores.

Para além das interações positivas, os consumidores puderam expor as experiências mais negativas, incluindo próprias frustrações que variam de experiências desconetadas (40%), perguntas que já tenham sido anteriormente respondidas (35%) e ofertas de produtos que não são relevantes para o consumidor (33%). Para além destas experiências levarem à eventual perda de um futuro cliente, também são 52% responsáveis pela repetição de uma compra devido ao serviço de qualidade negativa.

De acordo com o estudo, cada vez mais as experiências conectadas do/ao cliente são essenciais para se competir numa economia em constante mudança. Os dados oferecidos em tempo real mostram um caminho para as empresas que pretendem competir nessa economia em movimento. Quando se apresentam numa única fonte de verdade, os dados em tempo real oferecem informações acionáveis que podem ajudar a fornecer experiências de cliente inteligentes e interligadas.

“As empresas que pretendem aumentar a fidelização do cliente, devem alavancar soluções de tecnologia inteligente em tempo real, que ofereçam suporte a experiências conectadas contínuas e jornadas personalizadas”, afirma Matt McLarty, Global Field CTO, MuleSoft.

“As empresas devem ter a capacidade de compreender e agir com base nos seus dados. É algo que irá fazer a diferença entre prosperar ou sobreviver à medida que as empresas enfrentam os desafios de 2023”, sublinha.

Acordo entre Greenvolt e KKR de aceleração de projetos de energias renováveis

Por: Marta Godinho 

O fundo global de infraestruturas gerido pela Kohlberg Kravis Roberts (KKR) e a Greenvolt de energias renováveis criaram um acordo para a subscrição pela KKR da emissão de obrigações no valor de 200 milhões de euros possíveis de converter em ações. O investimento realizado vai permitir um crescimento mais acelerado da Greenvolt, de forma a potenciar novas oportunidades de negócio.

Na assinatura do acordo que já conta com a aprovação do grupo de acionistas detentores da maioria do capital e dos direitos de voto da Greenvolt, os mesmos representantes da empresa de energias renováveis reforçaram a capacidade de execução dos projetos de energias renováveis, abrindo a porta a novas oportunidades a explorar em conjunto e anunciaram o compromisso para com a operação a realizar e a nomeação de um não-executivo adicional para a administração da empresa.

As obrigações por parte da Greenvolt neste acordo, que não serão admitidas à negociação na Euronext Lisbon, aplicam-se com uma taxa de juro anual de 4,75%, sendo que a maturidade destes títulos é de sete anos com a possibilidade da conversão em ações ordinárias no final do terceiro ano por parte da mesma. O preço da conversão destes títulos em ações centrou-se nos 10 euros que implica um prémio de 25% acima do preço médio colocado pelas ações da Greenvolt cotadas na Euronext Lisbon nos 47 dias anteriores à celebração do acordo. Com o valor de conversão final definido, a Greenvolt fica avaliada em 1,39 mil milhões de euros.

“Esta é uma operação de extrema relevância para a Greenvolt, na medida em que vemos na KKR não apenas um investidor estratégico, que reconhece o potencial da empresa, mas também um parceiro, que acredita na estratégia que definimos, isto ao mesmo tempo que possibilitará acelerar ainda mais o cumprimento dos compromissos assumidos”, afirma João Manso Neto, CEO da Greenvolt.

“Estamos muito entusiasmados em fazer desta a parceria que dará suporte à estratégia de criação de valor no setor das energias renováveis, fornecendo 100% de energia verde através de múltiplas tecnologias em várias geografias. Vemos uma grande oportunidade para a Greenvolt na biomassa, na energia eólica e solar de larga escala e na geração distribuída, e este investimento está alinhado com o compromisso da KKR para dar novos passos rumo à importante transição energética”, reforça Vincent Policard, partner da KKR e codiretor de infraestruturas para a Europa.

Irá realizar-se uma assembleia geral ordinária a 31 de maio de forma a possibilitar a aprovação por parte dos acionistas da Greenvolt sobre esta matéria de obrigações.

“Não adianta a empresa oferecer terapia se o ambiente de trabalho é tóxico” – José Simões

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Por: Emanuelle Bezerra

A necessidade de se investir em bem-estar e saúde mental é cada vez mais evidente. Segundo um levantamento global feito pela Gympass, 83% das pessoas consideram o bem-estar no trabalho um critério tão relevante quanto o salário. Atentos a esta tendência os portugueses Rui Brandão e José Simões criaram o Zenklub, uma plataforma digital que oferece serviços diversos no âmbito da saúde mental e bem-estar empresarial. 

A ideia de criar a Zenklub surgiu após a mãe de Rui Brandão passar por um burnout e desenvolver bipolaridade. Os sócios, então, decidiram oferecer atendimentos psicológicos que ajudassem as pessoas a prevenirem este tipo de problemas. Já José Simões era cético em relação ao próprio serviço e resolveu testá-lo pessoalmente. “Queríamos democratizar o acesso à terapia e logo de início percebemos que 60% das pessoas que utilizavam o serviço, nunca tinham feito terapia antes. Eu mesmo iniciei o processo terapêutico para testar o serviço que estava a oferecer e os resultados de autoconhecimento foram imensos. Na primeira consulta, acreditei não ter nada a dizer. Depois, o tempo era sempre curto”. 

A Zenklub mantém o foco no Brasil e atuou durante os anos de 2016 e 2017 em Portugal. Mas, como explica José Simões, o mercado português ainda não estava pronto para absorver estas novas necessidades dos trabalhadores. “Estivemos por dois anos em Portugal. Criámos um polo tecnológico que continua a atuar. Mas o nosso modelo de negócio encontrou muitas barreiras no nosso país de origem por motivos diversos”, conta José Simões. 

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