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Artigo de Opinião
Cláudia Cerqueira, GoodHabitz (Foto: Divulgação)

RH e Formação: Tendências para 2023

Por: Cláudia Cerqueira, GoodHabitz

O ano de 2022 foi desafiante para as empresas e colaboradores e trouxe consigo novos desafios, conhecimento e abriu horizontes no panorama dos Recursos Humanos e da Aprendizagem e Desenvolvimento profissional. 2023, por outro lado, espera-se ainda mais desafiante, dada uma maior e mais visível consciência sobre necessidades de desenvolvimento pessoal. Por sua vez, nota-se ainda uma valorização crescente da importância da identificação individual com a essência e propósito das empresas.

Deste modo, e ainda a tentar compreender o que nos trará 2023 no âmbito da gestão de pessoas e a forma como nos relacionamos com o desenvolvimento e aprendizagens, considero importante reunir algumas das principais tendências que já se vão fazendo notar. Entre elas destaca-se a importância do lado humano no mundo laboral, sendo que já se fala da abordagem de negócio H2H- Human to Human – que vai além dos já conhecidos modelos B2C e B2B.

Nesse sentido, 2023, será um ano certamente marcado pelas competências humanas, que surgem – ironicamente – motivadas pelas inovações tecnológicas que estão a transformar o universo laboral e a fazer emergir novas profissões e modelos de trabalho. Deste modo, as soft skills (digitais, sociais, emocionais e cognitivas superiores) ganharão, como já era esperado, especial relevância, o que implica novas aprendizagens e ganhos de competências ajustadas a estes cenários de forma que o trabalho desenvolvido acrescente valor num contexto de sistemas automatizados e Inteligência Artificial. Neste ponto, todo o tipo de competências digitais, e tudo o que as envolve, serão valorizadas e terão impacto no desempenho presente e futuro.

É de notar também um maior investimento na cultura organizacional, uma vez que é através desta que os colaboradores se ligam à missão, visão e valores de uma empresa, assim como ao tão falado propósito. A cultura é o que orienta a forma como os colaboradores interagem e se envolvem com gestores, equipas e clientes e embora seja uma das principais razões pelas quais estes permanecem numa organização, é também um dos motivos que pode impulsionar a sua saída. Tendo consciência de que cada vez mais empresas adotam modelos de trabalho híbrido e remoto, os pilares definidores dessa cultura, devem ser ajustados a novos formatos – mantendo os traços culturais, mas ajustando a forma de viver e praticar o que defendem. Promover momentos de equipa dentro dos modelos de trabalho praticados é fundamental e desejável assim como, os momentos de reconhecimento e valorização individual.

Além da cultura, também o propósito ganha destaque, tornando-se indispensável para empresas e colaboradores. Em 2023, mais que nunca, as empresas devem ter definida e clara a sua razão de existir e comunicá-la. Este é um importante pilar no mercado laboral, uma vez que, colaboradores alinhados e inspirados pelo propósito de uma organização têm um maior compromisso para com a mesma e com o trabalho que desempenham.

A autoaprendizagem ganha relevância – cada pessoa é protagonista do seu percurso de desenvolvimento. Espera-se que sejam os profissionais a guiar o seu desenvolvimento em modelos de micro-learning ou micro aprendizagem, que permitem aos profissionais de RH criar percursos de desenvolvimento individuais para atingir os objetivos e ambições dos colaboradores e da própria empresa. Com este modelo, todos saem a ganhar: os colaboradores têm a oportunidade de aprender da forma que mais gostam e a organização tem a possibilidade de se tornar mais competitiva a longo prazo. 

Finalmente, e como não poderia deixar de ser, a Diversidade e Inclusão será um dos tópicos na lista de prioridades. Contudo, notamos que estes temas são mais do que uma tendência, são objetivos que as equipas e empresas devem colocar em prática não apenas com o sucesso e crescimento da empresa em mente, mas também com a noção de que se tratam de direitos humanos fundamentais. Nos dias de hoje, tornar uma organização mais diversa e inclusiva significa aceitar as pessoas pelo que são e tentar consciencializar para os preconceitos inconscientes que todos temos.

Considero que todas as tendências mencionadas serão tópicos de abordagem e dedicação em 2023 pelas empresas e respetivos Órgãos de Gestão e Operacionalização. Proporcionar ambientes de desenvolvimento e oportunidades ajustadas aos colaboradores impactará no seu crescimento enquanto profissionais e indivíduos. São fatores que contribuem para a adaptação e aumento do potencial corporativo nos diferentes contextos e cenários que vivemos e que começam a surgir.